Há coisas que não têm explicação neste Sporting. Como a equipa vai de fracas exibições a boas exibições no espaço de três/quatro dias. Esta segunda-feira vimos a versão positiva do leão e o resultado foi uma goleada nos Açores por 0x4. Frente a um Santa Clara que só se lembrou que podia atacar quando estava a perder por quatro golos, a equipa verde e branca respodeu da melhor forma aos insultos absurdos de que foi alvo na noite de domingo.
Silas tinha dito que não podia arriscar na Liga Europa e a hipoteca foi mesmo paga na Liga NOS. Exibição positiva, vitória clara e a conquista do 3º lugar do campeonato.
Os dois treinadores não apresentaram grande surpresas no jogo. João Henriques apostou extamente nos mesmos 11 jogadores do último jogo e Silas voltou a apostar nas maiores figuras do Sporting, voltando a colocar Luiz Phellype mais fixo no ataque, ao invés de apostar no ataque móvel e em Jesé.
As únicas exceções vinham de remates de fora da área (Bruno e Mathieu causaram perigo) e vinham dos cruzamentos feitos pela direita. Eram aliás estes cruzamentos feitos pelo flanco direita que causavam mais perigo. Ristovski por duas vezes e Bruno Fernandes por uma ofereceram o golo aos avançados leoninos, mas tanto Luiz Phellype como Bolasie não estavam a aproveitar com falhanços que chegavam a puxar o sorriso.
Por seu lado, o Santa Clara parecia completamente alheado de jogar ao ataque. Tirando um erro de Coates, que quase oferecia um golo, a equipa de João Henriques passou os primeiros 45 minutos só a tapar espaços e atirar a bola para a frente na esperança que algum dos seus avançados lá conseguisse chegar.
Essa «estratégia» da equipa da casa não funcionou (sem grande surpresa) e o leão ia ficando mais confortável no jogo. Aproveitando a liberdade de Bruno Fernandes e as movimentações em progressão de Doumbia, a equipa verde e branca estava cada vez mais perto do golo e esse golo viria mesmo a aparecer. Uma recuperação na saída de bola do Santa Clara, Vietto lançado pela esquerda e um cruzamento para golo fácil de Luiz Phellype.
Um golo natural de uma equipa que não precisou de grandes correrias para chegar à vantagem. O brilho? Esse estava guardado para a segunda parte.
Marcaram Luiz Phellype, após jogada de ataque rápido e cruzamento de Ristovski, Bolasie, após canto de Bruno Fernandes, e o próprio Bruno a marcar de grande penalidade conquistada por Bolasie num lance espetacular. De repente, o Sporting estava a golear nos Açores e pronto para passar cerca de meia-hora tranquila.
Por seu lado, João Henriques e o Santa Clara pareciam quase atordoados. Mexeu nas peças do ataque, aproveitou algum relaxamento do adversário, mas, verdade seja dita, esta equipa dos Açores mostrou bem o porquê de esta temporada ter passado a lutar pela manutenção.
O leão até podia ter aumentado a vantagem, mas nenhuma das equipas pareceu muito interessada em aumentar o ritmo do jogo. Ao «Alcochete Sempre» surgiu a melhor resposta e os jogadores dão uma «chapada» à ignorância.
Entrada demolidora no segundo tempo. Três golos e a capacidade de deixar o adversário atordoado e sem resposta. Um leão eficaz e com capacidade para criar oportunidades.
É certo que quando as coisas começaram a correr bem ao Sporting a equipa não teve resposta, mas o pior da equipa de João Henriques foi mesmo a falta de capacidade que teve para discutir o jogo. Faltou capacidade e bastante ambição à equipa da casa.