Tal e qual um verdadeiro Messias, João Neves voltou a surgir num momento de aperto e salvou o Benfica. Nem mesmo as duas (ou três) grandes penalidades defendidas por Hugo Souza chegaram e o Benfica teve que sofrer, mas vai festejar a Páscoa com uma vitória, por 1-0, e três pontos no seu ovinho.
O futebol de clubes estava de regresso e o campeão nacional entrava em ação, frente ao aflito Chaves. Do lado encarnado, Roger Schmidt promovia três alterações no onze titular, chamando a jogo Tomás Araújo, David Neres e Arthur Cabral. Já do lado flaviense, o treinador Moreno Teixeira apresentava exatamente a mesma equipa inicial da última jornada.
Di Maria não falhava um penalti desde novembro de 2020, ainda ao serviço do PSG - frente ao RB Leipzig, na Champions
⚠Esta época, Di Maria tinha convertido com sucesso as 4 grandes penalidades que cobrara pic.twitter.com/N0pEEfqnA8
— Playmaker (@playmaker_PT) March 29, 2024
Três semanas depois, a Luz voltava a receber futebol e apresentava-se com boa casa, embora não estivesse cheia e houvesse alguma apreensão no ar, como se notou num menor fulgor do apoio em quase toda a 1ª parte. Apesar da entrada do Chaves na partida com vontade de ter bola, o Benfica entrou a pressionar, obrigou a um par de erros e rapidamente vimos uma mudança de atitude, com bola, dos forasteiros. Sem bola, o Chaves apresentava-se na Luz em 4x1x4x1, defendendo com todos atrás da linha da bola.
Perante isto, o Benfica tomou conta da iniciativa desde cedo e foi aproveitando o espaço entre linhas que existia no miolo, fruto que alguma desorganização flaviense, apesar dos muitos jogadores naquela zona. Sem capacidade de ter bola no pé e a apostar apenas no jogo direto, o Chaves foi-se defendendo, mas acabou por cometer grande penalidade, aos 24', por uma falta infantil de Pius, que cotovelou Bah. Contudo, Di María bateu muito mal a grande penalidade e permitiu a defesa de Hugo Souza.
Era preciso mais e melhor, se o Benfica queria regressar ao campeonato com um sorriso na cara. Cedo se percebeu que pouco tinha mudado na mentalidade do Chaves para a 2ª parte e os comandados de Moreno continuavam a defender com todos e com as mesmas dificuldades em ter bola. A iniciativa era, por isso, mais uma vez, toda do Benfica e os encarnados foram procurando soluções, apostando em subidas mais constantes dos laterais e passes na diagonal em busca das costas da defesa. Resultou e as chances foram surgindo, especialmente pelas alas, mas a águia estava perdulária.
Parecia difícil desfazer a defesa de Trás-os-Montes, mas, aos 59', Pius voltou a cometer penálti - embora este tenha parecido má decisão. Foram minutos quase inexplicáveis na Luz. Entre espera do VAR e discussão, Arthur Cabral assumiu a cobrança e viu Hugo Souza brilhar, mas o penálti teve mesmo que ser repetido, por Carraça ter entrado na área antes do suposto, o que fez o Chaves perder a cabeça. Quem, contudo, não a perdeu foi Hugo Souza, que voltou a vencer no duelo com Arthur Cabral, na repetição, e defendeu a sua 3ª (!!!) grande penalidade do dia, embora só duas tenham contado.
O jogo mudou, o Chaves começou a arriscar mais e começou a surgir espaço como não se via há muito na partida. Ambos os treinadores tentaram aproveitar isso mesmo e até foi o Benfica quem melhor aproveitou esse espaço na transição, mas foi tomando a decisão errada no último terço e teve que sofrer. O Chaves ainda tentou forçar na ponta final, mas o Benfica aguentou-se com unhas e dentes e acabou por vencer. Bem pode agradecer ao seu menino de ouro.
Hugo Souza teve na Luz, provavelmente, a melhor exibição da carreira. Duas grandes penalidades defendidas no mesmo jogo é para poucos guarda-redes e a isso ainda juntou uma série de grandes defesas.
Continuam os mesmos problemas em ataque organizado para o Benfica. A equipa encarnada até entrou bem, dinâmica, mas foi tendo mais dificuldades com o bloco baixo flaviense. Uma equipa grande tem que superar esse tipo de adversidades.