Há toda uma nova emoção na Liga NOS. Em vésperas de receber o Sporting, o Benfica perdeu pela primeira vez e fica com a liderança mais exposta, ainda sem os rivais terem jogado nesta ronda. Em casa de um Marítimo revigorado (quem viu esta equipa no início da época e quem a vê agora...), os encarnados variaram entre bons e maus momentos e tiveram falhas comprometedoras na defesa e no ataque.
Pela terceira vez, o Benfica provava a amarga sensação de sofrer primeiro no campeonato. Nas duas vezes anteriores, não tinha ganho (os dois empates até ao momento, frente a V. Setúbal e FC Porto), pelo que o desafio passava a ser o de conseguir a primeira reviravolta para o campeonato. Esse é um dado estatístico, mas o jogo tinha mais desafios.
Depois, um ataque sem homem fixo - Ghazaryan andava por ali - e com muita mobilidade a explorar a defesa subida encarnada e alguns erros (como a escorregadela de Luisão no golo). Tudo isto e meia hora de jogo onde as águias até podiam ter sofrido mais - Ederson foi decisivo.
O golo encarnado, num remate de Semedo desviado pelo calcanhar de Gonçalo Guedes, surgiu num contexto de dificuldade para a equipa de Rui Vitória, descoordenada até então no momento ofensivo. Só que mudou claramente o jogo.
Foi assim no fecho da primeira parte, mas também em boa parte do segundo tempo, um autêntico massacre encarnado e jogo de sentido único. O primeiro ataque verde-rubro foi ao minuto 67, só que seria suficiente.
Com chuva a aparecer, surgiu novo golo contra a corrente. Do tal ataque resultou um livre, do livre resultou canto e do canto apareceu o golo de Maurício. Tudo condensado em dois minutos raros da segunda parte, suficientes para nova vantagem da equipa da casa.
Agora com bem menos tempo, a ansiedade virou ingrediente principal na cabeça dos benfiquistas. Rui Vitória juntou Jiménez ao apagado Mitroglou e baixou Cervi, que, a extremo ou a lateral, foi sempre o mais desequilibrador das águias - porque seria substituído?
Enquanto houve jogo, deu para ver o chuveirinho encarnado para a área de um Marítimo cada vez mais fechado no seu bloco defensivo central, onde a altura imperava e tirava quase tudo (quando não tirava, valia Gottardi). Isso enquanto houve jogo, porque depois... Depois o Marítimo congelou o resto da partida.
Um resultado que materializa a ascensão da equipa de Daniel Ramos na classificação e que apimenta totalmente o campeonato.