O Sporting é oficialmente o líder da Liga Portugal Betclic, ao fim da 14ª jornada! O Benfica ambicionava guardar essa posição, conquistada em Braga no domingo (0-1), mas a equipa de Rúben Amorim agigantou-se e conseguiu, frente ao FC Porto, alcançar o trono e pintá-lo de verde e branco.
À entrada para este Clássico, o registo recente favorecia os dragões, que tinham vencido os cinco últimos confrontos e nesta prova já não tombavam frente ao Sporting há 13 jogos, mas o leão fez questão de colocar um travão nesse assunto e colocou-se na frente do marcador bem cedo. Deu pouco espaço aos visitantes para brilhar e na segunda parte, em vantagem numérica, selou um triunfo que pode ter contornos muito importantes nesta edição do campeonato.
Jogava-se pela liderança do campeonato e isso ficou evidente desde o primeiro minuto, ou até antes, se dermos o merecido destaque ao espetáculo pré-jogo, com pirotecnia em campo e vozes bem afinadas nas bancadas do Estádio José Alvalade.
O leão, na ressaca de uma derrota (3-2) em Guimarães, entrou faminto e ciente da dimensão desta oportunidade de reverter acontecimentos recentes e encerrar uma jornada importante no topo da tabela. Colocou-se logo nessa posição ao 11º minuto, quando Viktor Gyökeres fez das suas e abriu o marcador num lance de insistência sobre Pepe.
Décimo tento na prova para o sueco, que também já tinha marcado na Luz. Mas se Viktor é um nome já quase banal entre os protagonistas dos jogos do Sporting, houve outro que só pode ser classificado como uma enorme surpresa: Eduardo Quaresma.
Um, dois, três... Com a equipa em vantagem, Quaresma apareceu várias vezes com cortes importantes e recolheu aplausos dos adeptos, que viam o relógio a avançar sem que o FC Porto conseguisse visar a baliza leonina. Aos 45 minutos, protagonizou um lance que, mesmo anulado, poderá ter mudado a sua trajetória profissional: recuperou a bola, combinou com um colega e embalou para a assistência do 2-0 (Gyökeres na finalização).
O Sporting celebrou, o jovem Eduardo emocionou-se, mas o VAR encontrou uma falta dele sobre João Mário. Manteve-se o 1-0, mas isso não negou a exibição individual que terminou, aos 60 minutos, com uma vénia de Alvalade ao jogador.
A primeira parte, que tinha até aí sido quase perfeita do ponto de vista leonino, acabou com Galeno, até aí anónimo - lá está, adversário direto de Eduardo Quaresma - a aparecer com muito perigo. Adán apareceu também, a negar o golo e a assegurar a vantagem antes do recolher ao balneário.
A tarefa tornou-se hercúlea para a equipa de Sérgio Conceição, que já tinha criado pouco com 11 elementos. Já o Sporting galvanizou-se e embalou para mais lances de perigo, chegando a conseguir, já depois de Diogo Costa ter negado o golo a Edwards, o 2-0. Marcou Pote, assistido por um Gyökeres que continuou a ser constantemente lançado nas costas da defesa adversária.
Seguiu-se um espetáculo de desperdício de golos. Evanilson podia ter reduzido para o FC Porto, enquanto Pedro Gonçalves, Nuno Santos e Paulinho também não conseguiram dilatar. Enquanto isso, Alvalade ia adensando a festa que o apito final acabou por confirmar. 2-0 e liderança isolada do Sporting, num trono pintado a verde e branco!
Gyökeres transformou o Sporting. Está a afirmação não é novidade e possivelmente está a tornar-se repetitiva, mas merece ser expressada, especialmente no contexto de um Clássico importantíssimo para a época leonina. O sueco voltou a ser incansável e a empurrar a sua equipa para a vitória, registando golos e assistências no processo. Vale ouro, o ex-Coventry!
O FC Porto ficou um bocadinho aquém esta segunda-feira. Não só em relação ao que era esperado para este importante Clássico, com a liderança em jogo, mas também em comparação com aquilo que costuma apresentar nos jogos desta dimensão. A expulsão de Pepe deu a derrota como praticamente assegurada, mas, mesmo na fase em que jogaram com 11, os comandados de Conceição não mereceram muitos elogios.