Taças das areias só em Braga

A época de futebol de praia abriu com a disputa da Supertaça, entre a AFD Torre e o SC Braga, em Buarcos, uma freguesia costeira da Figueira da Foz, pelo que as duas equipas percorreram sensivelmente a mesma distância, desde cascais e Braga respetivamente, para jogar num terreno verdadeiramente neutro a disputa deste troféu.

Os Gverreiros das areias mostraram uma preparação e uma qualidade de plantel que os voltam a colocar num patamar de favoritismo no que se refere à disputa das restantes provas nacionais, Campeonato de Elite e Taça de Portugal. Os bracarenses, agora liderados a tempo inteiro por Bruno Torres, depois de este ter terminado recentemente a sua carreira como futebolista dos areais num jogo realizado ao serviço da seleção, entraram da melhor forma na nova temporada e venceram por 4x1, números que deixam poucas dúvidas quanto ao mérito de vencedor. O jogo decisivo foi bem disputado e no fim do segundo período os brácaros já venciam por quatro golos de diferença, pelo que o terceiro período foi de alguma gestão do tempo de jogo, com a consciência coletiva sobre a importância da conquista de mais este troféu.

O SC Braga entrou em campo capitaneado por Bê Martins, sendo estranho ver Bruno Torres sem estar vestido como jogador, depois de tantos anos a usar a braçadeira de Capitão no comando da equipa. Agora, nesta nova fase da sua vida, desejo que o treinador atinja um patamar de excelência, como atingiu enquanto jogador, consolidando o percurso iniciado há uns anos, em acumulação, como líder máximo da modalidade em Braga, onde conduziu a equipa ao topo do mundo.

A entrega do prémio desta vez não teve a máscara de Gverreiro colocada no rosto Capitão, uma imagem de marca anterior e que pode ser (re)utilizada nesta nova fase sem quaisquer problemas relacionados com plágio. Afinal, esta equipa forma um grupo tão coeso que mais parece uma família onde cada membro tenta ajudar o próximo. Curiosamente, estes laços familiares já eram efetivos com a presença no grupo dos irmãos Torres, António e Bruno, agora os dois no comando da equipa, e dos irmãos Martins, Bê e Léo, sendo agora reforçados com a presença dos irmãos Alves, depois de Thales se juntar a Tanger no plantel do SC Braga, com a particularidade de ambos usarem T. Alves nas camisolas, algo que pode ser revisto no futuro. Os meus parabéns aos Gverreiros das reias, com votos que este seja apenas o primeiro triunfo de muitos no futuro.

Com a obtenção deste título, o SC Braga conquistou todas as provas realizadas na Taça de Portugal e na Supertaça, sendo que, por isso, as taças das areias só em Braga é que se podem ver, o que demonstra bem o domínio atual dos bracarenses quando a bola rola nas praias portuguesas. O êxito nesta Supertaça de futebol de praia passou ao lado dos jornais desportivos portugueses, algo não surpreende minimamente os mais atentos, sendo essa uma das razões porque as pessoas se fartam dos jornais e estes, depois, passam pelas dificuldades de quem não se soube adaptar às novas realidades alargadas e aos novos públicos.

No final do encontro houve um pedido de casamento do guarda-redes suplente, Francisco Ferreira, que jogou os instantes finais, perante as câmaras da televisão, ficando esse pedido associado à conquista deste troféu.

Uma nota separada para falar do futebol no relvado, onde o SC Braga conseguiu dois triunfos consecutivos, no Estoril por 1x0 e na receção ao Vizela por 2x1, que consolidaram por agora a quarta posição, cuja distância aumentou para cinco pontos eu duas jornadas, e manteve a partilha do terceiro lugar com o FC Porto, fazendo prever que a luta pelo último lugar do pódio pode durar até ao fim.

Veremos se as previsões do momento são confirmadas pelo tempo e se os arsenalistas conseguem boa performance nesta reta final de campeonato que aparenta ser muito exigente.

A receção ao Vizela teve, além do triunfo conseguido, teve uma homenagem de toda a Legião presente na Pedreira ao treinador Rui Duarte ao minuto 23 que simbolizava a idade do filho que o treinador perdera e que inundou o técnico de emoções verdadeiramente fortes. As palmas dos adeptos e as tarjas elaboradas pelas claques mostraram que ali se viveu algo que está acima de qualquer jogo de futebol.