As principais figuras do decisivo Benfica-Sporting, duelo a contar para a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal. Apesar do empate (2-2), os leões são os primeiros finalistas da Prova Rainha.
Mesmo em períodos de maior desconforto, Hjulmand foi porto seguro no miolo leonino. Essencial a dar segurança a um leão que, por vezes, andou na corda bamba. Fez dupla com Bragança, ficou mais responsável pelas tarefas defensivas (combativo, desempenhou-as com competência) e deu o seu contributo a nível ofensivo; além de construir com segurança e qualidade, marcou num belo remate, praticamente indefensável. Com isso, acalmou qualquer possível ânsia verde e branca e abriu uma segunda parte bem mais tranquila.
... seja neste jogo, seja com a camisola do Benfica. Alexander Bah, frente a um leão por norma atrevido pelo lado esquerdo, realizou uma das melhores partidas que a Luz já viu - da parte do lateral, claro. Esteve irrepreensível a secar Nuno Santos e, por difícil que seja, esteve ainda melhor a atacar. Deu a profundidade, a largura e a qualidade que se exige a um lateral ao nível do Benfica. Além disso, assistiu num cruzamento (um dos muitos) perfeito.
Quem vê a primeira parte do Sporting e não conhece a realidade, acredita que os leões estão a viver uma crise no corredor direito. Contudo, a entrada de Geny provou o contrário. Daí em diante, Neres baixou o rendimento e o Sporting criou muito mais perigo. Geny mostrou logo ao que veio no primeiro minuto da segunda parte, quando colocou Trubin à prova. Depois, além de continuar a ameaçar, esteve no lance do segundo golo. Tornou-se numa dor de cabeça para Aursnes, que estava bastante descansado até ao intervalo.
Que belíssima primeira parte do brasileiro. Ajudou a travar as intenções de Trincão, mas, como é lógico, destacou-se com bola. Sem medo, Neres partiu para cima de Esgaio e de Diomande, que não tiveram mãos a medir (curiosidade ou não, ambos saíram ao intervalo). O brasileiro pedalou, gingou, criou... foi um recital no primeiro tempo. Após o descanso, com menos forças, foi perdendo protagonismo até que acabou por sair.
Foi o par de João Neves (outro que realizou um jogaço) e fez por ser destacado. Muitas vezes há uma ideia erradamente associada a Florentino: se joga, é porque o Benfica quer defender, porque é «castrar» a criatividade e o «não sofrer» é a prioridade. O jogo desta noite foi a prova contrária. O Benfica atacou melhor por causa de Florentino. O Benfica jogou melhor por causa do Florentino. Uma das grandes diferenças da primeira mão para a segunda foi a forma como o Benfica pressionou. Com Florentino em campo, as águias não só pressionaram melhor — recuperaram mais vezes e em zonas mais adiantadas —, como atacaram melhor — com menos homens pela frente, fruto da boa pressão, é mais fácil atacar.
O facto de Pepe ter 41 anos e comandar a linha defensiva de um grande em duelos pertinentes tira alguma raridade ao caso, mas não deixa de ser fascinante. 33 anos e Coates — líder em todos os sentidos — consegue fazer um jogo deste nível em casa do maior rival... É de se tirar todo e qualquer chapéu. Foi uma parede, bloqueou remates, cortou a magia a Neres e Di María que, matreiros, tentaram várias vezes enganar o experiente central. Diomande, Esgaio, Nuno Santos e, por vezes, também Gonçalo Inácio caíram no engodo. Coates, patrão, nunca se deixou enganar. Irrepreensível.
Sofreu dois golos? Certo. Podia ter feito melhor no primeiro? Difícil, mas possível. Contudo, quando um habitual suplente faz uma exibição destas num jogo de alto risco, há que enaltecer. Pareceu começar trémulo, com um alívio (a um canto, situação do jogo onde Israel já mostrou ser pouco seguro) acanhado, mas daí em diante «engatou» e somou um par de defesas de grande nível, essenciais para manter o leão vivo no jogo.
Foi um lance interessante, onde Tengstedt esteve a centímetros do golo. Não foi feliz aí... e também não foi no resto do jogo. Com as características (interessantes, atenção) que tem e face à indefinição na posição dianteira das águias, Tengstedt podia e devia ter aproveitado melhor oportunidades como esta. Quase marcou, mas fez pouco mais. Inclusive, na segunda parte, passou ao lado do jogo e, com alguma naturalidade, deu o lugar a Marcos Leonardo.
Não começou propriamente mal, com uma ou outra incursão ao ataque, onde até tirou um par de cruzamentos interessantes. Contudo, foi fogo de vista. Passou mal na primeira parte, contra um Neres endiabrado, um Aursnes inteligente e um Rafa que não se importava de ser vagabundo e, por vezes, descair para a esquerda. Tanto sofreu que teve de sair ao intervalo. Sem ele, a equipa melhorou, o que diz muito da exibição de Esgaio.
2-2 | ||
Nicolás Otamendi 52' Rafa Silva 64' | Morten Hjulmand 47' Paulinho 55' |