Num jogo bipolar, os pontos ficaram divididos graças a um golo de Sergio Ramos (quem mais?) em cima do minuto 90. Os merengues foram melhores no primeiro tempo, a entrada de Iniesta devolveu ao Barcelona o seu rosto habitual, só que para o fim estava reservado o momento que manteve a distância de seis pontos entre as duas equipas na classificação.
Foram dois lances de bola parada a decidir, em períodos onde quem marcou até nem era quem estava melhor, num jogo que não foi dos melhores entre estas duas equipas em termos de qualidade, mas que teve a emotividade de sempre. André Gomes foi titular e Cristiano Ronaldo comandou o ataque blanco.
O contexto em que este jogo se apresentou foi em tudo anormal, para o que se tem visto nos últimos anos. Com mais seis pontos na classificação, o Real Madrid apresentava-se muito mais confiante e sem a pressão, que era toda do Barcelona. Com maus resultados recentes, a equipa de Luis Enrique estava escaldada e isso notou-se muito.
Foi muito por isso que a primeira parte teve um Barcelona muitas vezes irreconhecível e um Real Madrid confortável com o jogo e a ter espaço para as suas oportunidades. Duas foram de Ronaldo: numa atirou para defesa apertada de Ter Stegen, noutra viu um adversário tirar in extremis o cruzamento de Benzema.
Só que, se não havia Iniesta do lado catalão (haveria depois e com muita qualidade), também não havia Gareth Bale do lado merengue. E que falta faz o galês e a sua capacidade de explosão!
Conjugados os dois factos, o Barcelona voltou a ser Barça e contraiu finalmente o Real Madrid, que só à entrada para o último quarto de hora se conseguiu restabelecer - mal Zidane a tirar Isco e meter Casemiro quando o espanhol estava a ser dos melhores.
Ronaldo entretanto andava já desaparecido (provavelmente, algumas questões físicas a afetá-lo) e Benzema foi quase sempre uma nulidade, restando Modric a potenciar o jogo da sua equipa, se bem que já sem a mesma frescura do primeiro tempo. É que o futebol dos culés era então muito, mas muito mais personalizado e consistente, simplesmente porque Iniesta estava em campo.
E só houve emoção até ao fim porque Neymar e Messi foram perdulários no momento de finalizar e de fechar as contas. Falharam... E Sergio Ramos guardou para o fim o balde de água fria.