De primeira linha

Se o Sporting entrou bem no jogo desta terça-feira, foi, em grande parte, graças a Francisco Trincão. A ponta direita foi sempre a zona mais perigosa do trio atacante leonino e o camisola 17 foi quem mais brilhou nesta partida a nível ofensivo. Fez a assistência para o único golo do jogo, mas também se destacou no drible e criou as chances que estiveram mais perto de ampliar o marcador.

Se Trincão fez o passe decisivo, então Pedro Gonçalves marcou o golo que deu três pontos ao Sporting. Esta finalização leva Pote uma vez mais para a marca dos 10 golos na Liga e logo contra o clube ao qual foi contratado, que é também uma das vítimas prediletas. Em quatro visitas de leão ao peito, esta foi a terceira vez que marcou em Famalicão!

Se o jogo não é uma linha reta desde o apito inicial até aos três pontos do Sporting, isso deve-se a Chiquinho e aos seus constantes slaloms. O extremo cedido pelo Wolverhampton criou quase todos os problemas que a equipa visitante teve na partida e encorajou a saída prematura de Diomande ao intervalo. Teve menos protagonismo perante Quaresma, mas ainda fez maldades a todos os alas que passaram pelo seu lado...

Os motivos para a entrada de Eduardo Quaresma ao intervalo foram os mesmos que justificaram o adiamento do jogo, há dois meses atrás: «falta de policiamento». Diomande estava amarelado e sem mãos para Chiquinho, de maneira que Quaresma entrou e rapidamente se impôs no duelo com esse oponente direto. Além disso, como é habitual, mostrou muita qualidade técnica e arrancou para criar uma oportunidade de golo no ataque.

Daniel Bragança voltou a brilhar e já não há dúvida de que a sua presença no onze em detrimento de Morita não é um ato de rotação do treinador, mas sim uma aposta no jogador que mais garantias dá à equipa. Está em grande forma - possivelmente no melhor momento de toda a carreira sénior - e desta vez contribuiu com muito na defesa e até no ataque. Aquele remate à trave...

Se há mérito para Chiquinho e para Eduardo Quaresma, também há demérito para Ousmane Diomande. Tem sido mais inconsistente desde o CAN e esta terça-feira teve uma noite infeliz, na qual tremeu em posse e acabou riscado ao intervalo mesmo depois de uma parte em que o Famalicão pouco atacou. Foi amarelado num dos lances em que perdeu a bola e ainda arriscou a expulsão antes da saída.

Talvez por estar em grande forma, vindo de três jogos consecutivos a marcar e de um bis no Dragão, Cádiz foi muito solicitado pelos companheiros. O problema é que a taxa de sucesso das suas ações foi praticamente nula. Em apoio ou na profundidade, pelo chão ou pelo ar, o venezuelano nunca conseguiu ajudar o Famalicão a subir no terreno e foi praticamente engolido por Coates.