Não foi o melhor dos jogos. A ansiedade dos minhotos para regressar aos triunfos foi notória desde início e por isso, nem sempre a clarividência permitiu que as melhores decisões fossem tomadas. O Farense teve ideias, mas só as mostrou melhor quando esteve a perder. No final, o SC Braga agarrou-se aos pontos, depois de ter ganho por 2-1.
O clima era tenso, era impossível esconder, mas os rapazes de Artur Jorge assumiram as despesas do jogo, quase como se quisessem mostrar aos adeptos que os últimos resultados foram um mero percalço do caminho.
Os adeptos apoiaram a equipa minhota desde início e os guerreiros tomaram conta das ocorrências em igual medida, mas falhou Plano B para quebrar a estratégia do Farense. Apesar do SC Braga ter mais bola, não conseguiu criar perigo para a baliza de Ricardo Velho.
Mesmo sem mudar a estratégia, o SC Braga conseguiu ser mais pressionante nos duelos, evitar as saídas dos leões de Faro pelas alas e com mais recuperações foi mais perigoso. Simon Banza teve nota muito positiva, pela forma como obrigou os centrais do Farense a errar.
O congolês somou várias oportunidades e foi agarrado por Pastor, na área, aos 40 minutos, mas João Moutinho não conseguiu fazer golo, pois Ricardo Velho defendeu o forte remate com uma rápida defesa.
O lance atirou o SC Braga para um nível de nervosismo ainda maior. A equipa minhota veio mais fresca do intervalo, mas o risco que correu na frente, foi sentido atrás. O Farense teve mais espaço para jogar e explorar as saídas rápidas. Apesar de tudo, foi o Braga quem conseguiu marcar, por Banza. O melhor marcador do Braga no campeonato cabeceou na perfeição, depois de um cruzamento de Roger.
Sentiu-se no estádio e viu-se em campo: o SC Braga teve uma quebra de confiança brutal, depois do golo marcado, quase como a antever o que tem acontecido com regularidade, sofrer um golo.
O Farense não se preocupou com o golo de Banza e foi para a frente. A equipa de José Mota viu que os arsenalistas oscilaram no último setor e procuraram a sorte, de forma estratégia. As bolas eram colocadas nas costas da defesa e numa das primeiras tentativas Mohamed Belloumi antecipou-se a Borja e bateu Matheus.
O SC Braga tremeu, Artur Jorge viu a vida a andar para trás e arriscou tudo: Ndour, Rony Lopes e Víctor Gómez refrescaram o volume ofensivo e num lance de insistência a equipa caseira fez o segundo golo, por Ndour.
O golo fez explodir a Pedreira, mas o jogo esteve incerto até ao final. No meio de alguma ansiedade, o SC Braga segurou a vantagem mínima e regressou aos triunfos para a Liga. Já O Farense aumentou para quatro, o número de jogos sem ganhar.
Dificilmente o jogador poderia escolher forma de mostrar a sua qualidade em Braga. Ainda a tentar encontrar o seu espaço, o avançado que veio do Paris Saint-Germain marcou o golo da vitória, num lance pleno de oportunismo.
É certo que a equipa de Artur Jorge jogou na passada quinta-feira, mas a forma como esteve atada às ideias de um futebol organizado quase a deixou orfã do triunfo.
André Narciso teve uma noite desequilibrada. O juiz parou o jogo sem sentido, em algumas vezes, não permitiu que o ritmo fosse acelerado pelos jogadores e foi distribuindo cartões para tentar segurar o encontro. Esteve mal, tal como o VAR, em validar a forma como foi feito o lançamento que deu origem ao primeiro golo do SC Braga. A melhorar.