António Oliveira foi expulso e no fim pediu tolerância: «Não podemos ter uma conversa?»

A primeira jornada do Brasileirão está concluída e, para António Oliveira, não foi o início esperado. O técnico português, que lidera o Corinthians, empatou a zeros com o Atlético Mineiro e acabou expulso já após o apito final. 

Na conferência de imprensa, o técnico português explicou a sua reação e pediu tolerância ao árbitro, que lhe mostrou um cartão amarelo e, de seguida, o vermelho. 

«Foi um jogo de muitos duelos físicos, nós tirámos vantagem disso com a expulsão [Battaglia do lado do Atlético Mineiro]. Cada um faz o seu trabalho como pode, agora o árbitro... Eu não gostaria de ter essa função, todo a gente está de olho nele, não pode falhar, tem família e com certeza faz as coisas de forma honesta, não há dúvida. Agora, não pode querer na segunda parte compensar algo que ele fez e fez bem. Na segunda parte, estava a compensar algo que tinha errado, mas que acertou e fez bem. Não é possível uma segunda parte ter 60 por cento de bola parada. Para valorizar o espetáculo, temos de começar por algum lado [...]. Há problemas no critério e acho que ele esteve mal para os dois lados, mas não vou bater mais, fez o melhor que pode», começou por dizer o técnico português. 

Quanto à reação intempestiva, após o apito final, António Oliveira justificou-se: «Quem me conhece, sabe que sou assim, já estou marcado, não vou deixar de viver o jogo à minha maneira, de maneira apaixonada. Tinha um bandeirinha que é um dos melhores do país, damo-nos muito bem, mas o árbitro... Não me orgulho disso, de estar suspenso, de levar amarelo, mas eu faço uma análise do adversário...

O árbitro tem de fazer análise de quem vai enfrentar, porquê tantos amarelos? Por que não podemos ter uma conversa? O facto de dar um amarelo de forma intempestiva não ajuda em nada. Temos culturas desportivas diferentes que optam pelo diálogo, por isso é que Deus nos deu uma língua. Percebi que a tolerância é zero e tem de ser igual para todos, não se pode ter medo de ninguém. Se formos honestos e rigorosos com mesmo critério, não é só o António que será expulso. Mas não vou entrar nisso, não me orgulho. Acho que deve existir diálogo e tolerância, tenho quase 100 jogos no Brasil. Não sou um novato aqui. Sou sempre um alvo, devo refletir, mas será que ele não vai para casa e reflete também? É preciso mais tolerância», concluiu o técnico que assumiu o clube no início de fevereiro.