Se o GD Chaves cair da Liga Portugal Betclic no fim da temporada, a hora de pensar no que podia ter corrido de forma diferente trará rapidamente a memória deste domingo...
Na receção Portimonense, outra equipa da zona vermelha da tabela, os flavienses sabiam que tinham de aproveitar o fator casa e a acessibilidade do adversário para assegurar três importantes pontos na luta pela permanência. Com isso em mente, a equipa de Moreno esteve por duas vezes em vantagem, mas acabou deixar a linha de água ficar mais longe, ao sofrer a reviravolta com um golaço algarvio já para lá dos 90.
Ciente das dimensões deste jogo do fundo da tabela, os transmontanos fizeram-se valentes e assumiram as despesas do jogo com bola, mesmo que inicialmente tenham mostrado alguma dificuldade na chegada ao último terço. Sanca sempre foi um recurso importante para ganhar metros, quando o coletivo não o conseguia.
Depois do golo ficou bem mais difícil segurar a bola e o Portimonense ganhou coragem para tentar algumas incursões. A equipa de Paulo Sérgio demorou a ganhar entrosamento, numa tarde em que houve duas estreias a titular (Tamble Monteiro e Taichi Fukui), mas conseguiu encontrar-se no jogo a tempo de fazer estragos.
A vantagem do GD Chaves era merecida e quase foi ampliada na segunda parte, num par de lances perigosos, mas o avançar do jogo e as mexidas dos treinadores mudaram o rumo de um jogo que inicialmente parecia destinado aos da casa.
Moreno suspirou de alívio, mantendo a vantagem que deixaria a sua equipa a apenas um ponto deste adversário, mas aos 83 minutos voltou a deixar cair a cabeça, quando Midana Cassamá marcou na sequência de um lance de bola parada. O golpe já era duro, mas a espada algarvia ainda iria mais fundo...
Foi no primeiro minuto da compensação, já depois de João Correia ter falhado o bis e assistido um golo anulado a Jô Batista, que o Portimonense consumou a reviravolta. Um golaço! Igor Formiga, que ainda não tinha marcado no futebol europeu, levantou a cabeça e atirou de muito longe para o 3-2 que assombrará os pesadelos flavienses. Portimonense mais perto de ficar, GD Chaves bem mais longe.
Por duas vezes em desvantagem e por duas vezes recuperou, sendo que na última, já nos descontos, conseguiu conquistar os três pontos e dar um enorme passo em direção à manutenção. Carlinhos foi, uma vez mais, o exemplo seguido por toda a equipa
Do ponto de vista de um adepto do GD Chaves, há poucas palavras que possam servir de justificação para o que aconteceu nesta tarde de domingo. A equipa construiu uma merecida vantagem, mas perdeu o controlo do jogo e parte dos lances do Portimonense tiveram origem em erros individuais da equipoa da casa.
Houve pedidos de grande penalidade a favor do Portimonense e de facto parece haver mão de Carraça. De resto, nada a assinalar.