Um FC Porto personalizado e corajoso fez acreditar e colocou o Barcelona em sentido na 2ª parte, mas o génio português que joga na Catalunha, de João Cancelo e João Félix, tramou um Dragão apático na 2ª parte e os blaugranas venceram os comandados de Sérgio Conceição por 2-1, complicando as contas azuis e brancas na Liga dos Campeões.
A emoção da Liga dos Campeões, em tons portugueses, jogava-se em Barcelona, com o FC Porto a entrar em ação. Do lado portista, Sérgio Conceição contava com os regressados de lesão Zaidu e Pepe, destacando-se ainda a presença de Taremi e Evanilson na frente, juntos. No lado catalão, Xavi tinha também os pesos pesados de regresso e tinha os lusos João Félix e João Cancelo a titulares, mas Ter Stegen era baixa na baliza.
O ambiente era de festa no Estádio Olímpico de Montjuic, mas também se sentia alguma tensão no ar, fruto da pressão das duas equipas de uma bom resultado, ainda para mais depois do Shakhtar Donetsk vencer o Antwerp. Inicialmente, O Barça ganhou um bom dinamismo no miolo, com o trio De Jong, Pedri e Gundogan, mas ficou mais frágil sem bola, pela falta de um verdadeiro pivot defensivo. Contudo, por outro lado, a pressão alta portista, imposta desde o primeiro minuto, obrigou De Jong a baixar várias vezes na primeira fase de construção, perdendo a vantagem numérica no miolo.
Pepê ainda não tinha ⚽ marcado na Liga dos Campeões - nas provas UEFA, só tinha marcado na Liga Europa, frente ao Lyon pic.twitter.com/fAaun5qkJP
— Playmaker (@playmaker_PT) November 28, 2023
De resto, essa pressão ia resultando algumas vezes e o Barcelona estava com dificuldades. Contudo, quando Pedri e Gundogan ligavam bem o jogo pelo meio e utilizavam Lewandowski para os apoios, notava-se a qualidade dos intervenientes. O seu lado mais perigoso era a esquerda portista, onde Zaidu se ia deixando arrastar em excesso pelas movimentações de Raphinha e o Barça utilizava esse lado para as trocas com Pedri e subidas de Ronald Araújo. Ia valendo Diogo Costa atento.
Os comandos de Sérgio Conceição, contudo, estavam longe de estar mal com bola, até porque estavam a aproveitar o menos apoio defensivo de Raphinha e Félix para fazer subir os alas e dar largura, especialmente na direita, onde João Mário e Pepê eram muito ativos. A primeira grande oportunidade surgir para Taremi e pouco depois o iraniano teve um golo (bem) anulado, mas não tardou a festa a sério, visto que, aos 30', na melhor fase portista, a defesa catalã foi apanhada a dormir por completo e viu Pepê fazer o 1-0, depois de Iñaki Peña ainda ter defendido um par de vezes. Era a loucura entre os 3 mil adeptos lusos.
2.º ⚽ golo de João Félix ao FC Porto: já tinha marcado aos portistas pelo Benfica, no Dragão, em 2019
⚠10.º golo de João Félix na Liga dos Campeões pic.twitter.com/CL7hBJJrh3
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Ambas as equipas tinham aspetos a melhorar para a 2ª parte e o Barcelona pareceu entrar melhor, até porque nos dois primeiros minutos teve duas boas oportunidades, ambas por João Félix, incluindo um remate à barra nos primeiros segundos. O FC Porto até pareceu conseguir acalmar esse ímpeto blaugrana, mas assim que a asa esquerda lusitana do Barcelona soltou o seu génio individual e coletivo, aos 58', o golo chegou e João Félix fez o 2-1, numa bela jogada de entendimento com Cancelo.
O FC Porto era, agora, obrigado a correr atrás do prejuízo por completo pela primeira vez na partida e ia conseguindo ter alguma espaço na procura das costas da defesa espanhola, mas o Barcelona continuava com maior tato no jogo, pela melhor definição do papel dos três médios (De Jong baixou definitivamente e fez jogar a equipa) e estava a conseguir explorar a largura e diagonais de Cancelo na esquerda. Em vantagem, com o passar dos minutos, os papéis inverteram-se e o Barcelona deu a iniciativa a um desesperado FC Porto, que precisava urgentemente que Galeno e Taremi aparecessem, o que tardava.
As dificuldades com bola do FC Porto eram evidentes e sentia-se o nervoso miudinho a crescer a cada minuto, a cada segundo, entre os 3 mil corações portistas presentes em Montjuic. Era preciso carne fresca no meio campo do FC Porto, que apenas estava a conseguir explorar as diagonais de Evanilson - teve grande oportunidade aos 80', mas foi passivo na cara do golo - e a aposta passou pelo inesperado Nico González e o desequilibrador Francisco Conceição para os 10 minutos finais.
O Barcelona esteve longe de fazer o melhor jogo possível - muito a espaços -, mas continua a ter intervenientes que dão gosto ver e dois deles são portugueses. Cancelo e Félix combinam como poucos ofensivamente e conseguem desbloquear jogos a qualquer momento com as suas permutas posicionais. Fizeram a diferença.
O FC Porto entrou a pressionar alto, bem, olhando olhos nos olhos e colocam o Barcelona em sentido, apesar de alguns sustos, mas parecia uma equipa completamente diferente na 2ª parte e devia ter feito muito mais. Sérgio Conceição também demorou demasiado a mexer e talvez devesse ter procurado algo diferente vindo do banco, até porque nomes como Taremi e Galeno deixaram a desejar.