Foram três dias e uns pozinhos a sentir o pulso da cidade na receção à final da Liga dos Campeões. Num registo um pouco amargurado, por os dois clubes da cidade não andarem nestas andanças, nem por isso os italianos desvalorizaram o evento.
Aliás, num termo de comparação com o que assistimos há um ano em Berlim (tem desculpa por ser muito maior), a envolvência foi bem mais vincada desta vez, quer pela mobilização que a cidade teve, quer pelo enorme ambiente criado pelos espanhóis.
Por aqui provámos (e repetimos) as pizzas, por aqui sentimos o quão belo é o idioma italiano, por aqui percebemos uma vez mais que as rádios podem ser variadas nas escolhas musicais e não estarem constantemente na mesma tendência e por aqui percebemos também que, apesar de pertencer ao sul da Europa, Itália tem uma face intermédia, entre o sangue latino e o rigor organizacional da Europa central.
Se há coisa que fizemos, nesta viagem, foi tomar banho. Cerca de quatro a cinco por dia (sem exagero), para combater o clima incrivelmente quente - ouvimos falar que esteve agreste em Portugal... Noutras notas, há a destacar a dificuldade em se conseguir ter internet em espaços públicos (restaurantes, bares), apesar da suposta rede wi-fi pela cidade, que raramente funciona (talvez pelo fluxo de utilizadores), e a não muito usual aptidão para o inglês ou o espanhol.
De qualquer maneira, uma sensação de que o estilo de vida é bastante parecido com o português. E que há um constante cheirinho a mozzarella no ar...
Fomos parlando um pouco com os adeptos de Inter e Milan. Sim, era fácil distingui-los, porque, se há coisa que não se lhes pode apontar, é falta de orgulho. Consigo carregam usualmente as camisolas do clube e, quando se cruzam, mesmo não se conhecendo, há uma espécie de comunicação telepática que transmite alguma frustração, misturada com esperança no amanhã.
A Liga dos Campeões voltou à cidade, que não a via desde fevereiro de 2014 (no caso do Milan) e de 2012 (no caso do Inter). Agora, novo marasmo por pelo menos mais um ano, à espera de melhores dias rosoneri e nerazzurri.
Até porque não estamos a falar de uma cidade qualquer. Tirando Madrid, que conta agora com 11 (todas do Real), Milão é quem reúne mais Ligas dos Campeões: sete do Milan e três do Inter. O que explica bem o atual sentimento.
Por nós, fica o desejo de que voltem o quanto antes. Obrigado e...arrivederci!
1-1 (5-3 g.p.) | ||
Sergio Ramos 15' | Ferreira-Carrasco 79' |