Então adeus, Espanha

A Espanha voltou à mesa de jogo no Campeonato do Mundo de 2014, depois da derrota com a Holanda, e voltou a desiludir os seus adeptos. Os campeões do Mundo foram reduzidos por uma equipa do Chile que fez da garra a sua grande arma. A vitória dos sul-americanos, por duas bolas a zero, obriga os espanhóis a dizerem adiós ao Mundial.

Brechas na linha defensiva espanhola

A primeira jogada do torneio foi desastrosa para a Espanha, na sexta-feira, perante os holandeses. A derrota por 5x1 deixou os espanhóis no limite do risco e, por isso, era imperativa uma autêntica remontada esta noite, no Rio de Janeiro, no Estádio Maracanã. 

Em relação ao jogo com a Laranja Mecânica, Del Bosque, selecionador espanhol, fez duas alterações (Javi Martínez por Piqué e Pedro por Xavi) e evitou levar a cabo uma revolução no onze. A baliza voltou a ser defendida por Iker Casillas.

Renegando um possível jogo de paciência, as primeiras tiradas dos chilenos foram agressivas e certeiras. Minuto dois, Gonzalo Jara já colocava em sentido a defesa da Espanha. Vargas ganhou o canto e, na sequência da bola parada, o número 18 cabeceou à vontade no centro da área, ligeiramente ao lado.

Vargas abriu o marcador no Maracanã ©Lusa

Com o avançar dos minutos, o lado espanhol desorganizou-se ainda mais com a estratégia chilena, de forte pressão na primeira fase de construção da Roja. Aos 20 minutos, abriram-se brechas na linha defensiva espanhola que foram aproveitadas por Eduardo Vargas. Jogada pelo lado direito, cruzamento de Aránguiz, Vargas ganhou enquadramento e, na receção, tirou Casillas da frente, rematando de seguida para a baliza deserta. Um golo com um fino recorte técnico na sua execução.

Se a defesa da Espanha continuava a ter muitos problemas para travar Alexis Sánchez e companhia, no ataque La Roja não conseguia criar situações de perigo. Diego Costa estava muito apagado e mal serviço pelos companheiros.

Espanhóis não esconderam a tristeza em campo ©Lusa

Desesperavam os jogadores de Espanha em campo, os suplentes e Del Bosque no banco e os adeptos presentes na plateia do Maracanã.

A primeira parte fechou com uma vitória que assentava bem ao Chile, a equipa mais empenhada e com mais confiança na abordagem dos lances.

A Espanha ia para os balneários castigada por uma apatia gritante e pela falta de convicção até na hora de finalizar. Claudio Bravo, guarda-redes do Chile, ia sendo... bravo a defender as (poucas) ocasiões de golo que a Espanha ia tentando construir.

Espanha criou a sua própria tragédia

Para o segundo tempo, a Espanha necessitava de marcar cedo e tentar mudar o rumo da sua história. Del Bosque trocou Xabi Alonso por Koke e os espanhóis entraram de forma afirmativa.

Casillas voltou a ter uma noite complicada ©Lusa

Ouviam-se os olés dos chilenos no Maracanã e o tempo ia passando. Impaciente no banco, Del Bosque lançou Fernando Torres e tirou de jogo Diego Costa. Mas tal como os restantes companheiros, também Torres não foi capaz de defender o "assalto" chileno à coroa espanhola no Campeonato do Mundo.

Perante as investidas dos espanhóis, os chilenos não mostravam problemas em circular a bola, quando a tinham, e em fazer a gestão de expectativas que uma vitória perante os campeões do Mundo representava. 

Até final, a Espanha ainda tentou o golo mas Bravo voltou a fechar os caminhos da baliza chilena.

O apito final acabaria por chegar e a confirmação de que a Espanha está fora do Campeonato do Mundo. Já o Chile acompanha a Holanda para os oitavos de final.