Jornada 26, São Luís e uma bela partida. No jogo 200 de Fabrício pelos algarvios, Farense e Rio Ave empataram (1-1). As duas formações proporcionaram um bom espetáculo, dividiram períodos de maior protagonismo e só se podem queixar de si por não chegarem aos três pontos.
O Rio Ave tentou ter mais bola e jogar mais perto da área contrária, nem sempre com sucesso. Contudo, com o passar do tempo (até à meia hora, sobretudo), tornou-se inepto e inoperante, mostrou-se perro no miolo e ineficaz na exploração dos corredores, também graças à estratégia do Farense.
Os da casa conseguiram acalmar o ímpeto visitante e tornaram-se mais perigosos. Gonçalo Silva quase fez, ainda antes do meio-campo, o golo do ano e Marco Matias foi quem teve mais oportunidades. O golo perspetivava-se e chegou.
Num erro de Adrien, Fabrício, a viver uma noite especial (realizou o jogo 200 ao serviço dos algarvios) teve uma oferta e aproveitou a defesa incompleta de Jhonatan para, com a baliza desprotegida, inaugurar o marcador.
Após o golo, o Rio Ave conseguiu, efetivamente, ter mais bola, mas isso não impossibilitou o Farense de, sempre que possível, partir para o ataque de forma rápida e com perigo. Contudo, depois do descanso, a história do jogo mudou.
Luís Freire promoveu duas alterações e endereçou uma mensagem clara para dentro de campo: era para atacar e, consequentemente, marcar. E foi mesmo do banco que o golo nasceu, pela cabeça de Boateng; Josué deu apoio a Costinha e cruzou para o avançado que saltou do banco e mergulhou para a igualdade.
O empate trouxe ao jogo um período algo estranho, situado entre a vontade de chegar à vantagem e a apatia alimentada pelo medo de não pontuar.
Os rioavistas tiveram um par de ocasiões (a de Aziz, em que desliza para a baliza vazia e acaba por cortar a bola, foi escandalosa), mas não chegaram à vantagem. O golo da vitória estava ao virar da esquina, mas faltou qualquer coisa a ambos os conjuntos. Não é justo falar em falta de vontade, mas ficou a ideia que a felicidade estava a um pequeno extra de distância. Apatia? Nervosismo? Satisfação com o singelo ponto? Você decide, caro leitor.
Desta forma, algarvios e vilacondenses marcam passo na luta pela manutenção. O ponto para cada lado não sacia ninguém, mas é um mal menor: o Farense vai para a paragem de seleções na 12ª posição e o Rio Ave no 15º posto.
Além dos 22 jogadores, foi uma boa partida de José Mota e de Luís Freire. No caso do técnico rioavista, soube ler o jogo, perceber o que não foi bem feito na primeira parte, alterou ao intervalo - mais do que a tempo - e disputou o jogo, acabando perto da vitória.
É certo: Boateng marcou e, por um lado, deu um ponto ao Rio Ave num belo gesto técnico. Contudo, há que ver os dois lados: teve uma falha escandalosa, proibida nestas lutas entre equipas a lutar pela manutenção e «roubou» os três pontos aos rioavistas. A partida ficou, inevitavelmente, marcada pelo lance. «E se...»
Exibição tranquila de Miguel Nogueira. O árbitro conseguiu passar despercebido - ajudou o facto de não ter grandes lances de dúvida. Foi ao bolso poucas vezes e deixou o jogo correr. Nota positiva.