Lei da ação-reação

A lei da ação-reação, desenvolvida por Newton, diz que, se um corpo exercer uma força sobre outro, este último exerce sobre o primeiro uma força de sentido oposto ao da primeira. Resumidamente, foi isto que aconteceu na partida. O Farense começou melhor, mas o Moreirense reagiu, em contra-ataque, e chegou à vantagem. Tomou-lhe o gosto e não mais a largou, guardando-a no congelador. 

O Moreirense chegou aos sete pontos e ultrapassou o Farense, que depois de uma excelente vitória, voltou a cair fora de portas.

Reação superiorizou-se à ação

A primeira parte em Alvalade dos cónegos deixou bons indicadores, assim como as partidas diante Porto e Braga, mas o resultado final foi sempre o mesmo: a derrota. Já os leões de Faro têm surpreendido, embora intermitentes. Golearam o Chaves e (con)venceram diante do Braga, chegando moralizados a Moreira de Cónegos.

Essa confiança, transportada do último jogo, fez o Farense tentar assumir as rédeas da partida desde cedo. Com mais bola, foi tentando chegar rápido à baliza adversária, com Rui Costa e Bruno Duarte no ataque à profundidade. Quando recuperavam bola, o olhar era apenas num sentido, para a frente, tentando o contragolpe. Essa ambição, talvez um pouco desmedida, e um meio campo pouco re-ativo à perda fez com que a equipa de José Mota se fosse partindo. Numa das transições sofridas, os da casa adiantaram-se no marcador. 

Alanzinho foi o melhor do primeiro tempo @Catarina Morais / Kapta +

Alanzinho converteu um penálti em movimento e fez mudar um pouco o rumo do jogo. Franco atirou à barra e, Kodisang, de cabeça, obrigou Ricardo Velho a uma grande defesa. Nas entrelinhas, erros clamorosos de Ofori e Marcelo permitiram oportunidades aos forasteiros, mas valeu a falta de pontaria e Kewin seguro. 

A chave do primeiro tempo esteve nas transições, ofensivas do Moreirense e defensivas do Farense. Assertividade e qualidade foram as palavras de ordem nos contragolpes dos minhotos que, com Camacho e Alanzinho como protagonistas, foram criando calafrios à defesa adversária. O Farense foi ambicioso, mas Fabrício e Falcão foram pouco ativos sem bola e o Moreirense aproveitou os espaços oferecidos. 

Mar de ideias na costa algarvia

Terminado o descanso, o Farense fez entrar Marco Matias, mas o rumo do jogo continuou igual ao do final do primeiro tempo: mais Moreirense e o Farense um pouco perdido em campo. José Mota não estava satisfeito (algo bem audível da zona destinada à imprensa) e operou mais duas substituições bem cedo no segundo tempo, lançando Zé Luís e Rafael Barbosa.

As alterações pouco ou nada se notaram no jogo. O Farense navegava num mar de ideias e o Moreirense, sem caudal ofensivo, foi gerindo a partida a seu belo prazer, maioritariamente com bola e no meio campo adversário. Franco e Ofori foram donos e senhores do meio campo, sem que qualquer corpo os atrapalhasse.

A equipa que viajou de Faro não apareceu ao segundo tempo. As entradas no último terço adversário contaram-se pelos dedos das mãos e os remates foram praticamente inexistentes, deixando o Moreirense à vontade para controlar o jogo a seu belo prazer, sem percalços pelo caminho.