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    Liga dos Campeões
    Cultura do Futebol

    Zadoque, o Sacerdote e o Hino da Champions

    Texto por João Pedro Silveira
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    O Hino da Liga dos Campeões da UEFA é uma composição com arranjos e letra do compositor inglês Tony Britten, que aceitou um convite da UEFA, em 1992, para criar um tema que servisse como hino da competição, depois de o organismo que supervisiona o futebol europeu ter transformado a Taça dos Clubes Campeões Europeus na Liga dos Campeões da UEFA, também conhecida em inglês como The UEFA Champions League.
     
    Um hino barroco para o século XXI
     
    Tony Britten, formado no mundialmente famoso Royal College of Music de Londres, escreveu o hino baseando-se no estilo inconfundível de um dos grandes mestres do barroco europeu, Georg Friederich Händel, alemão de nascimento, mas radicado em Inglaterra grande parte da sua vida, depois de ter acompanhado o Príncipe George de Hannover, de quem era Kapellmeister (mestre de capela) quando este se tornou Rei de Inglaterra, como Jorge I.
     
    O tema de Britten seria interpretado pela Royal Philharmonic Orchestra e cantado pelo coro da Academy of Saint Martin in the Fields. A letra alterna frases nas três línguas oficiais da UEFA: inglês, francês e alemão. 
     
    Um hino para a realeza
     
    Tal como no desporto rei, em que o hino da Liga dos Campeões saúda os «Reis» do futebol europeu, o tema original, que inspirou Britten, também é dedicado à realeza, mais propriamente à coroação do novo monarca de Inglaterra.
     
    Zadok the Priest (HWV 258) foi composto por Händel para a coroação do Rei Jorge II de Inglaterra em 1727, usando textos retirados da Bíblia do Rei Jaime, a primeira e mais famosa versão autorizada da Bíblia em língua inglesa. 

    Desde a coroação de Jorge II, a peça é cantada tradicionalmente aquando da unção do soberano. A letra dos quatro hinos que compõem a obra foram escolhidos por Händel, sendo adaptações de salmos bíblicos que relatam a unção do Rei Salomão.

    Os versos bíblicos que falam da coroação de Salomão já eram utilizados na entronização de todos os Reis ingleses desde que o Rei Edgar foi coroado na Abadia de Bath em 973, e têm por base o Livro dos Reis (1:38–40) onde se pode ler:

    Então desceu Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, e Benaia, filho de Joiada, e os quereteus, e os peleteus, e fizeram montar a Salomão na mula do rei Davi, e o levaram a Giom.
     
    E Zadoque, o sacerdote, tomou o chifre de azeite do tabernáculo, e ungiu a Salomão; e tocaram a trombeta, e todo o povo disse: Viva o rei Salomão!
    E todo o povo subiu após ele, e o povo tocava gaitas, e alegrava-se com grande alegria; de maneira que com o seu clamor a terra retiniu.
    E Zadoque, o sacerdote, tomou o chifre de azeite do tabernáculo, e ungiu a Salomão; e tocaram a trombeta, e todo o povo disse: Viva o rei Salomão!
    E todo o povo subiu após ele, e o povo tocava gaitas, e alegrava-se com grande alegria; de maneira que com o seu clamor a terra retiniu.
    Após o Livro dos Reis 1:38–40
     
    Zadok the Priest, and Nathan the Prophet anointed Solomon King.
    And all the people rejoic'd, and said:
    God save the King! Long live the King!
    May the King live for ever,
    Amen, Allelujah.
     
    Na coroação, a 11 de Outubro de 1727, o coro da Abadia de Westminster enganou-se e cantou Zadok the Priest num momento errado da cerimónia. Falha que nunca mais se voltou a repetir em futuras coroações. 
     
    Zadok the Priest (HWV 258) is a coronation anthem composed by George Frideric Handel using texts from the King James Bible. It is one of the four Coronation Anthems that Handel composed for the coronation of George II of Great Britain in 1727,[Note 1] and has been sung at every subsequent British coronation, traditionally performed during the sovereign's anointing.
     
     
     
     
     
    Part of the traditional content of British coronations, the texts for all four anthems were picked by Handel—a personal selection from the most accessible account of an earlier coronation, that of James II in 1685.[1] The text is derived from the biblical account of the anointing of Solomon. These words have been used in every English, and later British, coronation since that of King Edgar at Bath Abbey in 973.[2] An earlier setting had been written by Henry Lawes for the coronation of King Charles II.[3]
     
    At the coronation itself on 11 October 1727, the choir of Westminster Abbey sang Zadok the Priest in the wrong part of the service; they had earlier entirely forgotten to sing one anthem and another ended "in confusion".[4]
    Zadok the Priest (HWV 258) is a coronation anthem composed by George Frideric Handel using texts from the King James Bible. It is one of the four Coronation Anthems that Handel composed for the coronation of George II of Great Britain in 1727,[Note 1] and has been sung at every subsequent British coronation, traditionally performed during the sovereign's anointing.
     
     
     
     
     
    Part of the traditional content of British coronations, the texts for all four anthems were picked by Handel—a personal selection from the most accessible account of an earlier coronation, that of James II in 1685.[1] The text is derived from the biblical account of the anointing of Solomon. These words have been used in every English, and later British, coronation since that of King Edgar at Bath Abbey in 973.[2] An earlier setting had been written by Henry Lawes for the coronation of King Charles II.[3]
     
    At the coronation itself on 11 October 1727, the choir of Westminster Abbey sang Zadok the Priest in the wrong part of the service; they had earlier entirely forgotten to sing one anthem and another ended "in confusion".[4]
    The UEFA Champions League Anthem

     
     
    Zadok the Priest
     

     

    UEFA Champions League Anthem
    (Britten)
     
     
    Ce sont les meilleures équipes
    Es sind die allerbesten Mannschaften
    The main event
     
    Die Meister
    Die Besten
    Les grandes équipes
    The champions
     
    Une grande réunion
    Eine grosse sportliche Veranstaltung
    The main event
     
    Die Meister
    Die Besten
    Les grandes équipes
    The champions
     
    Ils sont les meilleurs
    Sie sind die Besten
    These are the champions
     
    Die Meister
    Die Besten
    Les grandes équipes
    The champions
     
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    Comentários (5)
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    motivo:
    GP
    O hino da Champions
    2020-04-12 19h34m por Gprof_isBack
    É bonito, mas o da liga europa(aquele antigo) é ainda melhor!Arrepio me todo ao ouvi lo!É mesmo espetacular, nem sei porque o mudaram!
    ZeroZero
    2015-03-13 11h45m por joaommx
    Têm um erro na letra do hino, na parte em alemão da primeira estrofe escreveram 'Es sind' quando deviam ter escrito 'Sie sind'. Gramaticamente nem sequer faz sentido escrever 'Es sind die allerbesten Mannschaften', que será qualquer coisa como 'Ela são as melhores equipas'.
    Agradecimento
    hm por zerozero.pt
    Muito obrigado pelo seu reparo, mas cremos que a letra (que foi transcrita do site da UEFA: http://www.uefa.com/uefachampionsleague/news/newsid=934488.html) está correta: "Es sind" não se traduz como "ela são" mas sim com "são" (sem género nem especificação) no sentido de "tratam-se" (das melhores equipas); "Sie sind" = "elas são". Analogamente, no verso anterior em francês é utilizada a formulação "Ce sont" = "são" ou "tratam-se" e não "Elles sont" = elas são.
    fixe
    2014-09-27 17h02m por tartaruga19
    excelente artigo que voces publicarao sobre o hino de uma das melhores competiçoes mundias de clubes
    Obrigado
    2014-04-13 19h52m por jfreitas
    Obrigado pela informação que enriquece todos aqueles que (verdadeiramente) gostam de Futebol. Os outros, esses, deveriam gostar de outra coisa menos nobre e bonita. . .
    gosto
    2014-04-13 14h11m por Tobin
    ora aqui está um artigo interessante, obrigado ao autor por partilhar esta curiosidade

    Este hino da Champions é realmente poderoso e até arrepia cada vez que oiço, encaixa bem como hino do torneio. A coroação dos reis do futebol

    cumprs