Em jogo a contar para a quinta jornada da Liga Portugal Betclic, o Vitória recebeu o Portimonense e acabou derrotado de uma forma inacreditável. Numa tarde bastante chuvosa no Minho, a equipa da casa foi quase sempre superior aos algarvios e isso materializou-se nas oportunidades criadas. Sem um ritmo muito elevado, o Vitória chegou ao cedo e poderia ter sido ainda mais acutilante no capitulo ofensivo. No segundo tempo, continuou o controlo vimaranense, até que aos 80´ apareceu um Super Portimonense, com Carlinhos à cabeça, a remontar a partida quando parecia impossível.
Depois da paragem (em que o Vitória não parou, por conta da Taça da Liga), ambas as equipas queriam deixar uma imagem diferente daquela que haviam deixado nos últimos jogos. Os vimaranenses foram goleados na Luz e eliminados em casa pelo Tondela, enquanto que o Portimonense ainda não havia ganho no campeonato. Apenas o Portimonense saiu a sorrir, respirando fundo com a primeira vitoria no campeonato.
Tarde molhada, tarde abençoada. A chuva afugentou muitas pessoas das bancadas inferiores do estádio, valendo os impermeáveis a alguns corajosos, que não arredaram pé do seu lugar. Antes da partida, ainda homenagem ao capitão Varela, que chegou ao centenário com a camisola dos conquistadores.
Logo desde os minutos iniciais percebeu-se quem ia tentar comandar a partida. O Vitória tomou as rédeas da partida e teve em Jota arma preferencial dos seus ataques. À direita do ataque, o Grealish do Berço foi criando calafrios na profundidade e, num segundo momento, no um contra um, combinado a velocidade com a força que o carateriza. E foi por aí que se desatou o nó. Jota movimentou-se nas costas da defesa, ganhou a bola na força e, com ajuda de Filipe Relvas, inseriu a bola no fundo das redes adversárias.
Sem forçar muito, o Vitória foi criando, derivado também da permeabilidade da equipa algarvia. Afonso Freitas e Bruno Gaspar, mais à largura, foram insistindo em cruzamentos, mas a defensiva do Portimonense foi mais imponente dos duelos e evitou o aumentar da vantagem. Jota atirou ao poste de muito longe, André Silva quis assistir na cara de Vinícius. Do lado do Portimonense, não se viu sinal de perigo.
Lucas Ventura e Dani Silva, infortunados, sairam com lesões ainda no primeiro tempo.
Costuma-se dizer que mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Neste jogo, o segundo tempo chegou, mas a vontade do Portimonense mudar o rumo do jogo continuou um pouco aquém do que se espera para uma equipa que ainda não venceu neste campeonato. O Vitória foi controlando, com e sem bola, e poderia ter chegado ao golo, mas a defensiva algarvia esmerava-se no último terço defensivo para que a bola não entrasse.
Os adeptos vitorianos estavam inconformados com a vantagem magra e iam mostrando o seu descontentamento. Para desespero dos mesmos, o Vitória conseguiu um lance que irá certamente para os apanhados. Em transição, André Silva, Jota e Nelson da Luz ficaram todos muito perto de fazer golo no mesmo lance, quase sempre com a baliza escancarada. Uma jogada de tiro ao boneco, que acabou com Nelson da Luz a disparar por cima. Inacreditável.
Como dita a Lei de Murphy: Qualquer coisa que possa correr mal, correrá mal, no pior momento possível. Assim aconteceu com o Vitória. Quando o Portimonense parecia inofensivo (vivia de Hélio em jogadas individuais), pénalti para os algarvios. Manu foi imprudente e Carlinhos aproveitou o erro para empatar a partida, já dentro dos últimos dez minutos.
Desde o empate, não existiu mais Vitória. A impaciência e a intranquilidade apoderaram-se dos jogadores, que falharam em produzir ataques perigosos e foi o Portimonense quem criou mais perigo, acabando mesmo por chegar ao golo.
Jogo partido, o Vitória pede pénalti, Fábio Verissimo manda jogar e, no contra-ataque, Carlinhos gelou o D.Afonso Henriques, completando a reviravolta para o Portimonense, em cima do apito final. O Portimonense conseguiu assim a sua primeira vitória no campeonato, enquanto o Vitória acentuou o mau momento.
Apareceu tarde, mas ainda a tempo. Virou o jogo ao contrário, selando o triunfo com um golo sublime no último suspiro.
Depois do golo sofrido, o Vitória desapareceu. A equipa foi muito abaixo psicologicamente e não conseguiu mais atacar. Aproveitou o Portimonense...
Fábio Veríssimo fez uma arbitragem equilibrada. Marcou algumas faltas quando podia deixar jogar. O pénalti parece claro e os amarelos foram bem mostrados.