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      Rubrica 'O meu futebol em quarentena': Canadá

      Ricky Gomes: «A minha situação não é má, mas há muita gente que perdeu o emprego»

      2020/04/14 18:30
      E0

      O futebol parou por todo mundo devido ao surto de coronavírus e por todo o mundo há portugueses à espera de ultrapassar esta situação para voltarem a fazer o que mais gostam: jogar futebol.

      Neste tempo em que o exigido é «ficar em casa», o zerozero foi conversar com vários portugueses espalhados pelos quatro cantos do Mundo para perceber como tem sido este período sem futebol e como têm acompanhado toda esta situação, lá fora e em Portugal. Sempre à distância, claro.

      Da vizinha Espanha à longínqua Indonésia, o mote passa por ficar em casa e ler os relatos da rubrica: «O meu futebol em quarentena».

      • Ricky Gomes, guarda-redes do Atlético Ottawa, da Canadá

      zerozero (ZZ): Como tens ocupado o teu dia durante a quarentena?

      Ricky Gomes (RG): A minha equipa deu-nos um programa para fazermos durante esta fase. De manhã faço o treino e depois fico com o resto do dia livre. Ainda faço um plano complementar, mas de resto é como o resto das pessoas: passo o tempo a falar ao telemóvel com família e amigos.

      ZZ: Que indicações te deu o clube?

      RG: Assinei há relativamente pouco tempo com o Atlético Ottawa, que faz parte do Atlético Madrid. Fomos fazer a pré-época a Madrid e estávamos lá há uma semana quando as coisas começaram a piorar bastante e fecharam tudo. Felizmente, o clube foi rápido a marcar as viagens e saímos logo, e voltámos para o Canadá. Tivemos de fazer 14 dias de isolamento, nem podíamos ir as compras. Entretanto esse prazo passou e agora estamos a treinar à parte, muitas vezes através de videochamadas. A liga está suspensa, mas acreditam que possa reatar. No nosso caso é mais fácil porque a liga nem sequer começou, ou seja podemos alterar ou adaptar o calendário. Ainda não sabemos o prazo que vamos ficar em quarentena. Acredito que vão recomeçar à porta fechada e assim pode haver desporto na televisão que neste momento faz muita falta.

      ZZ: Quando tempo estiveram em Madrid?

      RG: Estivemos uma semana em Madrid. Éramos para ficar um mês no centro de estágio do Atlético, fazer alguns amigáveis por lá, mas tivemos de alterar o nosso plano todo.

      ZZ: Como é ficar tanto tempo em casa?

      RG: Detesto ficar em casa. Quando estou na vida normal, agora temos de falar em vidas normais, tento ficar fora de casa o máximo de tempo possível. Gosto de passear, de ir conviver com amigos. Gosto de ter vida social. Não gosto de estar dentro de casa. Felizmente estive na Madeira no início da época e consegui aproveitar muito da beleza da ilha e agora estou a sentir falta.

      ZZ: Que conselhos deixas (livros, filmes, séries...)?

      RG: É importante não perder contacto com as pessoas. Sou péssimo a mandar mensagens e a falar pelo telefone, tenho de admitir, mas é uma coisa importante. Há muitas pessoas a sofrer, que estão sozinhas e não deveríamos esquecer-nos delas. Também é importante as pessoas não pararem. Temos de ver isto como um desafio.

      ZZ: Tens mantido contacto com os teus colegas?

      RG: Falamos pelo zoom. Estamos todos por videochamada a fazer os treinos que dá o preparador físico. Através do whatsapp também tentamos meter sorrisos na cara dos colegas... Temos de rir para não chorar. A minha situação não é má, mas há muita gente que perdeu o emprego. Aqui também temos jogadores estrangeiros que estão à espera de saber se voltam ou não aos próprios países.

      ZZ: Como tens acompanhado a situação em Portugal?

      RG: Tenho falado com a família. Estamos todos no mesmo barco. Estamos todos à espera. Graças a Deus não tenho ninguém conhecido com o vírus.

      ZZ: Como está a situação no Canadá?

      RG: A situação não está muito mal. É um país muito grande, pessoas mais afastadas. Não tem concentração grande como outros países. Não perdemos o controle. Por exemplo, quando aterramos já tinham fechado fronteiras para os estrangeiros. Temos cerca de 20 mil casos e neste momento só os serviços mais básicos estão abertos.

      ZZ: Como contas regressar à competição? Tem sido fácil manter a forma?

      RG: É a parte mais difícil... A parte mental. Já não conseguimos fazer a parte que mais gostamos, não vemos a bola… Temos seguido o tal plano enviado pelo clube. É mais chato porque não conseguimos competir entre nós.

      ZZ: Quando isto acabar, qual é a primeira coisa que queres fazer?

      RG: Como ficamos logo em isolação não deu para conhecer muito a cidade. Agora já consegui conhecer um pouco o bairro onde estou, mas as lojas estão todas fechadas. Quero muito treinar, mas também quero muito conhecer a cidade. Ir a pé e perder-me no meio da cidade... Ainda não conheço Ottawa. Vejo fotografias, mas não sei o que esperar em termos de ambiente.

      • A mensagem de Ricky Gomes:

      Canadá
      Ricky Gomes
      NomeRichard Soares Gomes
      Nascimento/Idade1993-07-19(30 anos)
      Nacionalidade
      Canadá
      Canadá
      Dupla Nacionalidade
      Portugal
      Portugal
      PosiçãoGuarda Redes

      Fotografias(1)

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