A 3ª eliminatória da Taça de Portugal traz um condimento extra à prova mais antiga do calendário nacional. É nesta fase que as equipas da elite do futebol português - entenda-se da I Liga - entram em ação, o que não significa a passagem automática à próxima fase, mesmo que muitos dos adversários sejam equipas de escalões inferiores.
Com este propósito e depois de ter elaborado os tomba-gigantes da 4ª eliminatória, na pretérita temporada, o zerozero fez o levantamento das eliminações ao primeiro round dos ditos três grandes do futebol português, o que engloba quedas na terceira ou na quarta eliminatória, dependendo de quando a Federação Portuguesa de Futebol ditou a entrada em cena de tais emblemas.
Foi o primeiro grande hecatombe do milénio - ocorreu em 2002/03 - e contribuiu para mais uma época de insucesso do Benfica, a viver um ciclo de agonia e seca total de títulos. Ainda no antigo Estádio da Luz, as águias despenharam-se pouco depois de levantar voo. Um golo solitário de Cílio Souza - posterior figura do Beira-Mar - bastou para fazer o Gondomar avançar mais um degrau na prova. Ao Benfica, nem as entradas de Drulovic e Mantorras valeram de algo.
Não tão chocante como a eliminação do velho rival encarnado, os dragões deixaram-se engolir pelo ambiente efervescente do Estádio D. Afonso Henriques e sucumbiu ao bis imposto por Nuno Assis em menos de vinte minutos. Derlei ainda reduziu nos dez minutos finais, mas a surpresa estava destinada a acontecer, numa noite memorável para os pupilos de Manuel Machado. Nessa equipa do Vitória SC pontificavam nomes como Alex, Elpídio Silva, Flávio Meireles ou Rogério Matias.
Foi preciso esperar duas épocas para testemunhar uma das maiores surpresas do futebol português, protagonizada pelo histórico Atlético CP, em pleno Estádio do Dragão. Os azuis e brancos, então orientados por Jesualdo Ferreira, acertaram em todo o lado menos na baliza de Marco Gomes, sofrendo a sentença por volta da hora de jogo. David da Costa teve sangue de réptil e finalizou um lance tão épico como atabalhoado, em plena área de Vítor Baía. Para consumar nova tarde de desinspiração total, Ricardo Quaresma ainda acertou no poste, na cobrança de uma grande penalidade, em cima do minuto 90.
Foram precisas seis épocas para voltar a observar feito idêntico, na primeira vez que o Sporting foi protagonista pelas piores razões. Frente a um Moreirense de primeira, os leões perderam-se numa visita ao Minho verdadeiramente alucinante. O capitão Rinaudo adiantou os comandados de Oceano Cruz, mas uma grande exibição de Pablo Olivera, salpicada com dois golos inverteu a situação. Depois foi a altura de van Wolfswinkel mostrar as últimas coordenadas ao leão, antes de Wagner Borges dar a machadada final, numa altura em que já se jogava o prolongamento no Comendador Joaquim de Almeida Freitas.
É a grande exceção à regra das primeiras aparições dos grandes. Isto porque invariavelmente neste desafio, entre FC Porto e Sporting, algum deles tinha de saltar fora de cena. Uma infelicidade de Marcano adiantou os leões, Jackson Cha Cha Cha Martínez anulou a festa verde e branca quase de imediato, mas um grande golo de Nani e outro de Carrillo abrilhantaram a sensacional vitória do Sporting em casa dos dragões.
O último capítulo das eliminações precoces, tem no Sporting a última vítima, na época 2019/20. Os leões então comandados por Silas, deslocaram-se ao terreno do Alverca e deixaram a surpresa nas mãos de uma equipa com os níveis de confiança absolutamente intratáveis e a trazer flashbacks dos tempos em que jogava a I Liga. Para a história ficam os golos de belo efeito de Alex Apolinário e de Luan Silva, que bastaram para deixar fora de cena os então detentores da Taça de Portugal.