Vingança que reforça a liderança

Depois de uma vitória moralizante no dérbi (1x0), o Sporting deslocou-se aos Barreiros para defrontar o Marítimo de Milton Mendes, a última equipa a derrubar e a tirar a formação de Rúben Amorim da Taça de Portugal, e a história foi bem diferente. Uma exibição categórica dos leões levou a um triunfo justo sobre um adversário claramente incapaz de lidar com o momento atual - quatro derrotas nos últimos quatro jogos - e que se apresentou longe do nível apresentado na Prova Rainha. A invencibilidade mantém-se, a melhor primeira volta de sempre confirma-se e a liderança sai reforçada da Madeira: seis pontos de diferença para o FC Porto.

Muito Sporting para tão pouco Marítimo

Os holofotes estavam por todos os motivos e mais alguns - e bastante óbvios - apontados a Paulinho e à sua titularidade, que acabou por ser uma confirmação - mais do que - garantida previamente por Rúben Amorim. 

É também por todos os motivos e mais alguns que o ex-Braga tem características que o tornam num dos melhores do nosso campeonato. É inteligente, baixa para dar linhas de passe, foge à marcação dos defesas, é associativo e aparece em zonas de finalização com facilidade. Por isso, começou de início a completar o trio com Nuno Santos e Pedro Gonçalves, relegando o mais combativo Tiago Tomás para o banco.

Ora, e não passou muito tempo para que o internacional português mostrasse serviço. Aliás, foi com um toque de classe que deu de bandeja o golo a Antunes logo a começar, mas a finalização azarada do lateral não deu para mais do que um remate ao lado.

Paulinho foi um dos chamarizes, mas praticamente só deu Sporting dos primeiros 45 minutos. O início foi forte, como apanágio, e as constantes ameaças à baliza de Amir iam adiando, com o passar do tempo, o inevitável. E passaram precisamente nove minutos para que o inevitável chegasse. Se os tantos e bons entrosamentos não surtiram efeito, foi através da profundidade que Pote, assistido por Gonçalo Inácio aproveitando uma asneira de Amir, inaugurou o marcador.

Uma vantagem precoce e que podia ter sido mais dilatada - mais remates ao lado do que na baliza - caso a finalização estivesse nos píncaros. Não esteve, mas a recuperação e a pressão alta fizeram o trabalho de negar qualquer envolvimento perigoso do Marítimo, que nem na primeira fase de construção mostrou critério suficiente para explorar a largura e o espaço entrelinhas onde Guitante é perito. Para além de um remate desastrado de Sassá, os insulares não conseguiram mostrar os mesmos argumentos do jogo da Taça de Portugal - nem o adversário cometeu os mesmos erros -, num reflexo da fase menos positiva desde a troca de treinador.

Pote vezes dois

O momento é positivo, a confiança transborda a cada lance e os jogadores estão mais do que motivados. Ainda nenhuma equipa conseguiu derrubar o Sporting nesta edição do campeonato e a última equipa a consegui-lo... Não se mostrou minimamente capaz, desta vez.

O ritmo da segunda parte voltou a ser pautado de verde e branco e a história não foi muito diferente da escrita antes do intervalo. Em alta rotação, a turma de Rúben Amorim, sempre com grande volume ofensivo, causava o pânico numa linha defensiva contrária impotente para travar essa avalanche.

Se Antunes realizou, muito provavelmente, a melhor exibição de leão ao peito, Pedro Gonçalves adicionou o quinto (!) bis da época à conta pessoal, finalizando, com classe, um passe do veterano lateral desde o flanco esquerdo.

O Marítimo limitava-se a evitar uma derrocada. Excetuando os cruzamentos de Hermes pela esquerda e algumas tentativas azaradas de Correa, os madeirenses pouco ou nada fizeram, traduzindo-se no facto de Adán não ter realizado uma única defesa durante os 90 minutos.

Assim, o Sporting vingou-se do 'carrasco' da Taça de Portugal e aproveitou para reforçar a liderança da Liga NOS: seis pontos de avanço para o segundo classificado, o FC Porto.