Benfica ganha nas grandes penalidades
Voo mediano nas alturas do Azteca
O Benfica empatou a zero no quarto e último jogo da International Champions Cup, ganhando por 3x4 nas grandes penalidades. As águias tiveram Gaitán em bom plano e Jonas a falhar um penálti, num jogo que voltou a revelar que há muitas arestas a limar por parte de Rui Vitória.
Pistolas mal calibradas
Carcela a titular
No onze, Rui Vitória lançou 10 jogadores que transitam da época passada. Carcela foi o único dos reforços na primeira equipa.
Mesmo em condições adversas, a equipa do Benfica não se atemorizou. Nem mesmo com a grandeza do mítico Azteca, longe de estar cheio. Depois de um período inicial de habituação, o 4x2x3x1 de Rui Vitória começou a impor futebol.
Condições adversas
O jogo disputou-se a 2.250m de altitude e o relvado apresentou-se bastante escorregadio. Pormenores que não beneficiaram as águias, que tiveram que se adaptar às circunstâncias.
Não se poderá dizer que fosse realmente atrativo. O adversário desde cedo tentou fazer uso da força, com um jogo mais ríspido, e os laterais demoraram a apoiar as ações ofensivas. Foram, por isso, os extremos os primeiros a puxar pela equipa: Gaitán de um lado, Carcela do outro procuravam sem receio o um para um e o desequilíbrio em velocidade. O argentino
A equipa foi sendo contagiada, com Pizzi a voltar a apresentar um bom envolvimento nas transições (o português está, de facto, cada vez mais rotinado para a posição 8). Faltava, depois, a finalização. Nisso, Jonas não foi feliz. De forma displicente, desperdiçou uma grande penalidade, de forma esforçada, atirou ao lado, de forma descrente, não teve pernas para finalizar uma corrida pela direita que o deixou isolado.
Luisão saiu e Gaitán, desta vez, acabou a capitão ©Getty / Billie Weiss
A primeira parte teve um bom período inicial, baixou a meio, mas teve, na maioria do tempo, o Benfica em melhor plano. Defensivamente, a equipa voltou a mostrar alguma passividade na zona central, ainda que mais coesa com André Almeida na direita. Ofensivamente, faltou ainda entrosamento entre Talisca e Jonas, o que se entende na ressaca da perda de Lima.
Incapacidade física
A segunda parte trouxe Nuno Santos pela primeira vez aos holofotes da competição, o que constituiu uma novidade para os adeptos encarnados. Trouxe também a continuação de Nico Gaitán em bom nível, se bem que menos acompanhado pelos companheiros. O 10 teve mais liberdade e foi para as costas de Jonas, deambulando entre os dois flancos - Nuno Santos entrou para a esquerda, Talisca mudou-se para a direita.
A partida foi bem menos interessante, diga-se. Algumas paragens, as habituais substituições e os minutos a correrem sem que motivos de interesse aparecessem. Restava perceber as mexidas táticas de Rui Vitória, que ia rodando posições no apoio ao homem da frente, mas que via a equipa com cada vez menos capacidade para chegar com condições à área contrária.
Guzzo preterido
Nos quatro jogos realizados na International Champions Cup, o médio foi o único que não teve qualquer minuto concedido por Rui Vitória.
Poder-se-ia pensar que a expulsão de Burón (aos 70 minutos) espevitaria as águias e pudesse dar alguma emoção ao jogo, mas, se deu, foi perto da baliza de Júlio César, obrigado a trabalhar para evitar o golo dos mexicanos, que apostaram no lado esquerdo defensivo das águias, onde Marçal subiu bem, mas defendeu mal.
Felicidade nas grandes penalidades
No desempate pela marca dos 11 metros, o Benfica foi mais eficaz e acabou por vencer o desafio. Gaitán desperdiçou, mas Cristante, Nuno Santos, Samaris e Jonathan Rodríguez converteram, com Ederson a defender um penálti e Rosel a atirar por cima no último.