Uma goleada e a melhor exibição da época. O Sporting dificilmente podia pedir melhor forma de carimbar a qualificação para a fase seguinte da Liga Europa, depois de uma goleada (4x0) incontestável frente ao PSV. O tempo foi conselheiro e os leões dominaram por completo num jogo em que vencer era obrigatório. Missão cumprida com distinção.
A entrada na prova foi em falso, as três vitórias consecutivas foram construídas com muito esforço e sem um grande nível de espetacularidade. Afinal, o contexto não foi o melhor e Silas, quando pegou na equipa nesses jogos de Liga Europa, lembrou que o principal nesta altura era vencer. Jogar bem vinha depois, mais tarde, com tempo. Numa competição tão curta como a Liga Europa, tempo não é o que mais há, mas este Sporting mostrou trabalho no tempo extra que ganhou com a pausa de seleções e de forma natural carimbou a qualificação para a próxima fase da competição. Os jogos anteriores e a qualidade individual do PSV não faziam esperar uma partida tão positiva por parte dos leões, mas mérito para a equipa de Silas, que desde cedo soube facilitar o próprio jogo. Bruno Fernandes, uma vez mais, esteve em claro plano de destaque.
O regresso de Wendel e a estreia europeia de Maximiano foram os destaques na altura do lançamento do onze inicial, mas quando a bola começou a rolar o destaque foi outro. Havia um Sporting diferente dos anteriores. Com bola, o recuar de Doumbia para o meio dos centrais (às vezes atrás deles), foi desde logo percetível e fez a diferença nos melhores 20 minutos da época dos leões.
As melhorias eram claras na equipa de Silas, na de van Bommel nem tanto. Apesar do triunfo na Holanda, o PSV tinha mostrado fragilidades defensivas que não foram corrigidas para esta partida tão decisiva para o conjunto holandês, que só podia continuar a sonhar com a passagem à fase seguinte com um triunfo em Alvalade. A desconcentração coletiva chegou a ser explorada por um Sporting bem abaixo daquele que esteve hoje em Alvalade. Em campo, a matemática foi simples.
Se o Sporting se apresentou melhor e o PSV pior do que na primeira jornada - a nível ofensivo não apareceu a mesma qualidade - é fazer as contas. Aos 16 minutos, o Sporting já vencia por 2x0. Mérito do que a equipa de Silas melhorou até então e de Bruno Fernandes, que assistiu para o golo de Luiz Phellype, de cabeça, e que fez o segundo golo logo aos 16 minutos, quando o PSV deixou ainda mais claras as debilidades na ocupação do espaço defensivo. A lição foi mal estudada, Bruno Fernandes teve toda uma via aberta e limitou-se a fazer o que faz muitas vezes. Rematou e marcou. Ainda nem vinte minutos tinham passado e a vantagem já dava conforto.
O Sporting, confiante, foi trocando bola com uma qualidade pouco vista esta época, saíndo a jogar pelo corredor central sem grandes dificuldades. Enquanto isso, o PSV procurava um lance que ajudasse a crescer. A oportunidade apareceu. Apesar das melhorias, os erros da equipa portuguesa continuam a ser uma constante. Esta noite apareceram menos vezes, mas ainda assim as suficientes para Bruma assustar os seus antigos adeptos. O português foi assobiado sempre que tocou na bola e foi travado por um guarda-redes que também saltou da formação para a equipa principal. Felino, Maximiano saiu dos postes para segurar a vantagem no período de maior aperto à área leonina. O PSV queria crescer, mas o 3x0 em cima do intervalo foi decisivo. Bruno Fernandes voltou a ser importante, assistiu Mathieu, que aproveitou a terceira grande desconcentração da equipa holandesa para descansar os adeptos leoninos, que, perante uma exibição atípica de tão positiva que foi, brindaram os seus jogadores com um regresso aos balneários debaixo de um coro de aplausos.
Com uma desvantagem de três golos, van Bommel fez duas alterações ao intervalo na tentativa de marcar um golo que permitisse relançar o encontro. O arranque até foi prometedor, com Maximiano a voltar a mostrar qualidade perante um remate de Malen na grande área, mas depois foi mais do mesmo. Uma equipa incapaz no processo defensivo e entregue à derrota, que ficou mais certa com o passar do tempo.
Sem apresentar o mesmo estilo de jogo apoiado que mostrou em largos períodos da primeira parte, o Sporting procurou explorar os espaços que o PSV ia oferecendo na sua retaguarda. Com um futebol mais vertical e com menos toques, os leões chegavam cada vez mais perto da baliza holandesa. O 4x0 foi uma questão de tempo... e de talento. Enorme jogada individual de Acuña, que só parou porque Baumgartl não gostou de ver os colegas serem driblados e travou o argentino na grande área. Bruno Fernandes lá apareceu para voltar a marcar e sentenciar uma partida que há muito parecia sentenciada.
Os minutos finais foram de um PSV à espera do fim do jogo e da despedida europeia, frente a um Sporting a querer sempre mais. Não houve mais, mas dificilmente haverá um sportinguista insatisfeito depois desta partida. A exibição é para recordar e até para copiar durante a época. Quanto à Liga Europa, o objetivo principal está conseguido, agora passa por ir à Áustria garantir o primeiro lugar do grupo e para isso um empate é suficiente.
O Sporting não podia ter pedido melhor regresso à competição e melhor forma de carimbar a qualificação para a fase seguinte da Liga Europa. A equipa de Silas realizou uma exibição espetacular, sem dúvida a melhor da época e facilitou o caminho. Bruno Fernandes foi o destaque individual, mas a nível coletivo foi sem dúvidas uma partida convincente.
Se de um lado houve um grande Sporting, do outro houve um péssimo PSV. A equipa holandesa precisava de vencer e veio a Alvalade para atacar, mas não só o fez mal como se esqueceu que também tinha de defender.