Depois de um empate difícil em Inglaterra, para a Liga dos Campeões, o Sporting deslocou-se ao terreno de um adversário no qual somava 12 triunfos em 12 jogos oficiais. Rúben Amorim revolucionou o elenco titular e esse risco acabou por sair caro ao leão em Arouca. Basso foi o autor do único golo de uma vitória histórica dos arouquenses, que carimbaram o melhor arranque do clube à 11ª jornada. Um castigo pesado para o conjunto verde e branco, que perdeu a oportunidade de encurtar distâncias para o FC Porto no topo da tabela classificativa.
Quem olhou para os onzes iniciais da partida, assim que saíram, ficou imediatamente surpreendido com a quantidade de mudanças efetuadas por Rúben Amorim no onze titular. O aviso do regresso da «aposta nos miúdos» tinha sido dado pelo próprio, mas, ao mesmo tempo, com a consciência de que «o campeonato sempre foi a prioridade».
⌚️70' FCA 1-0 SCP
Nunca o 🦁Sporting de 🇵🇹Rúben Amorim tinha sofrido 10 golos na sequência de bolas paradas numa época:
2022/23 - 10 golos sofridos
2021/22 - 9 golos sofridos
2020/21 - 9 golos sofridos
2019/20 - 3 golos sofridos pic.twitter.com/UkHIRDVPxF
— playmakerstats (@playmaker_PT) October 29, 2022
De facto, o cansaço foi notório no jogo intenso em Londres e as alterações eram inevitáveis para a deslocação a Arouca. O cenário passou, logo, para surpresa: Nazinho e Dario Essugo foram titulares pela primeira vez, tal como Arthur Gomes, e o jovem médio fez parelha com Pedro Gonçalves no meio-campo, relegando Ugarte para o banco e Sotiris para um plano ainda mais secundário.
Armando Evangelista e o Arouca sabiam das circunstâncias do jogo e do próprio adversário. Além disso, a motivação estava em alta, até porque há cinco jogos - para todas as provas - que a equipa não conhecia o sabor da derrota.
O Sporting entrou pressionante e decidido a marcar cedo, deixando os arouquenses prontíssimos para explorar o espaço entre linhas e a profundidade dos avançados, todos eles setas apontadas à baliza de Adán.
Os leões foram melhores e contaram com várias oportunidades para marcar, com algumas boas combinações entre Pote, Rochinha, Arthur Gomes e Trincão a surtirem efeito... Até ao momento da finalização: ora a bola batia em jogadores contrários, ora a direção não era a desejada, ora De Arruabarrena aparecia em destaque.
Do lado contrário, Bukia teve uma oportunidade de ouro numa jogada rápida, mas Adán tapou-lhe os caminhos do golo. O Arouca nunca se encolheu, a bem da verdade, e sabia que a inexperiência de alguns elementos adversários poderia ser explorada.
Os indicadores eram positivos, mas ao mesmo tempo davam a sensação de que o Arouca tinha todas as capacidades para beneficiar da falta de eficácia. E foi exatamente o que aconteceu. Na sequência de um canto, Basso saltou mais alto e cabeceou para o fundo das redes de um desamparado guardião leonino, que tantos vários golos de bola parada sofreu esta época.
Tirando dois lances iminentes de Porro, que errou nas medidas, uma defesa espetacular de Arruabarrena a um cabeceamento de Coates e um remate de Pote, o Sporting sentiu dificuldades para furar o bloco baixo do Arouca, apostando, sem sucesso, nos remates de longa distância. Foi, assim, um triunfo histórico para o Arouca que nunca tinha vencido (ou empatado) contra a formação verde e branca nos 12 jogos oficiais entre as duas equipas. Uma arranque sensacional (e também ele histórico) à 11ª jornada que deixa o leão ferido... Uma vez mais em 2022/23.
Contra todos os prognósticos, o Arouca encontra-se, neste momento, numa posição confortável na tabela classificativa, com 16 pontos somados e um triunfo histórico contra o Sporting. Que belo trabalho de Armando Evangelista e da sua equipa técnica!
Tem sido um Sporting oscilante esta temporada e a situação teima em dificultar-se sempre a equipa se levanta de uma queda mais perigosa. O que é preciso fazer para mudar? Ficam muitas dúvidas no ar.