Na ressaca da derrota em Alvalade, o Famalicão recebeu o SC Farense, moralizado depois da goleada caseira diante do GD Chaves. Numa partida quase de sentido único, em que só os famalicences quiseram realmente a vitória, os três pontos ficaram em Vila Nova de Famalicão (1-0), por conta de um golo de Cádiz já dentro do quarto de hora final.
Aranda, Liimatta e Puma deram brio a uma primeira parte ineficaz. Muscat colocou as coisas mais fáceis e Cádiz foi herói vindo do banco.
Havia previsão de chuva, mas isso não amedrontou os adeptos dos leões de Faro. Apresentaram em bom número, apesar dos 600 quilómetros de distância do seu reduto e, para compensar o seu esforço, abriu o sol no Minho. Os da casa não lhes ficaram atrás, com uma ótima casa no Municipal.
Desde cedo, a equipa caseira mostrou ao que vinha. À partida, parece uma anedota: um finlandês, um dominicano e um espanhol entram num bar. Na realidade, foi o setor ofensivo do Famalicão. Liimatta, Puma Rodriguez e Aranda foram perfumando o futebol dos minhotos e encostando os algarvios às cordas. Foi faltando clarividência no último terço. O Farense, mais baixo, foi tentando resistir à avalanche ofensiva adversária, recorrendo a várias faltas e abdicando de atacar grande parte do tempo.
Até ao fim do primeiro tempo, o volume famalicense foi considerável e a equipa poderia (e deveria) estar a vencer ao intervalo. Mattheus ainda assustou, à lei da bomba, e fez abanar o poste de Júnior, mas foi a única vez que o Farense pareceu predisposto a mudar o marcador.
Até então, superiorizou-se a técnica da força à força da técnica.
Girou o disco e tocou o mesmo. A equipa de José Mota não arriscou e o Famalicão continuou o domínio da partida, embora com menos acutilância nos minutos iniciais.
As equipas mudaram para abrir o jogo, mas apenas Zach Muscat conseguiu essa proeza. Entrada infantil (e muito dura) sobre Puma Rodríguez e vermelho direto para o maltês, colocando o Famalicão com mais uma unidade em campo.
Aranda e Puma tentavam mudar o rumo do jogo mas, sem sucesso, foram esbarrando num Ricardo Velho inspirado. A ineficácia imperava até que apareceu Cádiz, saído do banco, qual Thanos, inevitável. O venezuelano cabeceou para espantar os fantasmas e estrear-se a faturar na Liga, para euforia do Municipal, que ainda não havia celebrado no seu reduto esta temporada.
Até ao fim, controlo total do Famalicão, a quem o Farense não fez passar as passas do Algarve. O Famalicão chegou aos sete pontos e voltou aos triunfos, enquanto o Farense fica na marca dos três pontos.
Puma Rodriguez não jogava a titular desde 26 de novembro e deu uma resposta cabal. Foi dos elos mais desconcertantes do Famalicão e deu vida à equipa quando ela mais precisava
Erro infantil do central experiente tirou hipótese ao Farense de sair de Famalicão com pontos. Pede-se mais a um jogador deste calibre
Iancu Vasilica fez uma boa arbitragem. Expulsou bem Zach Muscat e não teve muitos lances difíceis.