Já na fronteira com Espanha, os Conquistadores continuaram a somar, rumo à conquista final: a Europa. O Vitória venceu por 2-1 em Chaves e deixou a vida dos flavienses ainda mais complicada. Jota Silva voltou a justificar a convocatória à Seleção das Quinas com um excelente golo de cabeça, que Héctor fez questão de nivelar poucos minutos depois. A pressão vitoriana foi sempre mais eficaz e os vitorianos voltaram à frente do marcador perto da hora de jogo.
Destaque para o grande apoio dos adeptos do Vitória em terras transmontanas e para alguma resignação dos adeptos flavienses com o mau momento da equipa.
Na tarde solarenga de Trás-os-Montes, foi o Vitória quem começou a acelerar processos rumo à vantagem. Os minhotos, que não queriam desarmar da luta pelo quarto lugar, apresentaram desde cedo o futebol que já tem sido a marca de água da equipa nesta primeira liga. Ligam por dentro, por fora (Bruno Gaspar e Mangas sempre à largura e profundidade) e com Nelson Oliveira como pivô, jogando mais de costas para a baliza. Aos dez minutos aparece a primeira grande oportunidade do Vitória. João Mendes e Nélson combinaram bem pelo corredor central e o internacional luso permitiu a defesa a Hugo Souza. Na ressaca, e já com a baliza aberta, Jota atirou à barra do Chaves.
Pouco a pouco, o cerco vitoriano foi apertando os comandados de Moreno. O Chaves, organizado ora num 5-4-1, ora num 4-5-1 com Pius a fechar como lateral esquerdo, foi jogando mais baixo e a tentar suster a respiração da pressão adversária. Aos 20´, o cerco quebrou mesmo: Bruno Gaspar cruzou da direita e Jota, nas alturas (algo não muito habitual), cabeceou de forma potente para o golo. A bola ainda bateu na barra, mas ultrapassou mesmo a linha de golo.
Entre alguns assobios vindos das bancadas, o Chaves não foi sendo capaz de criar muito perigo, mas quando lá foi, foi pela certa. Cinco minutos depois do inaugurar do marcador, Héctor aproveitou um cruzamento de Benny para nivelar as contas. Algumas culpas para a defensiva vitoriana, que se desentendeu na marcação e deixou o espanhol sozinho.
Até ao fim do primeiro tempo, só deu Vitória. Muitas bolas paradas e um jogo de sentido único dos Conquistadores, mas sem perigo efetivo para Hugo Souza.
Destacados na lanterna vermelha do campeonato, o Chaves tinha de fazer algo para mudar o rumo dos acontecimentos. Escasseiam os pontos, numa fase em que todas as migalhas são importantes para engordar a galinha. A equipa flaviense entrou mais ofensiva, revigorada de algum desconforto no final do primeiro tempo, e apenas Charles evitou o golo da reviravolta. O guardião do Vitória teve de se esforçar para defender um remate de Guzzo, na sequência de um canto.
Sol de pouca dura: é assim que se pode descrever a reação do Chaves no segundo tempo, que durou pouco menos de dez minutos. O Vitória partiu novamente para cima, como foi apanágio em grande parte do jogo, e o jogo retornou à normalidade. Após alguns minutos a cercar a área adversária, penálti para os Conquistadores. Hugo Souza saiu atrasado e carregou Nélson Oliveira em falta. Na cobrança, Tiago Silva restabeleceu a vantagem dos forasteiros.
Desde o golo, baixou a pressão e o Chaves conseguiu crescer. João Correia entrou com vontade de mudar a partida diante da sua antiga equipa e foi por ele que surgiram as oportunidades de maior relevo. Kaio César, do lado vimaranense, tentou em condução trazer a equipa para a frente, mas o cansaço pareceu apoderar-se da equipa e Butzke (fora dela) foi quase sempre um elemento estranho na turma de Álvaro Pacheco.
Até ao fim, alguma incapacidade dos flavienses em criarem perigo, mesmo com muitas unidades na área adversária.
Grande partida de Nélson Oliveira! Em apoio, decidiu com classe em quase todos os momentos. Não marcou, nem assistiu, mas fica ligado aos lances mais perigosos do Vitória e ganha o penálti que dá o golo da vitória.
Butzke entrou novamente desligado. Depois de falhar o penalti na ultima partida, a confiança do espanhol parece estar completamente em baixo. É um elemento estranho na equipa e não teve qualquer ação de relevo.
Arbitragem algo difícil para Gustavo Correia, mas que o mesmo lidou com maestria. Muitas faltas e alguma agressividade a mais dos intervenientes, sempre bem admoestada pelo juiz da partida. O penálti parece bem assinalado.