As malditas bolas paradas

Superior. Não é por nada que aqui só vejo futebol feminino. Mas ha que destacar o rapido desenvolvimento do futebol feminino em Portugal, a continuar assim podem chegar longe na próxima decada. Foi um jogo em que nao podia ficar triste. Ganhou a melhor equipa. Força Suécia

Subscrevo totalmente.

A Kika apresentou-se muito limitada fisicamente (ela que já não é nenhum portento. . . ) mas mesmo assim, aqui e ali, assim como nos jogos de preparação, deu para ver a grande visão, a capacidade de descobrir espaços, de colocar a bola nos espaços de perigo e fazer as colegas avançar que ela tem. É um grande talento precisa de jogar numa equipa e num campeonato que a façam evoluir ainda mais e transformar-se numa atleta de topo que consiga materializar toda a sua criatividade.

O VAR é uma ferramenta que depende do uso que fazemos dela e dos (in)competentes que a regem: se serviu para corretamente apontar um penálti contra os Países Baixos, então também pode ser usado com muito mais critério e rigor para determinar o que é legal ou não em lances de grande e pequena área. Claramente no futebol feminino se alarga o critério de falta, de contacto abusivo/excessivo, de reincidência disciplinar em prol de um ritmo de jogo menos pausado e mais contínuo, acabando por se ...ler comentário completo »

O VAR é uma ferramenta que depende do uso que fazemos dela e dos (in)competentes que a regem: se serviu para corretamente apontar um penálti contra os Países Baixos, então também pode ser usado com muito mais critério e rigor para determinar o que é legal ou não em lances de grande e pequena área. Claramente no futebol feminino se alarga o critério de falta, de contacto abusivo/excessivo, de reincidência disciplinar em prol de um ritmo de jogo menos pausado e mais contínuo, acabando por se ignorar infrações graves e relevantes que não teriam qualquer liberdade de serem executadas nos altos patamares de exigência do futebol masculino. Há demasiadas instâncias de faltas sem bola que não são devidamente punidas, comportamentos anti-desportivos que não são adequadamente reprovados, contactos excessivos dentro da pequena área que são tolerados. . . são standards que têm de ser elevados. Não houve um jogo
neste Euro que conseguisse esse equilíbrio entre uma boa percentagem de jogo/tempo útil e um critério disciplinar rigoroso.

«Parcialidade» ou patriotismos não são coisas que me "assistam", portanto não vale a pena arremessar com esse tipo de acusações fáceis para os meus lados.

Se o ranking fosse minimamente capaz de resumir as potencialidades(!) tatico-tecnicas das individualidades e dos seus coletivos, então não seriam precisos analistas para estudar os resultados imprevistos, para analisar nuances ou valores não quantificáveis ou os méritos táticos e técnicos de adversários teoricamente inferiores (lá está, segundo o «ranking») sobre os ditos favoritos e dominadores do pódio do «ranking» e teríamos uma quantificação absoluta do que são os valores das equipas, o que não é verdade nem sequer possível. O último a desvalorizar a exatidão e relevância do «ranking» foi precisamente o selecionador sueco quando colocou Portugal quer individualmente quer coletivamente muito acima da classificação que esse «ranking» lhe atribui e também desvalorizando a distância numérica entre as 2 seleções.
Portugal entrou neste Euro como a segunda seleção com mais baixo «ranking» e, tendo visto jogos de todas as Seleções, não me foi de todo difícil determinar que Portugal está muito longe de ser das equipas mais fracas desta competição e poderia (mesmo liderada ineptamente, na minha franca opinião) bater-se com seleções como Áustria, Finlândia, Itália, Noruega, Dinamarca, assim como o fez com Suíça e Países Baixos.
O «ranking» não nos diz nada sobre quem faz o quê e como COM A BOLA ou até SEM A BOLA, portanto vale de muito pouco atirá-lo para o meio de um debate sobre «técnica», tática, capacidade de finalização, organização defensiva, agressividade, et cetera.

O calcanhar não deu golo porque há trabalho tático que é feito por Portugal para levantar a linha de fora-de-jogo e tirar a adversária da jogada. Não é mero acaso. São movimentações coletivas trabalhadas.
Movimentações como desmarcações, jogo exterior sincronizado, coordenação de movimentos exterior-interior, overlaps e underlaps não têm nada a ver com «técnica» pura e dura COM BOLA individual. Esses movimentos padronizados são trabalho conjunto de treinadores, analistas e jogadores, trabalho tático e intelectual, com uma dimensão física de velocidade brutal e execução técnica que lhe é acrescentada, o que Portugal claramente não tem nos seus campos de recruta nem trabalha devidamente com as atletas que tem, tal como eu já analisei detalhadamente em outros comentários.
Eu reportei-me a trabalho de bola, técnica, habilidade, criatividade, receção, magia, cruzamento, até passe. . . aí jogadoras como a Kika, a Jéssica, a Norton, a Jacinto, a Amado ou até as centrais portuguesas não ficam nada atrás. São jogadoras extremamente completas nas suas ações e opções técnicas e este Euro voltou a provar isso.
Portugal tem um coletivo de individualidades fisica, tatica e tecnicamente muito ao nível de uma Itália, nº 14 do tal «ranking». Tem uma altura média de 1, 67 metros (daí também a referência à Itália) e isso não pode ser ignorado. Por alguma razão o Francisco Neto hoje coloca a Ana Borges a titular à esquerda, porque sabe perfeitamente que o jogo exterior e de 1-contra-1 da Suécia é forte e que a passada rápida e possante das suecas seria uma complicação tremenda para a Joana Marchão, tal como se verificou após a saída da Amado.
Mais do que fazer este ou aquele «drible» ou esta ou aquela finta, a Suécia claramente diferencia-se pela velocidade, força e agressividade das suas ações ofensivas e defensivas. A Suíça, p. e. , foi capaz de igualar esses níveis de profundidade, verticalidade e agressividade em vários momentos e por isso mesmo fez uma bela exibição contra a Suécia. Porque tem jogadoras capazes de fechar as alas e transitar com muito mais velocidade e um coletivo muito resistente, capaz de cumprir planos de jogo exigentes quase durante 90 minutos.
Num futebol feminino que tem menos largura, menos velocidade na posse e na troca de bola, com mais duelos físicos, mais perdas de bola, menos velocidade no transporte de bola do que o masculino(, ) é perfeitamente natural que equipas que apostam numa precoce formação de super-atletas e com um circuito desportivo extremamente profissionalizado como os EUA, a Suécia, a Alemanha ou a Inglaterra tenham mais facilidade em singrar. Nós temos vários exemplos de atletas internacionais que já passaram pelos EUA ou que ainda por lá andam (com bolsas universitárias muitas elas) e que nos seus testemunhos falaram da tónica física do futebol feminino que por lá se pratica. (Várias delas estiveram agora em entrevista ao Canal 11 durante a cobertura do Euro)
Não vale a pena ignorar essa revolução física que foi feita no futebol masculino de TODOS OS ESCALÕES sobretudo na última década e que vai ter que ser feita também no futebol feminino. Não podes ter profissionais que só têm acesso a condições de treino de elite pela 1ª vez apenas quando chegam a um Benfica ou um Braga com 19/20 anos, p. e. . Mal os talentos femininos abandonam as práticas de futebol e futsal mistas aos 12(agora 15) anos, p. e. , têm de ter clubes de renome onde possam concluir a sua formação ao mais alto nível e polir-se enquanto atletas(!) e artistas de futebol feminino. Não podem andar numa travessia do deserto do futebol amador/semi-profissional como aconteceu com muitas das jogadores atuais da Seleção.
A Seleção AA masculina teve essa falta de super-atletas durante muito tempo (nomeadamente para as posições de lateral, "trinco" e PL) e só muito recentemente conseguiu atingir esse patamar de excelência e concentrar "monstros" como Cancelo, Ronaldo, Pepe, Rúben Dias, André Silva, Nuno Mendes, William, Palhinha, Renato, Rafael Leão, Rúben Neves, Bruno Fernandes, Matheus, Otávio, et cetera, et cetera. . . numa só convocatória.
Os escalões femininos de Portugal terão de fazer um trabalho de grande prospeção e controlo de qualidade para atingirem tais patamares de competitividade mas com certeza lá chegarão.

Quanto ao fazer ou não fazer faltas. . . EU não falei em «porrada» ou dar «porrada». Falei em jogar mais duro, como já muitas vezes aqui referi. Saber como, quando e onde travar jogadas é fundamental. «Mais importante do que ter bola é saber quando e onde a perder», parafraseio Mourinho. No futebol feminino há imensas recuperações de bola no campo ofensivo/perdas de bola no campo defensivo, portanto é fundamental saber onde se pode perder e como estar preparado para a recuperar. Portugal deu um excelente exemplo disso com a Austrália(nº12 do «ranking». . . ), fazendo um bom uso do 4-4-2 losango (c/ a Kika), tática que hoje não soube levar a bom porto, porque hoje nunca conseguiu levar as suas avançadas para zonas centrais de desmarcação e porque raramente conseguiu sair em posse pelas centrais/laterais e, infelizmente, a equipa não está preparada para esticar jogo e ganhar bola mais à frente no terreno como devia fazer. Nem fisicamente o consegue, lá está. . . perdendo sempre primeiras e segundas bolas. . . que numa variante com tantos ressaltos, transições e jogo lateral como é a do futebol feminino são fundamentais. . .
Saber quando e como saltar em duelos aéreos, como ganhar duelos de ombro, como ganhar vantagem em corrida ou na área. . . são tudo valências que se treinam. Ex: nota-se uma diferença abismal na capacidade da Jéssica (conhecida pelos fãs e pelas colegas pela forma obsessiva como treina o físico) de ganhar duelos e ultrapassar adversários e a das suas colegas. Mesmo contra a Suécia foi capaz de o fazer. [E, claro, não é coincidência que tenha passado em 2021 pelos EUA. . . ]
É de vital importância ter jogadoras como a Jéssica, a Ana Borges, a Amado ou a Norton que são capazes de fazer uma "falta tática" ou ganhar um duelo de ombro. . . Não é preciso dar «porrada» ou fazer anti-jogo. . . Isso parece-me óbvio.
Portugal apenas com a Suíça fez mais faltas que o adversário e não me parece coincidência que naquela 2ª parte não só não tenha deixado a Suíça jogar como tenha dominado a bola, recuperando-a com grande agressividade e foi esse o único jogo em que esteve verdadeiramente perto de lograr os 3 pontos. . . Lá está, não é preciso dar «porrada». . .


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Mas acho que foi óbvio para quem viu: as nossas jogadoras estavam cansadas dos dois jogos anteriores física e psicologicamente

No Europeu vão para a Diana Silva, Jéssica Silva, Joana Marchão, Diana Gomes, Catarina Amado, Carole Costa e Andreia Norton

Foi um banho de bolas e Portugal desceu à realidade do insucesso. E temos umas jogadoras bem gordinhas que falham a baliza a 4, 0m de distância.

Viste o mesmo jogo que eu vi. Mas parece que há aqui comentadores, com tanta vontade de arranjar bodes expiatórios, que viram um jogo diferente!!!

A nível físico ainda estamos distantes das selecções de topo, foi também um factor importante que desequilibrou a balança a favor das nossas adversárias, um facto que vejo muito em Portugal é a média de altura muito baixa das guarda redes, o que proporciona golos de meio campo, remates que no futebol masculino seriam facilmente defensáveis a entrar na baliza dada a altura da bola, e muita dificuldade em controlar a bola a partir de uma certa altura.

Isso e as defesas centrai...ler comentário completo »

A nível físico ainda estamos distantes das selecções de topo, foi também um factor importante que desequilibrou a balança a favor das nossas adversárias, um facto que vejo muito em Portugal é a média de altura muito baixa das guarda redes, o que proporciona golos de meio campo, remates que no futebol masculino seriam facilmente defensáveis a entrar na baliza dada a altura da bola, e muita dificuldade em controlar a bola a partir de uma certa altura.

Isso e as defesas centrais e laterais também não serem especialmente altas prejudicou-nos muito na defesa de bolas paradas, embora a atacá-las fossem bem melhores curiosamente, e também há que pedir responsabilidades ao seleccionador por não ter preparado da melhor forma essas situações.


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Portugal até conseguiu excelentes exibições nos dois primeiros jogos, sobretudo depois de começar sempre a perder cedo por dois golos, mas hoje apesar de começar bem de novo, mais uma vez a vacilar nas bolas paradas, e com uma opção absurda de trocar a Inês Pereira pela Patrícia Morais na baliza, porque apesar da Patrícia ser mais alta, farta-se de cometer erros absurdos a sair dos postes para uma guarda-redes que joga ao nível que tem jogado na sua carreira, tinha-nos custado o apurament...ler comentário completo »

Portugal até conseguiu excelentes exibições nos dois primeiros jogos, sobretudo depois de começar sempre a perder cedo por dois golos, mas hoje apesar de começar bem de novo, mais uma vez a vacilar nas bolas paradas, e com uma opção absurda de trocar a Inês Pereira pela Patrícia Morais na baliza, porque apesar da Patrícia ser mais alta, farta-se de cometer erros absurdos a sair dos postes para uma guarda-redes que joga ao nível que tem jogado na sua carreira, tinha-nos custado o apuramento directo com a Rússia num lance desses e esteve muito mal nos 3 primeiros golos


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Aconteceu o que se esperava, o facto de termos chegado á ultima jornada ainda com hipóteses de passar já foi muito bom. O nosso futebol feminino está ainda longe em termos de qualidade em comparação com os nossos adversários no Europeu. Este Europeu não foi de todo e temos coisas positivas a tirar daqui. Com trabalho muito trabalho mesmo vamos melhorar e quem sabe começar a discutir as passagens.

Parabéns a todas, era complicado fazer melhor.

Saudações

Como eu me ri com esse titulo e com o pior e melhor com essa frase :)

Não basta ter uma GR mais alta (Patrícia) se depois não está preparada para socar a bola ou sair no timing certo. . .
Inacreditável como Portugal sofreu golos de bolas paradas e cantos ao segundo poste em todos os jogos deste Euro e mesmo assim o treinador não soube preparar as GRs para atacar bolas aéreas e repeli-las. . .
+6 golos de bola parada sofridos em 3 jogos. . .
A inexperiência pouco importa. Ou tens os processos certos interiorizados ou não tens. Ou tens qual...ler comentário completo »

Não basta ter uma GR mais alta (Patrícia) se depois não está preparada para socar a bola ou sair no timing certo. . .
Inacreditável como Portugal sofreu golos de bolas paradas e cantos ao segundo poste em todos os jogos deste Euro e mesmo assim o treinador não soube preparar as GRs para atacar bolas aéreas e repeli-las. . .
+6 golos de bola parada sofridos em 3 jogos. . .
A inexperiência pouco importa. Ou tens os processos certos interiorizados ou não tens. Ou tens qualidade tática ou não tens. Ou tens estampa física ou não tens. Ou estudas o adversário e és capaz de antecipar as suas ações ou não.

A Carole a ser agarrada pela camisola no 3º golo e o árbitro nada. . . Foram vários lances destes. Bloqueios à GR NA PEQUENA ÀREA e nada!! Se fosse no futebol masculino era logo falta. . .
Arbitragens demasiado permissivas neste Euro. Para isto mais vale não ter VAR. . .
O bloqueio à Patrícia até dou de barato, agora o agarrão à Carole. . .

Portugal tem de jogar mais duro. A Suécia farta-se de fazer faltas e não perde uma oportunidade para tentar intimidar o adversário e cortar os contra-ataques de Portugal pela raiz. . .
Catarina Amado, melhor jogadora de Portugal nesta fase final, lesionada por uma falta bem dura da jogadora sueca, p. e. .

Portugal podia ter entrado no jogo a ganhar e claramente não é inferior tecnicamente à Suécia mas a dimensão física faz toda a diferença, sobretudo nos duelos 1-contra-1 nas alas e nas bolas paradas.
Não consegues ganhar jogos se sofres golo cada vez que há um canto. . .


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Quanto uma equipa em 10 golos sofridos nos 3 jogos, encaixa 7 golos em lances de bola parada, está tudo dito. . .