Parecia repetição do Estoril, mas Carlinhos fez questão de repetir Guimarães. O Vizela recuperou desvantagem de dois golos ao cair do pano, mas o capitão dos algarvios resolveu as contas com um golaço. O Portimonense venceu em Vizela (2-3) e confirmou o bom momento vivido nos últimos jogos, alcançando os oito pontos depois de mau começo.
O termómetro marcava 35º ao início de tarde em Vizela, temperatura pouco comum para esta altura do ano e pouco apelativa à prática da modalidade. O Vizela repetiu o onze do empate tardio, com seguido no Estoril, enquanto Paulo Sérgio, técnico dos algarvios, operou duas alterações em relação à receção ao Benfica. Entraram Guga e Carrillo, para os lugares de Formiga e Estrela.
Os da casa começaram mandões, com o objetivo claro de ter bola e controlar o jogo. Jogo de paciência, com oportunidades a espaços (Essende quase marcou), mas com o Vizela a tomar a iniciativa, a sair com bola desde trás, bastante apoiado. O tempo foi passando e, no meridiano do primeiro tempo, Lacava teve uma indisposição (provavelmente derivado do calor) e obrigou a uma paragem longa na partida. A pausa trouxe um Portimonense revigorado e o sentido da partida mudou.
A turma de Portimão foi chegando mais à frente, com os alas (que fechavam na linha de cinco) sempre à largura e os extremos a receberem entrelinhas. Gonçalo Costa foi recebendo muitas vezes em condições de cruzar e assim surgiuo primeiro do jogo. Perto da meia hora, cruzamento da esquerda e bola no braço de Matheus Pereira dentro da área. Carlinhos, na cobrança, inaugurou o marcador.
Desde o golo, só deu Portimonense. A impaciência dos adeptos vizelenses transportou-se para dentro de campo e, já no período de descontos, o segundo dos algarvios. Carrillo antecipou-se ao defensor e fez o segundo, para desespero das bancadas. Erguiam-se lenços brancos a Pablo Villar...
Bustamante saiu ao intervalo, depois de entrar aos 25, para dar lugar a Diogo Nascimento. Jardel e Dyllan foram lançados com dez minutos do segundo tempo. Sinais claros de Pablo Villar, tentando melhorar a equipa, que realizava uma exibição bastante aquém do expectável.
As mudanças deram frutos. Nascimento ressuscitou o meio campo errôneo vizelense e começou a pautar melhor o jogo, enquanto Dyllan e Jardel, nos corredores, foram massacrando os, já desgastados, defesas do Portimonense. Perto da hora de jogo, Jardel cruzou atrasado e Essendeu-se a chama vizelense. O avançado francês, que não estava a fazer um jogo feliz, reduziu e deu esperança de nova recuperação à equipa minhota.
Alma não falta em Vizela. A equipa procurou, mesmo sem muitas oportunidades, e alugou o seu meio campo defensivo. Já muito perto dos 90´, numa jogada de insistência, Filipe Relvas colocou a bola na sua própria baliza e, à semelhança do que havia acontecido no Estoril, o Vizela empata a terminar. Mas o resultado não iria ficar por aqui...
No lance seguinte ao golo vizelense, Carlinhos voltou a aparecer a grande altura no Minho (bisou ao cair do pano em Guimarães). O capitão dos algarvios, de fora da área, colocou a bola onde mora a coruja e gelou o Estádio do FC Vizela. Clutch, já é redutor a utilização do diminutivo para o nomear.
O Portimonense ainda aumentou novamente a vantagem, num lance em que Buntic já jogava como avançado, mas o golo foi invalidado por fora de jogo.
Carlinhos voltou a atacar e desta vez a presa foi o Vizela. À semelhança do que aconteceu em Guimarães, marcou de penálti e depois bisou com um golaço. Qualidade incrível.
Depois de recuperar uma desvantagem de dois golos, o Vizela relaxou e sofreu imediatamente a seguir. Muito trabalho para Pablo Villar...
Iancu Vasilică fez uma arbitragem competente. Com recurso ao VAR, assinalou (e bem) pénalti para o Portimonense. De resto, arbitragem tranquila.