A propósito dos incidentes durante o Athletico Paranaense - Coritiba, António Oliveira, técnico do Coritiba, foi ouvido no Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná e acabou por ser alvo de uma declaração polémica, que entretanto foi denunciada ao Ministério Público, por xenofobia.
O treinador português estava a responder ao auditor do Tribunal, Rubens Dobranski, que, numa das perguntas ao técnico do Coritiba, visou ainda Abel Ferreira.
«Já tive a oportunidade de assistir jogos em Portugal, no estádio da Luz. Fui ver jogos do Benfica lá em Portugal algumas vezes e estou preocupado porque os técnicos portugueses, que estão trabalhando atualmente no Brasil, parece que estão a querer marcar território. É o caso do técnico do Palmeiras, que chuta baldes de água, chuta microfones e é sempre advertido com cartão amarelo», afirmou o auditor.
«E se não me engano, o senhor aqui quando chegou ao Coritiba, não sei se foi na quarta ou quinta jornada, já cumpriu suspensão por três cartões amarelos. Confere? Confere isso? O senhor foi suspenso por três cartões amarelos?», perguntou ainda.
António Oliveira, que em Portugal orientou a equipa B do Benfica, respondeu afirmativamente à questão e defendeu-se, depois da seguinte pergunta: «O senhor não acha que está sendo, assim, muito reclamão com os árbitros aqui do país?»
«Eu, na vida, não olho a culturas, raças e nacionalidades. O doutor acabou de dizer que os portugueses estão a tentar marcar território», referiu, levando Rubens Dobranski a comentar que «a situação está a ser comum.»
O treinador português prosseguiu: «Isso é uma opinião do doutor. Não é a minha, respeito muito. Cada um é como cada qual. Não olho nacionalidade, não olho religiões, não olho cores. Para mim as pessoas, cada uma tem a sua índole, a sua educação e a sua formação. Eu tenho a minha e a minha forma de viver o jogo.»