Entrar com o pé direito e não cometer erros do passado. Sabendo a situação hostil que iria encontrar em Frankfurt, o Sporting não se deixou afetar e venceu por esclarecedores 0-3 no arranque da Liga dos Campeões 2022/23. Exibição madura e firme da equipa de Rúben Amorim, que sobreviveu ao impacto inicial e se superiorizou - de forma clara - na segunda parte. Triunfo importantíssimo - sobretudo em termos anímicos - contra um Eintracht desatento e macio após o regresso dos balneários.
O Sporting já estava avisado para o ambiente no Deutsche Bank Park. Em 2019/20, o Vitória SC saiu vivo. É absolutamente impressionante, ensurdecedor. Impossível para quem procura a concentração. O show foi impressionante à medida que o estádio foi enchendo e simbolizou a correria da massa adepta alemã para os jogos em casa da Liga dos Campeões.
⌚️Intervalo: EIN 0-0 SCP
É a primeira vez que uma 🇵🇹equipa portuguesa não sai em desvantagem ao intervalo no 🏟️estádo do 🇩🇪Eintracht Frankfurt:
2022 vs Sporting (0-0)
2019 vs Vitória SC (2-1)
2019 vs Benfica (1-0)
2014 vs FC Porto (1-0) pic.twitter.com/vfETJJsVlz
— playmakerstats (@playmaker_PT) September 7, 2022
A cada correria, a cada metro ganho... Um ruído imenso. A cada falta, a cada decisão do árbitro, a cada bola ganha pelos homens de Oliver Glasner. Muani foi dos mais barulho provocou numa fase inicial, aproveitando a profundidade para fazer a diferença.
O Sporting, face todos o cenários, manteve-se firme. Edwards ganhou um penálti anulado pelo VAR e o Sporting apostou nos ataques rápidos (e a poucos toques) para ferir o adversário onde ele é mais débil.
As aproximações mais flagrantes, ainda assim, foram do Eintracht Frankfurt. Kamada, exímio na procura do espaço, esteve em todas elas, com Götze (mais apagado) no comando das operações. Adán não tremeu a sair dos postes (aspeto esse mais evidente nos últimos jogos) e impediu que Muani fosse feliz logo a abrir.
Ugarte imperial nos duelos, Coates imperial nos cortes, Edwards, Pote e Trincão nas combinações rápidas. Matheus Reis e Porro mais vezes em apuros, com St. Juste e Gonçalo Inácio a sentirem dificuldades para tapar o espaço entre o ala. Apesar de tudo, os leões sobreviveram bem ao impacto inicial e esse, por si só, foi um indicador positivo.
... Aconteceu. Ter bola. O Sporting entrou na segunda parte sereno, concentrado e a não se deixar afetar por qualquer elemento externo. O Frankfurt, por Muani, voltava a aproximar-se, mas sem sinal de alarme.
Por isso, em dois ataques organizados, criou mossa. Edwards, a grande figura do jogo, inaugurou o marcador, permitindo que Trincão virasse um balde de água gelada no quente estádio de Frankfurt quando Santos Borré já havia entrado em campo.
Os segundos 45 minutos verde e brancos foram de grande qualidade e maturidade, tanto que a questão ficou resolvida em dois minutos, com o recém-entrado a dar o golpe fatal.
Melhores que o adversário em todos os sentidos, sendo que a primeira parte foi marcada por mais equilíbrio. O intervalo fez maravilhas no Sporting e horrores do Eintracht, que deixou a cabeça no balneário.
Quando tudo parecia estar a entrar nos eixos... O central lesiona-se. Estava bem no jogo e necessitou de ser substituído na segunda parte. A pálida imagem do Eintracht no segundo tempo também é forte candidata a este espaço.