Ezequiel Schelotto passou por Alvalade apenas por uma temporada e meia, mas não esquece o tempo que passou em Lisboa.
«Em Portugal vivi momentos lindos. A minha filha nasceu aí. Tenho amigos e ex-companheiros com quem continuo a falar todos os dias. Eu queria ficar mais tempo, mas pronto, foram dois anos e gostei muito. Agora estou há três anos em Inglaterra e estou cómodo aqui», começou por dizer, em entrevista ao portal Mais Futebol.
Sobre a experiência em Portugal, há uma pessoa difícil de esquecer e muito importante no percurso de Schelotto: Jorge Jesus.
«O Jorge Jesus é uma pessoa a quem vou estar sempre agradecido, porque foi ele quem me lançou como lateral no mundo do futebol. Lembro-me de uma vez ter vindo falar comigo e me dizer: ‘Se tivesses vindo trabalhar comigo há três anos, fazia de ti o melhor lateral direito do mundo. Infelizmente para ti, chegaste com 26 anos a Portugal’. Lembro-me também que eu estava em Itália, ele ligou-me para o telemóvel e disse-me: ‘Vens jogar para cá e vais ser lateral direito, não quero que penses em mais nada. E se me escutares, vais ser um grande lateral direito’. E a verdade é que foi assim. Em dois anos joguei com 60 jogos como lateral pelo Sporting. Foi tudo por causa dele, que viu em mim um lateral, e vou estar-lhe agradecido por isso», acrescentou o atual jogador do Brigthon.
«[Jorge Jesus] Tem um carácter difícil, é verdade, mas se excetuarmos isso, foi sempre um pai para mim. Por isso nunca vou estar rancoroso com ele. Não tenho nada contra ele. Mesmo quando me disse que não ia contar comigo para a época seguinte, eu respeitei e segui em frente. Desde então, e ainda hoje, jogo aqui no Brighton da maneira que ele me ensinou. Aqui em Inglaterra os jogadores têm muitas dificuldades taticamente e eu jogo à maneira de Jorge Jesus, como ele me ensinou. E por isso foi fácil para mim jogar em Inglaterra», atirou o lateral direito ítalo-argentino.
Por último, sobre um possível regresso a Portugal, Schelotto não fechou a porta a essa possibilidade: «Obrigado por tudo o que me ajudaram em Portugal, a mim e à minha família. Ainda hoje me enviam mensagens, a pedir que voltar. Espero um dia voltar. Não sei se agora ou mais tarde, mas espero voltar. Desejo-lhes muita sorte e que o Sporting volte a ser forte como era há uns anos».