O futebol já provou que só é certo depois de acontecer, mas tratando-se da Juventus há uma forte possibilidade de se dizer que haverá italianos em Cardiff no próximo dia 3 de junho, na final da Liga dos Campeões. O campeão transalpino foi ao Mónaco vencer por 2x0, esta quarta-feira, e deixou a equipa de Leonardo Jardim em muito maus lençóis para o encontro da próxima semana.
Massimiliano Allegri fez bem o trabalho de casa. Olhou para o Mónaco e percebeu claramente onde tinha de atuar, anulando a «cavalaria» ofensiva dos franceses em torno de Mbappé, Lemar, Bernardo e Falcao. Por isso, a Juventus resgatou o esquema com três centrais e fechou quase sempre as zonas sensíveis à frente de Buffon.
Para além disso, entrou mandona. Mesmo a jogar longe de casa, a Vecchia Signora apresentou-se no principado com vontade de jogar perto de Subasic. Pjanic confirmou a excelente temporada e foi o primeiro «motor» da máquina bianconera - esta noite toda de azul. Nos primeiros 10 minutos só deu Juventus, ainda que sem perigo real.
Atados e, por isso, sem terreno para galgar, os monegascos precisaram de algum tempo para engrenar; e fizeram-no por intermédio de Mbappé, pois claro. O fenómeno de 18 anos assustou Buffon em dois momentos (12' e 16'), mas não desatou o nó. O Mónaco melhorava mas sem convencer como noutras noites. E foi quando pensava ter a Juve controlada que sofreu.
Dani Alves subiu, como lhe competia no esquema de Allegri, e mesmo tapado para a baliza inventou um passe de calcanhar que viajou direitinho para o pé direito de Higuain. Ora, da zona dos 11 metros, o argentino provou porque motivo a Juventus pagou 90 milhões. Tiro certeiro a dar vantagem aos italianos, à primeira real situação de perigo.
Ganhar à Juventus já é, em si, uma tarefa difícil; em desvantagem torna-se uma missão quase impossível, mais ainda quando não se é capaz de materializar as poucas situações que os italianos permitem, como a de Falcao logo no início da segunda parte. Não marcou - porque houve Buffon, claro - e a Juventus manteve a postura; tranquila, concentrada e matreira.
Qualidades que, aos 52 minutos, sentenciaram praticamente a eliminatória - só porque estamos a falar da Juventus. Dybala para Dani Alves - que belo jogo do internacional brasileiro - e este com um cruzamento teleguiado para os pés de... Higuain. O resto dispensa relato, porque é óbvio. O Pepita «bisava», a Juventus ampliava e os 90 milhões que seguiram para Nápoles devem cobrir facilmente a viagem para Cardiff.
Nota de mérito para a equipa de Jardim, que mesmo depois do segundo golpe aplicado por Higuain lutou e procurou reduzir distâncias e abrir perspetivas mais animadoras para Turim. Falcao voltou a ter uma oportunidade e Germain, em cima do minuto 90, voltou a ver Buffon intervir com tamanha segurança que até parece fácil. E também por ele é que ficou 0x2. Cheira a Real Madrid x Juventus. Para a semana veremos...