C´um Catamo!

O menino dos leões foi a verdadeira figura deste encontro. Geny Catamo abriu o jogo com um golo logo no primeiro minuto, onde apareceu sozinho a rematar para o fundo da baliza de Trubin e, mesmo a terminar, voltou a fazer exatamente o mesmo e quase da mesma forma. Num jogo exaustivo da parte do moçambicano, correu por todo o lado, esteve sempre presente e não deu descanso.

A impulsividade de João Neves, no concerne ao jogo aéreo, é algo sempre digno de ser mencionado. Para além disso, a forma como disputa os duelos, sendo de baixa estatura, frente a jogadores como Morten Hjulmand, faz com que seja sempre alguém a ter em conta. Para além das valias defensivas, voltou a ser uma mais-valia na construção ofensiva do Benfica.

Normalmente, Jeremiah St. Juste é gerido com pinças, devido à propensão que tem para lesões, mas, frente ao Benfica, o central mostrou que, em forma, é imprescindível. A velocidade que dá ao jogo - principalmente, pela quantidade de vezes que apareceu em zonas de finalização bastante adiantadas - e a segurança que acaba a dar na defesa é de um nível muito elevado.

Se João Neves é o maestrinho, Ángel Di María é o maestro. O astro argentino voltou a demonstrar a preponderância que tem na criação de jogo e oportunidades do Benfica e, em Alvalade, foi isso mesmo que aconteceu. A grande maioria das oportunidades que as águias construíram partiram do extremo - sendo que o golo surge de um pontapé livre batido por ele próprio. Quando está em forma e em dia, é imprescindível.

Sebastián Coates não envelhece. O capitão do Sporting continua a ser decisivo na zona central da defesa leonina e uma autêntica muralha aquando da sua necessidade. Frente ao Benfica, esteve bem na contenção e no posicionamento, face às ofensivas dos encarnados e conseguiu travara algumas das movimentações das águias que poderiam vir a ser verdadeiramente perigosas. 

Tem sido o guarda-redes utilizado por Rúben Amorim, devido à lesão de António Adán, e, frente ao Benfica, mostrou o porquê de ser a opção. Não é só porque tem de ser. Franco Israel tem demonstrado evolução entre os postes da baliza dos leões e, neste dérbi, conseguiu travar várias oportunidades de golo claras - que o diga Ángel Di María, depois do remate em arco que o guardião defende com uma sapatada. Merece o destaque.

Esteve lesionado e regressou diretamente para a titularidade. Pedro Gonçalves mostrou o porquê de assim ter sido e só precisou de meros segundos. Logo no início do encontro, no primeiro lance em que interveio, o extremo do Sporting arrancou pela ala, driblou sobre dois defesas e serviu Geny Catamo com um cruzamento quase milimétrico. Pote faz a diferença. Obviamente que, após a paragem por lesão, jogou apenas 71 minutos, mas, em dia bom, é das melhores peças leoninas.

Esteve ligeiramente melhor do que o que demonstrou na passada terça-feira, na segunda mão da meia-final da Taça de Portugal, mas, mesmo assim, há que apontar. Casper Tengstedt precisa de evoluir e, neste encontro, voltou a demonstrar algumas das fragilidades que ainda possui. Para além do posicionamento, onde, por muitas vezes, deixa a zona central descoberta e sem elementos para possíveis jogadas, o avançado do Benfica precisa de melhor na capacidade de compreender a partida. Podem ser só dias maus, mas há talento e capacidade para fazer melhor.

Em dia bom, Rafa Silva parte tudo. Em dia mau, acontece como neste dérbi em Alvalade: parece estar em pleno esforço. É um dos grandes jogadores do Benfica, não só pela velocidade, mas, também, pelo que oferece, normalmente, à construção ofensivas das águias. É um jogador que, de repente, consegue sacar um coelho da cartola, mas, este sábado, pouco ou nada conseguiu fazer - também dada à pressão efetuada pela defesa do Sporting. Tem muita capacidade para mais.