«Superliga? O Figo de 22 anos não teria oportunidade de disputar...»

Luís Figo concedeu uma longa entrevista ao jornal Marca e, entre vários temas, deixou uma posição clara no que respeita à Superliga Europeia, competição amplamente defendida pelo Real Madrid.

Ao jornal espanhol, o antigo jogador do Real Madrid deixou claro que é contra a criação da nova competição, mas assegurou que a sua opinião em nada abala a sua relação com Florentino Pérez, presidente dos merengues.

«Gosto de competições que tenham veracidade e mérito desportivo. Sou madrileno e não tenho nada contra o Real Madrid. Não concordar, não significa ser contra [o clube]. O que vejo é que um jogador como eu, que começou a jogar no Sporting, da forma como é feita a Superliga, nunca terá oportunidade de jogar. O meu sonho sempre foi jogar a Liga dos Campeões, porque vi na televisão e disse: ‘Quero ser como eles'. 

Então, pelo que entendi, a Superliga não permite que um jogador como eu, que começa no Sporting aos 22 anos, tenha acesso à competição máxima. Acha que essa é uma competição que eu devia apoiar quando vivenciei o outro processo? E as ligas nacionais? Vão matá-las. O que acontece com o Osasuna ou com o resto das equipas? E os jovens ou o futebol feminino? Por tudo isto, não posso concordar com uma competição como a Superliga e nunca o farei», começou por explicar o antigo jogador, assegurando que mantém boa relação com o presidente do emblema madrileno. 

«É uma relação de respeito e admiração, mas, ao mesmo tempo, há muitas coisas em que discordamos. Mesmo quando eu era jogador, não concordava e disse-lhe isso», assegurou. 

Presidência do Real Madrid? «A vida leva-nos a tomar decisões»

Ainda sobre a ligação ao Real Madrid, Figo foi ainda questionado sobre o desejo de um dia vir a ser presidente do clube merengue, uma vez que já cumpre um dos principais requisitos estabelecidos nos estatutos, que é ter, pelo menos, 20 anos de afiliação ao clube, como sócio. O português não colocou o cenário no topo da prioridades, mas também não fechou a porta. 

«Nunca planeei projetos e oportunidades na minha vida como quero ser isto ou aquilo. O caminho na vida leva-nos a tomar decisões e depois se vê se é certo ou errado. É o que sempre fiz na minha vida. Nunca trabalhei a pensar para, em três anos, serei isto ou aquilo», finalizou.