Está selada a primeira vitória de Portugal na Liga das Nações! Na receção à congénere da Noruega, as Navegadoras remaram a bom ritmo face à intempérie que as nórdicas ameaçaram instalar, vencendo por 3-2 a 13ª colocada do ranking FIFA. Não foi um passeio de ferry-boat, bem longe disso, mas que mais odisseias destas estejam por vir.
Na antevisão da partida que marcou a estreia de Portugal nesta Liga das Nações diante dos seus adeptos, Francisco Neto prometeu mexidas no onze luso, vincando também a intenção de manter a identidade de jogo das Navegadoras. Face a estas duas premissas, só se pode dizer que o selecionador nacional cumpriu com o que prometeu.
Com Andreia Jacinto e Fátima Pinto nos lugares de Dolores Silva e Andreia Norton - Inês Pereira e Ana Capeta renderam também Patrícia Morais e Telma Encarnação -, Portugal foi capaz de condicionar a saída de jogo norueguesa, depois de uns primeiros instantes de algum assédio forasteiro junto da baliza da azarada Inês Pereira (obrigada a sair, depois de um choque violento com Sophie Haug).
Num ápice, as jogadoras lusas empurraram a respeitada equipa do norte da Europa para o seu último reduto e os primeiros avisos não tardaram a surgir pelo cabeceamento de Ana Capeta e algumas boas aproximações que, com outra decisão, teriam conferido maior perigo à baliza de Aurora Mikalsen.
A atravessar um período de algum desconforto, a Noruega reajustou pormenores, voltou a chegar-se à baliza lusa e adiantou-se no marcador. Com espaço desde a entrada da área, Frida Maanum aplicou um remate de folha seca que só terminou no ângulo da baliza de Patrícia Morais. Pairava o silêncio no Estádio Cidade de Barcelos, algo que a cabal reação portuguesa se encarregou de neutralizar...
A identidade manteve-se em dia e, no espaço de cinco minutos, a vantagem lusitana consumou-se. Andreia Jacinto deixou tudo na mesma, num belo remate em arco a castigar a cerimónia defensiva adversária, com Carole Costa, na conversão de um castigo máximo, a carimbar a cambalhota no resultado. Que primeira parte, caro leitor!
Nos segundo 45', ambas as equipa quiseram manter o registo atacante do primeiro tempo e, se tal poderia encaixar com a desvantagem norueguesa, talvez se exigisse maior matreirice à equipa de Francisco Neto na gestão do balanceamento ofensivo.
Com isso, as jogadoras visitantes tiraram proveito da linha defensiva lusa bastante subida e chegaram ao golo. Se à primeira, Elisabeth Terland obrigou Patrícia Morais a brilhar, à segunda anotou mesmo o 2-2, num lance em tudo idêntico ao da primeira ocasião da etapa.
O mar agitava cada vez mais - que é como quem diz, o desafio -, mas Navegadoras de N maiúsculo não se atemorizam com a intempérie e... a reação voltou a surgir em tempo útil. A beneficiar de nova grande penalidade - agora a castigar falta sobre Catarina Amado -, Carole Costa deu a remada decisiva para os primeiros três pontos lusos na nova prova internacional de futebol feminino.
3-2 | ||
Andreia Jacinto 37' Carole Costa 43' (g.p.) 68' (g.p.) | Frida Maanum 32' Elisabeth Terland 58' |
Os golos e o futebol de ataque são sempre a proposta mais popular para o comum adepto de futebol. Num jogo frente a uma das seleções melhores cotadas do ranking FIFA, Portugal passou por alguns momentos de aperto, mas a verdade é que conseguiu superiorizar-se na maior parte do desafio com posse, fome de baliza e futebol de ataque. Uma aposta a manter.
É verdade que os três pontos ficaram mesmo em solo luso, mas a entrada desenfreadamente atacante no arranque do segundo tempo descompensou a gestão da vantagem registada ao intervalo. Valeu nova reação inabalável.