Água muito mole não quebrou a pedra dura

João Faria foi eleito o melhor jogador em campo para o zerozero e não temos problema em admitir que foi por causa do golo. É que todos os cinco elementos da defesa podiam estar aqui. Por isso, João Faria só se destacou dentro dos destaques pelo golo, um golo que valeu um apuramento. A defesa dos poveiros foi um verdadeiro muro em Barcelos. Fosse nas dezenas de cruzamentos, nas poucas tentativas de tabelinhas ou nas ainda menos explorações de profundidade, o Sporting nunca conseguiu criar claras oportunidades de golo. Alguma falta de inspiração, mas, principalmente, um trabalho defensivo incrível, personalizado aqui em João Faria. Não admira que só tenham sofrido dois golos até agora na temporada. O nome aqui é este, mas assumam que estamos a falar de toda a defesa, ainda que todos tenham as suas prestações individuais distintas. Por exemplo, Tito bloqueou mais de uma defesa de cruzamentos...

Léo Teixeira também esteve bem, mas Joãozinho foi sempre o mais perigoso do ataque. Por mais do que uma vez esteve perto do golo e por muito pouco também não ofereceu um golo a Onyeka. Importante também a acompanhar Nuno Santos e Matheus Reis nos momentos defensivos.

Não se pode dizer que tenha sido uma grande exibição de Nuno Santos, mas perante os colegas é o único que merece destaque positivo. Foi quem esteve mais perto de marcar e foram sempre os seus cruzamentos os que conseguiam encontrar colegas na área. Por mais do que uma vez serviu Trincão e Paulinho, mas estes não aproveitaram. Foi até estranho ver a sua saída de campo.

É verdade que não teve grandes oportunidades de golo. Aliás, na única que teve até falhou o cabeceamento. Mas a importância de Onyeka neste jogo teve dois vetores. O primeiro a forma como foi farol da equipa na fase inicial e soube segurar sempre bem a bola. Num desses lances quase via aos seus colegas marcarem golo. O outro momento de importância foi na ajuda à defesa nas bolas paradas. A sua colocação ao primeiro poste em livres e cantos foi essencial para que o perigo leonino nesses lances fosse quase nulo.

Não gostamos de usar adjetivos tão claros neste tipo de avaliações, mas por vezes tem de ser. Provavelmente assistimos ao pior jogo de Paulinho com a camisola do Sporting. Desta vez nem a velha questão do «ajuda a construir e a abrir espaços» o safa. Na vertente de finalização foi falhou os desvios, ou acertou mal na bola ou não se conseguiu antecipar ao marcador direto. Para esquecer.

Se Paulinho teve um jogo para esquecer, Trincão não lhe fica atrás. Podemos até dizer que pelo menos Paulinho esteve sempre «metido» no jogo. As coisas não começaram por sair bem ao extremo e depois daquele pontapé falhado à entrada da área (em grande posição para marcar) desapareceu do jogo. Não fez movimentos de rotura, não tabelou com os colegas e nas poucas vezes que apareceu para finalizar não conseguiu.  Num desses lances, em boa posição, cabeceou com as costas para fora. Terá sempre o problema da regularidade, mas um jogador do seu nível não pode ter exibições destas. Não tem de ser sempre brilhante, mas jogar assim não...