Foi um jogo de centímetros, literalmente. Famalicão e Santa Clara não saíram do nulo na jornada 25 da Liga bwin, numa partida que contou com dois golos anulados, um para cada lado, por foras de jogo.
A primeira parte foi de domínio famalicense, fruto de uma pressão intensa que empurrou os açorianos para o seu meio campo. Mário Silva reagiu ao intervalo e melhorou a equipa, que cresceu e criou perigo da sua parte. Faltaram os golos legais para premiar um espetáculo que teve mais emoção do que o resultado indica.
Escrevemos na antevisão que estas eram duas equipas que servem de argumento para os que são a favor das mudanças de equipas técnicas no decorrer da temporada. A verdade é que, sem grande tempo de preparação, os dois treinadores chegaram, colocaram em práticas as suas ideias e transformaram por completo as respetivas equipas, com um pulo considerável na tabela.
A pressão alta criava imensas dificuldades ao adversário, que nem a qualidade com bola de Morita no centro fazia disfarçar. Na resposta era quase sempre Bruno Rodrigues a ser solicitado, ora no pé, ora em velocidade, para criar perigo. Foi ele que apareceu, ao minuto 11, para finalizar um lance de insistência do ataque, que começou com um cruzamento de João Carlos Teixeira. Ainda festejaram os adeptos famalicenses, mas o VAR indicou a posição irregular do reforço do inverno no início da jogada.
O Santa Clara não parecia ter resposta e as reações de Mário Silva indicavam isso mesmo. A iniciativa era do conjunto da casa, que voltou a estar perto em duas ocasiões, mas sem efeitos práticos porque a defesa açoriana também respondia bem. Ao intervalo, o nulo era bem mais penalizador para o Famalicão.
Mário Silva percebeu que teria de mudar e não quis esperar muito para o fazer. Três mudanças ao intervalo, duas delas para os amarelados da primeira parte.
Pouco depois, inverteram-se os papéis quando Rui Costa fugiu nas costas de defesa famalicense e finalizou para o fundo da baliza. Tal como aos anfitriões, o VAR indicou a posição irregular do avançado e o golo acabou invalidado.
Estava, ainda assim, dado o aviso de que o Santa Clara estava bem vivo e o jogo muito longe de estar resolvido. As mudanças de Rui Pedro Silva funcionaram em sentido contrário às do treinador rival, visto que a produção reduziu substancialmente. Até ao final, queixas dos visitantes numa eventual grande penalidade por braço na área, onde parecem ter razão, antes de um cabeceamento muito perigoso de Cádiz para defesa de instinto de Marco.
No final, um empate que se ajusta.
Mérito para os dois treinadores, que têm tido nas respetivas defesas a chave para o sucesso recente, com as recuperações na tabela. Esta tarde deixaram outra vez a baliza em branco, apesar do empate, e deram continuidade aos registos defensivos positivos.
Não foi uma partida desinteressante. Pelo contrário. Houve momentos de futebol bem jogado e oportunidades de grande perigo, mas no final de contas faltou o golo para premiar o espetáculo.
Parece haver razões para assinalar grande penalidade aos 85 minutos por braço na bola de Pedro Brazão. Mal o árbitro, que ainda esteve a escutar as indicações do VAR. De resto, precisou de auxílio para anular os dois golos marcados, precedidos de posições irregulares.