António Pacheco, 57 anos, está a lutar pela vida no Hospital de Faro. O antigo internacional português sofreu um ataque cardíaco na tarde de terça-feira, durante um convívio com amigos num jogo de bowling.
Pacheco estava na Praia da Rocha, em Portimão, pediu um café no bar e perdeu os sentidos. Foi transportado inicialmente para o Hospital de Portimão e, mais tarde, para o de Faro.
Pacheco 5 títulos oficiais |
Pacheco é natural de Portimão e fez toda a formação no Torralta, antes de começar a dar nas vistas no maior clube da cidade. De 1987 a 1993, vestiu a camisola do Benfica em 220 jogos e marcou 48 golos.
O seu nome passou para as manchetes no verão de 93, ao co-protagonizar com Paulo Sousa o famoso Verão Quente e ao mudar-se da Luz para Alvalade.
De leão ao peito não foi tão feliz. Fez uma boa primeira época com Bobby Robson e Carlos Queiroz, mas em 94/95 desapareceu completamente das opções, por culpa também de várias lesões: fez apenas três jogos.
Nos últimos anos da carreira, o veloz extremo passou pelo Belenenses e mudou-se para a Serie A de Itália, onde jogou na Reggiana. Santa Clara, Atlético e Estoril Praia foram as derradeiras experiências, até 2001.
Em 2018, numa entrevista à Tribuna Expresso, Pacheco explicou os motivos da saída da Luz. Não terão sido só os salários em atraso.
«A ideia começa a ser afinada no momento em que o Futre vem. Mas ainda fiquei a ver. Entretanto, há um momento em que já era o Toni o treinador em que ele diz: "Há aqui um jogador que comigo nunca mais joga, pelo comportamento dele". E foi precisamente esse jogador que foi ocupar o meu lugar num jogo que eu considerava de grande importância para mim», revelou Pacheco, referindo-se a Kulkov.
«Lembro-me de dizer que a causa legal, o que me permitia sair era a questão dos ordenados em atraso, mas não tem nada a ver com dinheiro. Não era por não receber um mês ou dois que me ia embora.»
António Pacheco continua a viver em Portimão, é proprietário de um bar em Lagos e conta no palmarés com a conquista de dois campeonatos, duas taças e uma Supertaça.
Pela Seleção Nacional, somou apenas seis internacionalizações, todas entre 1989 e 1991, muito por culpa do espaço que Paulo Futre, outro esquerdino, lhe roubou na equipa nacional.