Kingsley Coman nasceu em Paris, formou-se no Paris SG e decidiu a partida... a favor do Bayern de München. Em pleno Dia dos Namorados, a Lei do Ex voltou a repetir-se e o avançado francês deixou a equipa alemã em vantagem para a segunda mão da eliminatória, depois do triunfo por 0-1 no Parc des Princes.
Sem Mbappé no onze, o Paris SG entregou-se por completo ao domínio alemão. A estratégia montada por Naggelsmann, com Cancelo e Coman nos flancos, deu frutos desde o primeiro minuto e raras foram as vezes que o Paris SG conseguiu passar com perigo do meio-campo.
Com 16 anos e 11 meses, Zaire-Emery é o + jovem de sempre titular na fase a eliminar da Champions
+ jovens titulares na fase a eliminar da Champions:
16 anos, 11 meses: Zaire-Emery (2023)🔝
17 anos, 7 meses, 4 dias: Bojan Krkic (2008)
17 anos, 7 meses:, 14 dias Draxler (2011) pic.twitter.com/7YzJDYKrPz
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Com Neymar muito sozinho, Messi completamente fora do jogo e o jovem Emery, o mais novo de sempre nesta fase da Champions, encostado à linha, o Bayern controlou a primeira parte em todos os aspetos. Coman teve corredor aberto para criar vários lances de perigo e a equipa de Galtier esteve sempre demasiado curta quando tentou responder em contra-ataque.
Isso explica que os parisienses tivessem acabado a primeira parte com zero remates efetuados e apenas uma tentativa, por Messi, num livre direto que bateu contra a barreira. Os 45 minutos da equipa alemã justificavam a vantagem, mas as boas exibições defensivas de Donnarumma, Sergio Ramos e Danilo estavam a ser suficientes para segurar o barco.
A estratégia era evidente e ficou ainda mais clara no início da segunda parte, quando Kimpembe substituiu Hakimi para proteger o flanco direito (Marquinhos passou para esse lado) das arrancadas de Coman, que saltou para a direita com a entrada de Alphonso Davies.
O objetivo era segurar o nulo até à entrada de Mbappé. Só que, quando o francês já puxava as meias para cima, um cruzamento largo mal defendido pelos parisienses resultou no golo que o Bayern justificou desde cedo. Coman apareceu sozinho (culpa de Nuno Mendes e de Soler, que não acompanhou) e bateu Donnarumma. O francês pediu desculpa, por ter marcado à antiga equipa, mas o italiano, mal batido, podia ter feito o mesmo.
O abanar de cabeça de Mbappé disse tudo. O francês estava pronto a dar tudo assim que entrasse, mas entrou com a equipa a ter de correr atrás do prejuízo e o primeiro impacto esteve longe de ser o esperado.
O 🇫🇷PSG tem que fazer história para se qualificar: foi eliminado nas 5 vezes em que perdeu em 🏠casa na 1.ª mão de uma eliminatória europeia
PSG a perder em casa na 1.ª mão:
1984 Mol Fehervar✖
1989 Juventus✖
1995 Milan✖
2015 Barcelona✖
2023 Bayern❓ pic.twitter.com/247Y53LRAN
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O avançado entrou algo trapalhão e, com a equipa francesa ainda à procura das coordenadas, o Bayern partiu para 10 minutos de forte assédio à baliza de Donnarumma. O guardião não pediu desculpas no lance do golo, mas redimiu-se com duas grandes intervenções num curto espaço de tempo, primeiro após remate de Choupo-Moting, que ainda bateu na trave, e a seguir após cabeceamento de Pavard.
Enquanto isso, Mbappé ficou a aquecer os motores.
O avançado demorou 15 minutos a entrar em jogo, mas foi dele a primeira grande ocasião da equipa gaulesa, bem defendida por Sommer, que aguardou até à última para fazer a mancha e evitar o golo. Esse foi o momento mais incerto da partida e aí sentiram-se dificuldades na equipa do Bayern que mostram que a eliminatória está totalmente em aberto.
Podia estar ainda mais, caso o golo de Mbappé, após arrancada espetacular de Nuno Mendes, tivesse sido validado, só que o português, que deu espetáculo nos últimos 15 minutos juntamente com o francês, estava ligeiramente adiantado. Messi, também servido por Nuno Mendes, viu de Ligt impedir o golo e Pavard, numa missão de urgência para evitar o empate, ser expulso em cima dos 90. Aí, o Bayern fechou a loja e levou a vitória para a Baviera, onde a grande dificuldade será segurar Mbappé durante mais do que 15 minutos.
Foram 60 minutos de domínio absoluto, controlo da partida e justiça no marcador. O Bayern fez o que quis do Paris SG em casa e, não fosse Donnarumma, o resultado podia ter sido diferente.
Sem Mbappé, o Paris SG entregou-se ao adversário, recuou linhas e deixou Messi e Neymar contra o mundo. A estratégia falhou redondamente e só depois da entrada do internacional francês deu para ver o verdadeiro potencial da equipa.
Bom trabalho da equipa de arbitragem e boas decisões nos momentos mais complicados. O golo é bem anulado por fora de jogo de Nuno Mendes e Pavard foi bem expulso (até podia ter visto vermelho direto).