Bruno de Carvalho foi, esta quarta-feira, ilibado do crime de autor moral na invasão à Academia de Alcochete.
O Ministério Público (MP) concluiu que não existem provas que indiquem que o antigo presidente tenha sido o autor moral de crimes como ameaça agravada, ofensa à integridade física qualificada e de sequestro, pelos quais tinha sido acusado.
Segundo o MP, as críticas de Bruno de Carvalho após o jogo com o Atlético de Madrid não provam que o antigo presidente leonino tivesse intenção de causar violência. Quanto ao facto de a hora do treino ter sido alterada, essa foi uma questão considerada irrelevante pelo tribunal, até porque não há provas de que tenha sido o então presidente a proceder à mudança de horário. Portanto não existiu qualquer conclusão que Bruno de Carvalho tenha sido autor moral do ataque por parte do MP.
Neste processo foi também rejeitada a classificação de «terrorismo», uma vez que não ficou provado que os 41 arguidos tivessem intenção de intimidar outras pessoas que não jogadores e equipa técnica do Sporting.
Tal como Bruno de Carvalho, também Mustafá e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos do Sporting, foram absolvidos da autoria moral da invasão de Alcochete. Por outro lado, os 37 arguidos que entraram na Academia do Sporting podem sofrer uma pena única que não excederá os cinco anos de prisão, sendo que há 24 arguidos sem antecedentes criminais e, como tal, as penas devem ser suspensas.
Numa declaração na sua página de Facebook, Bruno de Carvalho reagiu à decisão do tribunal:
«Processo Alcochete
Hoje foi apenas mais uma etapa neste longo e árduo processo. Falta a decisão do colectivo de Juízas.
Mas se sempre me revoltei perante a postura de Cândida Vilar, hoje tenho de enaltecer a postura de uma Mulher com letra grande: a Senhora Procuradora Fernanda Matias.
Clara, objectiva, honesta e apenas movida pela vontade de fazer Justiça!
Hoje recuperei um pouco da minha crença na Justiça. O pedido de absolvição, por parte do MP, foi, para mim, uma notícia merecida e que dedico à minha companheira, às minhas filhas e pais, aos meus advogados (em especial ao Miguel) e às pessoas que sempre lutaram pela crença na minha inocência e pela reposição da verdade.
Ainda nada está ganho mas esta sensação de início de justiça tinha de ser partilhada com todos!
Seguimos juntos!»