Chegados à final, pouco ou nada importa o que foi feito e alcançado durante a competição. Com o jogo de todas as decisões à porta não há histórico e passado recente que atenue a esperança por levantar o caneco. Por isso, o Peru também tem as suas oportunidades de materializar o Maracanazo 2.0 e vencer a Copa América 2019.
Não tenhamos, ainda assim, receio das palavras. Para o Brasil tudo o que não seja conquistar o título, em casa, perante este adversário que já foi goleado, será encarado como um fracasso. A condição de anfitrião traz consigo responsabilidade a uma seleção que ainda não sofreu um único golo durante as últimas semanas. O favoritismo existe e é real.
Depois de sofrer uma pesada goleada, por 5x0, aos pés do Brasil, ainda na primeira fase da prova, o Peru partiu para as eliminatórias como um outsider bem secundário, especialmente tendo em conta o decréscimo exibicional face ao último campeonato do Mundo. Era muito difícil encarar a formação de Gareca como um mínimo candidato, sequer.
O que é certo é que a final passou mesmo a realidade. Perante o Uruguai houve solidariedade e a estrelinha da sorte, chegando na meia final contra o Chile a melhor exibição. Um 3x0 assente numa boa organização (defensiva e ofensiva), num bom guarda-redes (Gallese) e em três, quatro unidades capazes de fazer a diferença no último terço - Guerrero é cada vez mais uma instituição da Copa América...
Mas não será nada fácil qualquer boa ideia de Gareca e inspiração individual aparecer no Maracanã. Estamos perante, por certo, uma das seleções canarinhas mais consistentes das últimas décadas. É verdade que na frente tem havido pouco mais do que talento individual - Firmino e Jesus entenderam-se às mil maravilhas, diante da Argentina -, mas, mais atrás, há um guardião que não sofre um único golo desde o início de maio, uma organização capaz de enervar a mais talentosa das equipas e um lateral cada vez mais preparado para assumir o título de melhor jogador da competição, para lá do lugar garantido na história do jogo.
Por muito que haja tendência por parte de uma equipa em olhar para o 5x0 de uma fase de grupos, uma final é capaz de deixar todos esses fantasmas às portas do balneário, pelo menos. São 90 minutos únicos, especialmente para aqueles que já festejaram pouco ou nada na sua história.
Willian
Richarlison, Filipe Luís e Fernandinho (todos em dúvida)
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Brasil | Peru | |||
7 | 10 | Golos marcados | 6 | 8 |
7 | 0 | Golos sofridos | 6 | 8 |
5 | Jogos | 5 | ||
2 | Golos Marcados | 2 |