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Treinador esteve à conversa com o zerozero

«Dizia aos jogadores 'Trabalhem que eu depois levo-vos comigo porque vou ter sucesso'»

2024/02/16 19:11
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Depois de 17 anos a treinar em Portugal, Ricardo Soares decidiu aventurar-se no estrangeiro e, no espaço de um ano, trabalhou no Egito e na China, país onde está atualmente. O técnico, de 49 anos, esteve no Algarve a fazer um estágio de pré-época e, antes de regressar a território asiático, passou pela redação do zerozero para uma longa entrevista. O futebol foi, de forma natural, o ponto de partida da conversa, mas houve ainda tempo para se falar de família e de Portugal, país que leva sempre no coração.

Na segunda parte da entrevista, o treinador recordou o início de carreira repleto de desafios e dificuldades, analisou a atual edição do campeonato português e falou sobre alguns jogadores que teve oportunidade de orientar em Portugal.

Nota: A entrevista está dividida em duas partes e pode ler aqui a primeira.

Zerozero: Recuemos até ao final de 2021/22, época em que leva o Gil Vicente às competições europeias. Se lhe dissessem que daí a menos de dois anos iria ter passado pelo Egito, voltado a Portugal e rumado à China, acreditava ou era um cenário demasiado alternativo? 

Ricardo Soares: As coisas são tão rápidas que nem dá tempo para pensar, pelo menos na altura. Agora consigo ver e dizer que a minha vida sofreu aqui umas alterações muito grandes. Estive em África, regressei a Portugal, agora estou na Ásia... São experiências absolutamente incríveis. Eu aproveito para mandar um abraço para o meu presidente- que agora já nem o é- Sr. Francisco [Dias da Silva] porque é uma pessoa que estimo mesmo muito. A nossa relação vai além do presidente/treinador, ele foi determinante na minha carreira. Gosto muito do Gil Vicente e hoje sou melhor treinador pelas pessoas que me apareceram à frente, não é pelos conhecimentos táticos. Isso é importante, mas as pessoas que me têm surgido na vida têm sido fundamentais, até para a minha personalidade. Em relação ao Gil Vicente... Eu fui despedido do Moreirense [2020/21] e no dia seguinte fui convidado pelo Gil Vicente. Não deu sequer para pensar no projeto, se é que existe projeto... No futebol não existem projetos. Nós estávamos em penúltimo, mas houve um clique e saltámos para uma dimensão boa. Acabámos bem e a temporada seguinte foi de muito felicidade. Os adeptos do Gil Vicente são... Nunca ouvi um adepto do Gil a ter uma frase má, nem num ano nem no outro. É algo raro e os treinadores têm de estar preparados para isso, mas lá não tive ninguém a fazer-me isso e os adeptos vão ficar sempre no meu coração. Foi um marco importante para a cidade, andámos pelas ruas e é isso que faz com que queiramos ser treinadores, pelo menos no meu caso. Ver tanta gente feliz e poder ficar na história do Gil Vicente, um clube centenário, é marcante. 

Técnico levou o Gil Vicente à Europa @Arquivo Pessoal

ZZ: Não fica um amargo de boca por não ter dado continuidade a esse trabalho?

RS: Quando és feliz e respeitado num sítio... Dois dos meus dois melhores amigos são os médicos do Gil Vicente, ou o Sá Pereira [diretor de comunicação do Gil Vicente]. Quando és treinador e consegues criar este tipo de amizades, custa muito tomarmos certas decisões. No entanto, quando comecei tinha como objetivo chegar o mais longe possível e ninguém me pode criticar por eu querer provar a mim próprio- e não aos outros- que me posso superar diariamente. Os adeptos do Gil certamente não ficaram magoados comigo porque eu dei tudo ao serviço do clube, tal como em todos os clubes em que estive até hoje. Toda a gente no clube sabia que eu tinha vontade de viver um desafio diferente.

«Se tivesse tido noção do quão difícil é ter sucesso como treinador não estaria aqui»

ZZ: Olhando para a altura em que iniciou a sua carreira, que diferenças e que semelhanças existem entre o Ricardo Soares de hoje em dia e o Ricardo Soares que começou a treinador o Taipas em 2005?

RS: Existem muitas diferenças. Agora sou uma pessoa mais calma, serena e preparada para os problemas que vão surgindo. Os problemas são assuntos e nós temos de os resolver sem fazer drama. Nessa altura estava a começar e logicamente nunca estamos preparados. Aliás, hoje em dia ainda acho que não estou preparado e que me falta muita coisa. Tenho muito orgulho no que fiz e, por muito caricato que isto possa ser de se dizer, eu trabalhava muito mais nesses clubes [fase inicial da carreira] do que agora. Na altura era só eu e outra pessoa, agora o Maurício Vaz tem a sua área e trata de tudo para além da preparação física; o fisiologista, o Pedro Guimarães, trabalhar com essa área; depois tenho o Raúl, o Paulo Lobo [adjuntos], o Luís [analista]... Eu agora só tenho de me preocupar em melhorar o jogador individualmente e melhorar o processo de jogo. Eu só faço isso e não me preocupo com mais nada. Isso é importante porque não é por trabalhares muito que vais ter sucesso. Se estiveres cansado e se não estiveres a pensar direito, não vais fazer as coisas bem. O treinador vive de boas decisões, uma má decisão pode deitar a perder uma época desportiva. Tu tens de estar sereno e focado no que controlas. Nesses clubes até tinha de tratar da rouparia e da relva, agora é muito mais fácil pelos meios que tenho à minha disposição. O adversário agora não me surpreende, temos pessoas qualificadas que observam o adversário e que me fazem chegar tudo às mãos. Por isso é que valorizo muita essa gente, sei que poucas pessoas têm a oportunidade de chegar onde eu estou. Desejo toda a sorte do mundo a essas pessoas, que trabalham em condições miseráveis e que aturam coisas surreais. No entanto, é o preço a pagar por tentarmos fazer uma carreira de acordo com o que projetamos.

ZZ: Na preparação para esta entrevista lemos um artigo que o zerozero escreveu na altura em que o Ricardo Soares estava a dar cartas no Gil Vicente. Uma das coisas que nos saltou à vista foram as dificuldades pelas quais passou nos seus primeiros anos de treinador. Abdicou de muitas coisas, teve de ter um grande apoio da sua esposa... Numa visão geral, como foi aguentar tudo isso? 

RS: É difícil e tudo começou quando eu ainda jogava. Eu fui um jogador de pouca dimensão e percebi que, a partir de determinada idade, eu não iria atingir o que eu tinha projetado para a minha carreira de futebolista. Aos 27 anos percebi que dificilmente seria um jogador de elite, de 1ª Liga para cima, isto na medida em que joguei sempre na 2ª Divisão B ou na 2ª Divisão. Nessa altura a minha esposa entrou na minha vida e ajudou-me a tornar-me mais responsável, comecei a ter mais experiência. Aí comecei a preparar-me para ser treinador: tirei muitos cursos e deixei de jogar cedo. No entanto, é muito difícil entrar no mercado como treinador quando tu não foste nada como jogador, não és conhecido nem tens grande rede de contactos. É difícil ter oportunidade, mas eu percebo os clubes, isto não é uma crítica. Há tantos treinadores, os clubes vão dar uma oportunidade ao Ricardo Soares, que nunca treinou ninguém e que foi jogador de 2ª Divisão? Felizmente deram-me oportunidade no Taipas, da AF Braga, e fui crescendo. Trabalhei muito e tive a felicidade de me cruzar com muita gente que me ajudou. Só se tem sucesso de forma coletiva e com sorte à mistura. Já falei muito de sorte e tenho amigos que me dizem «Estás sempre a falar de sorte, mas a sorte dá muito trabalho». É claro que dá, mas tenho a certeza que há muitos colegas meus na distrital que trabalham tanto ou mais do que eu, que são tão ou mais competentes do que eu e não tiveram a felicidade que eu tive. Há quem diga que é estrela, há quem diga que é crença... Eu não faço a mínima ideia do que seja. O que sei é que consegui atingir o que pretendia até este momento e agora tenho mais objetivos.

ZZ: Passados quase 20 anos, está onde imaginava que iria estar?

RS: Eu sempre tive uma crença muito grande em relação à possibilidade de ter sucesso como treinador, principalmente porque não tinha noção do quão difícil isto era. Mas ainda bem que não tive essa noção, se a tivesse provavelmente não estaria aqui porque teria desistido. Eu tinha uma força interior e uma confiança em mim muito grandes. Dizia, e os jogadores podem confirmar, «Trabalhem bem e eu depois levo-vos comigo porque eu vou ter sucesso. Eu vou lá para cima, vou treinar na 1ª Liga». Naquela altura, esta irreverência podia soar a falta de humildade, até porque as pessoas analisam as coisas à sua forma. Nunca falei sobre isto com os jogadores dessa altura, com quem ainda mantenho contacto, mas eles nessa altura deviam dizer «Este homem deve achar-se mesmo treinador. Não tem humildade nenhuma». Agora olho e acho que devia ser isso, se tivesse no lugar deles se calhar dizia isso. No entanto, não era falta de humildade, era mesmo uma força interior que me fazia acreditar. Não tinha dúvidas que iria chegar [a patamares superiores]. O resto é história.

«Devíamos valorizar mais o campeonato português»

ZZ: Continua a acompanhar o campeonato português? Quem vê mais bem lançado na corrida para o título de campeão nacional? 

RS: Claro que continuo a acompanhar a Liga Portuguesa. É verdade que, quando estou na China, é mais difícil e tira-me muitas horas de sono, lá são mais sete ou oito horas de sono. Os jogos são às 3h ou 4h da manhã, mas há sempre forma de ver os jogos. O meu foco será sempre o clube que eu treino, mas de qualquer das maneiras claro que acompanho. A Liga é importante para mim, o campeonato é bom e devíamos valorizá-lo mais. Há bons jogos, grandes espetáculos, a liga é bem organizada e temos bons árbitros. Há polémica? Ok... Podíamos evitar um bocadinho isso, mas se somos assim culturalmente também não há problema nenhum. Gostava de fosse diferente, mas não faço disso um bicho de sete cabeças.

Há três tipo de campeonatos em Portugal: há os clubes que lutam pelo título- os três grandes e o SC Braga consegue andar ali perto. Depois há o Vitória SC, que está melhor, o Famalicão e um outsider: o Arouca começou mal, mas agora está a aparecer e penso que vai fazer uma grande caminhada- tenho gostado muito do Arouca e do Estoril. Por fim, há as equipas que têm menos recursos e que lutam pela manutenção. Aqui vai ser uma guerra dura porque há muito equilíbrio, embora haja duas equipas que não começaram tão bem. Ainda assim, acredito que podem conquistar um ou duas vitórias porque o nível é muito semelhante entre nove equipas. 

Técnico deixou uma camisola do Beijing Guoan na nossa redação @Gonçalo Pinto/zerozero

Os três grandes e o SC Braga estão muito acima de todas as outras, até pelo seu poder. Vejo um Sporting forte, manteve o treinador, a maior parte dos jogadores e há um conhecimento muito grande em relação aos valores da equipa e ao seu modelo de jogo. Foi feliz na contratação do ponta-de-lança, que veio aportar à equipa uma agressividade muito grande. Também deu um passo em frente no seu modelo de jogo. Era uma equipa muito forte nas bolas paradas, nas transições e muito competitiva. Hoje o Sporting cresceu vários metros, pressiona alto e consegue jogar de várias formas. Agrada-me muito este Sporting, é um candidato fortíssimo a ganhar a liga.

O Benfica é o atual campeão em título e teve alguns jogos bons e outros menos bons. No entanto, é natural isso acontecer em quem teve tanto sucesso: no ano passado o Benfica fez uma boa Liga dos Campeões e foi campeão. Penso que agora está mais forte, tem um bom plantel, fez um grande investimento e vai lutar pelo título até ao fim.

O FC Porto é sempre o FC Porto, tem o Sérgio Conceição e todos sabemos a mística e a garra que ele tem. É uma equipa altamente competitiva e agressiva no bom sentido. Às vezes falamos de agressividade e as pessoas pensam que é dar porrada, mas não é nada disso. O FC Porto é uma equipa agressiva quando perde a bola, pressiona muito alto e joga com uma intensidade altíssima. Vai ser um campeonato renhido até ao fim. O FC Porto perdeu alguns pontos, mas que não se pense que estão fora da luta. O SC Braga tem uma grande organização, já perdeu alguns pontos, mas isso acontece porque está na Taça de Portugal, na Liga Europa e já venceu a Taça da Liga. São muitos jogos, mas tem uma excelente equipa. É mais difícil para o SC Braga lutar pelo título, ainda que sem descartar. Nos três grandes não consigo dizer quem está à frente de quem, estão os três preparados para atacar o título.

ZZ: Gostando de futebol, é natural que acompanhe a Liga Portuguesa. No entanto, há também vários clubes que já treinou que estão neste momento na 1ª Liga: Moreirense, Gil Vicente, Chaves, Vizela e Estoril. É também um motivo ainda maior para tentar ir acompanhando o campeonato?

RS: Sim, acompanho sempre, até porque estou grato a todos esses clubes. Já falei do Estoril e do Gil Vicente, mas agradeço a todos os clubes sem exceção. Fui mais feliz em alguns porque os resultados desportivos influenciam esta questão, mas tenho grandes amigos em todos os clubes. Sigo mais a 1ª Liga, mas também acompanho muito o SC Covilhã, por exemplo, porque fui muito bem tratado lá. O Lixa... O Felgueiras é o meu clube do coração e espero que possam subir este ano. Têm um presidente muito ambicioso que está a fazer um grande trabalho, assim como o treinador e os jogadores. Espero que tenham grande sucesso e que possam atingir os objetivos.

ZZ: Ou seja, olhando para a fase de subida da Liga 3, o cenário ideal é subir o Felgueiras e o SC Covilhã?

RS: Também temos lá a Académica, clube por onde passei [risos]. Que subam os melhores!

ZZ: Podem subir os três, através do playoff...

RS: Exatamente! Mas o clube da minha terra é o meu clube, o único do coração. A subir que suba o meu Felgueiras, prezo muito as minhas raízes e sou do clube da minha terra.

ZZ: Há três jogadores que treinou sobre os quais gostávamos de falar consigo. Começamos pelo Estoril... Como é que se explica a explosão que o Rafik Guitane está a ter nesta temporada? 

Técnico nos tempos em que orientou o «seu» Felgueiras

RS: Estamos a falar de uma boa pessoa, muito humilde, calada e fechada. É muito introvertido, mas tem um talento incrível. Eu acho, de forma sincera, que ele não sabe o talento que tem. Às vezes há jogadores que pensam que têm muito talento e não é o caso; depois há jogadores que parecem não saber o talento que têm. Ele é diferenciado, um dos jogadores mais talentosos que treinei. Já treinei vários, mas ele está no patamar de cima. É um excelente jogador, que precisa de melhorar algumas coisas tal como eu preciso de melhorar enquanto treinador. Ninguém é um produto acabado e eu falei com ele sobre as coisas que ele tem a melhorar, mas vai atingir outra dimensão. É um jogador que pode ganhar um jogo sozinho. No entanto, gostava de mencionar o mérito do Vasco Seabra. Arranjou um método de jogo que serve o Guitane- e isto não quer dizer que ele não possa jogar noutro sistema, até porque os bons jogadores jogam em qualquer sistema. Comigo jogava mais por dentro, agora joga num 3-4-3 a vir da direita para o centro. O Vasco tem o mérito de ter motivado o jogador e de ter encontrado um modelo de jogo que o favorece.

ZZ: Recuemos até ao Gil Vicente. O que sente ao ver um jogador como o Samuel Lino na fazer exibições de grande nível no Atlético de Madrid e, mais concretamente, na Liga dos Campeões? Conseguia imaginar isto quando trabalhava com ele?

RS: Conseguia. Eu dou poucas entrevistas, mas recordo-me de ir ao Canal 11 e de ter dito que o Samuel Lino era um jogador que já valia muito dinheiro, mas que ainda ia valer mais no futuro. Dizer aquilo de um jogador do Gil Vicente... Expliquei que ele tinha um talento fora do normal e que o futuro me iria dar razão. Acreditava que ele seria um jogador de elite porque é um prodígio. Era um menino e acredito que ainda hoje seja. Refiro-me ao brincar e à irresponsabilidade positiva que um jogador deve ter. Tem aquela irreverência dentro de campo, sempre foi muito educado e muito humilde. Para mim não é surpresa, até dei uma entrevista à Marca na qual me perguntaram se ele se ia impor e ficar no plantel do Atlético de Madrid. Eu disse que ele não ia só ficar no plantel do Atlético, mas também que ia ser a referência do Atlético. Quem privava com ele percebia o valor dele, fez uma grande época connosco e acho que não fica por aqui porque tem muito margem de progressão.

ZZ: Na sua primeira época no Gil Vicente ele chegou a ser colocado como referência na frente de ataque...

RS: Chegou também a pisar terrenos que não gostava muito, já que ficou muitas vezes no banco [risos]. Não é que eu não reconhecesse o valor dele, mas estávamos numa situação em que estávamos perto dos lugares de descida. Ele jogava no São Bernardo, veio para Portugal muito cedo e só começou a jogar futebol com 17 anos. Há um caminho a percorrer e ele não estava preparado para dar o que a equipa precisava, havia alturas em que desequilibrava a equipa. Esteve a jogar como ponta de lança, mas achei que era um erro porque as suas características são de extremo. Teve o seu processo de evolução e ajudei-o a extrair o seu potencial. Ele merece tudo isto.

ZZ: Trabalhou também com o Gonçalo Franco, que foi associado ao Benfica no último mercado de transferências. O que é que nos pode dizer sobre este jogador? É uma formiguinha no meio-campo...

RS: Sim, é um excelente jogador e um grande profissional. Estive pouco tempo com ele, mas é um jogador com características muito específicas. Não é um médio robusto, mas é agressivo. Tecnicamente é muito evoluído, pensa muito bem o jogo e não é por acaso que é uma das referências do Moreirense. Gosto muito de ver a equipa, juntamente com o Estoril e o Arouca é um dos clubes que mais me surpreendeu. Têm a preocupação de jogar bom futebol.

«Treinar um grande? Não projeto a minha vida além do Beijing Guoan»

ZZ: Acabou de renovar, é certo. No entanto, um eventual regresso ao futebol português faz parte dos seus planos?

RS: Não gosto muito de pôr as coisas dessa forma, eu estou feliz no Beijing Guoan. Tenho um grande desafio este ano, já que queremos ficar nos três primeiros lugares. Reduzimos o orçamento porque teve de ser, mas isso não vai limitar a nossa ambição. Pelo contrário. É um grande desafio e tenho os meus objetivos, não quero sair do Beijing Guoan porque quero cumprir com que o que foi definido. Depois sim, posso pensar [em sair]. O retorno ao futebol português estará sempre na minha cabeça por diversas razões. Temos os melhores profissionais, temos uma grandes organização e pessoas responsáveis. Valorizarei sempre o nosso campeonato, não numa perspetiva de ser simpático, mas sim porque é o que penso. Já não tenho idade para dizer coisas só para agradar as pessoas. Tenho idade pata ter juízo, não deixar ninguém triste com as minhas opiniões e ser ponderado nas minhas análises, mas nunca vou fugir da minha essência de dizer o que penso. Fui sempre muito bem tratado e é o meu país, que tanto prezo. 

qÀs vezes há jogadores que pensam que têm muito talento e não é o caso; depois há jogadores que parecem não saber o talento que têm. O Guitane é diferenciado, um dos jogadores mais talentosos que treinei. Já treinei vários, mas ele está no patamar de cima

ZZ: Entendendo que está feliz na China e que quer fazer um bom trabalho, vê-se com capacidade para assumir um dos três grandes no futuro?

RS: Nunca vi as coisas dessa forma, isso para mim nunca foi uma preocupação. A minha preocupação é que todos os clubes que eu treino possam dizer que o Ricardo Soares é um bom profissional, um homem respeitador e que não atropela ninguém. Estou onde as pessoas me quiserem e estarei sempre onde eu queira estar e onde as pessoas me quiserem. Não projeto a minha vida além do Beijing Guoan. Tenho os meus objetivos pessoais, mas nunca os partilho. Guardo para mim o que falta para a minha carreira e vou continuar a tentar ser melhor amanhã do que hoje. Quero ser sempre correto, isto não esquecendo que às vezes fazemos asneira da grossa. Já cometi muitos erros, mas vou tentar que isso não aconteça. Quero fazer a melhor carreira possível, quero fazer felizes as pessoas dos clubes que treino.
 

Portugal
Ricardo Soares
NomeJosé Ricardo Soares Ribeiro
Nascimento/Idade1974-11-11(49 anos)
Nacionalidade
Portugal
Portugal
FunçãoTreinador

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