Estava a começar dezembro de 2016, já fazia frio e mais gelada estava a pontaria portista. Passara, naquele jogo com o Braga, os 500 minutos sem marcar, uma situação impensável e que incluiu, nesse mesmo desafio, um penálti parado por Marafona a André Silva. Era um FC Porto amaldiçoado e seria um menino, 18 anos apenas, a acabar com o bruxedo. Chamava-se Rui Pedro e saltava do banco para dar três pontos cinco minutos para lá dos 90.
Rui Pedro ainda fez mais alguns jogos, foi chamado por Nuno Espírito Santo, marcou outra vez, mas a alternância entre equipa A e equipa B não foi do seu agrado, pelo que, finda a época e depois de perceber que não teria espaço exclusivo na equipa A com a chegada de Sérgio Conceição, fez força para sair.
Foi para o vizinho Boavista, num retomar de ligação entre os dois clubes portuenses, o que não é prática comum. Porque assim não teria de mudar de realidade, porque assim teria a família e os responsáveis pelo clube onde se formou por perto, porque assim teria todas as condições para competir no principal escalão português.
20 jogos, maioritariamente vindo do banco (só cinco titularidades), um golo apenas e a definição de «pior época da carreira», disse o próprio.
No FC Porto, é a resposta. Houve a tentativa de novo empréstimo, depois de se saber que não contava para Sérgio Conceição - nem sequer foi chamado a fazer a pré-época - só que não houve acordo com ninguém.
Por isso, ficou no Dragão. Mais concretamente, na equipa B, onde só agora começou a jogar com Rui Barros. Dois jogos, um golo e uma possível rampa de relançamento.Cedo? Talvez, mas a falta de soluções sugerem a Sérgio Conceição uma nova procura por alternativas. E, é bom frisá-lo, Rui Pedro está inscrito e apto a jogar a Liga dos Campeões, ao contrário de Marius ou de Rui Costa, outros avançados que têm estado em competição na formação secundária dos azuis e brancos.
Resta também perceber se o próprio tem a fibra necessária para convencer Sérgio Conceição a curto prazo.
1-0 | ||
Moussa Marega 49' |