O FC Porto voltou a perder pontos em casa. Os dragões empataram a dois golos contra o FC Famalicão, num jogo onde a equipa da casa foi muito curta a defender na primeira parte. Melhorou no segundo tempo, mas não chegou, perante uma equipa minhota bem organizada.
É inevitável, a equipa do FC Porto vive tempos de ansiedade. Joga debaixo de uma pressão emocional, como há muito tempo não se via, e isso reflete-se em campo.
Os comandados de Sérgio Conceição tiveram muita dificuldade em organizar o jogo, como quase sempre fizeram, deixando o FC Famalicão confortável desde início.
A formação de Armando Evangelista descobriu cedo como ferir os dragões. Wendell viveu uma primeira parte de terror: sem intensidade no ataque, nos duelos, em quase tudo o que fez. Aos nove minutos, Cádiz abriu o marcador, depois de um cruzamento de Puma Rodríguez pelo lado do ala esquerdo portista.
O FC Porto pagou caro o preço de entrar sem a dinâmica asfixiante de outros tempos e, como tal, teve de ir atrás do jogo.
A equipa de Sérgio Conceição soube povoar os terrenos ofensivos, mas revelou falta de rapidez e ligação entre os setores. Grujic nunca teve a capacidade de Alan Varela, assim como a relação de Jorgie Sánchez com Francisco Conceição foi uma sombra do papel entre João Mário e o irreverente extremo português.
Os dragões melhoraram quando Pepê ganhou influência nas zonas interiores, com Francisco Conceição e Iván Jaime. A relação com o português foi mais notória e o golo portista surgiu assim. Lance individual, pela linha final, remate de ângulo apertado e uma ajuda inusitada de Zaydou Youssouf.
O empate ajudou os portistas a ganharem confiança no jogo. A equipa de Sérgio Conceição acelerou processos, ganhou mais bolas, correu mais, mas chegar com perigo à baliza de Luiz Júnior foi um objetivo que nunca atingiu.
Apesar do domínio durante a primeira parte, o FC Porto terminou os primeiros 45 minutos a sofrer. Sérgio Conceição deve ter ficado com os cabelos em pé, quando viu a quantidade de erros defensivos que originaram o segundo golo dos famalicenses. Gustavo Sá cruzou sem oposição, toda a defesa falhou e Cádiz marcou, solto de marcação.
A grande maioria dos 30 mil adeptos das bancadas - tirando os aficionados do FC Famalicão - não gostou. A equipa do FC Porto foi para o balneário debaixo de um coro de assobios estrondoso.
A imagem da segunda parte foi bem melhor: os azuis e brancos apresentaram-se com Alan Varela, Galeno e Taremi e o jogo ficou mais intenso. A equipa de Sérgio Conceição encostou o FC Famalicão à defesa, mas teve muita dificuldade em acordar o espírito do Dragão.
O FC Famalicão foi uma muralha a defender, com Luiz Júnior a encabeçar esse papel. Com uma estrutura muito próxima, os minhotos anularam com grande mestria as investidas de Galeno e Francisco Conceição, assim como o trabalho interior de Taremi e Evanilson.
🚨Há 22 anos que o 🔵FC Porto não perdia 8 pontos em 3 jornadas consecutivas na 🇵🇹Liga Portuguesa:
2001/02 Vitória SC [F], SC Braga [C], Santa Clara [F]
2023/24 Estoril [F], Vitória SC [C], FC Famalicão [C] pic.twitter.com/o27c1nJtRc
— Playmaker (@playmaker_PT) April 13, 2024
A pressão azul e branca cresceu de uma forma brutal. Sérgio Conceição reencarnou Quinito e colocou toda a carne no assador. Namaso juntou-se a Evanilson, Taremi, Pepê, Francisco Conceição e Galeno. E ainda houve Varela e Nico González a recuperar bolas numa fase de construção permatura.
O FC Porto fez o empate, depois do FC Famalicão ter ficado com a defesa perdida. Taremi encostou, após uma arrancada de Galeno. Os últimos minutos ficaram marcados pela grande intensidade portista na procura da vitória, mas Armando Evangelista soube congelar o jogo, refrescou a equipa e as substituições quebraram o ritmo dos dragões.
Evanilson ainda foi expulso a terminar e o FC Porto não teve capacidade de inverter o resultado. A partida terminou com empate e um novo coro de críticas dos adeptos.
Foi uma Alma até Almeida dos rapazes de Armando Evangelista. A equipa minhota nunca perdeu o norte do que tinha de fazer, mesmo quando foi extremamente pressionada pelo azuis-e-brancos. Notável. São três jogos sem perder, com o novo técnico.
Um desastre. O setor recuado de Sérgio Conceição está a atravessar momentos de grande dificuldade e no encontro contra o Famalicão ficou bem patente nos dois golos.