Que espetáculo. Nada faltou neste jogo. Emoção, golos, intensidade e até mesmo algumas resilias desnecessárias, mas o Moreirense acabou mesmo por vencer por 2-4, com o Estrela reduzido a nove e com o golo da vitória a surgir aos 90 minutos, e garantiu a subida de divisão e o título de campeão. Os cónegos estão de regresso à elite do futebol português.
Era o jogo grande da jornada da Liga Portugal SABSEG, até porque, em caso de vitória, o Moreirense podia garantir a subida e o título de campeão. Do lado do Estrela da Amadora, o treinador Sérgio Vieira promovia três alterações no onze titular, chamando Rui Correia, Latyr Fall e Ronaldo Tavares para os lugares que pertenciam a Miguel Lopes, Guzman e João Silva. Já do lado cónego, Paulo Alves fazia apenas uma alteração, chamando Pedro Camacho para o lugar que pertencia a Madson.
Com um Estádio José Gomes praticamente lotado - dentro do que lhe é permitido -, o Estrela da Amadora sabia que era a equipa mais pressionada, não só para não ver o Moreirense festejar o título e a subida no seu estádio, mas também para não se deixar apanhar (ou ultrapassar) pelo Farense na luta pelo 2º lugar. Ora, a verdade é que se alguém se mostrou pressionado, foi o Moreirense.
Com o Moreirense desligado do jogo, especialmente no ataque, parecia inevitável um golo caseiro e este acabou mesmo por surgir aos 37', fruto de uma boa recuperação em zona adiantada de Regis, que serviu Ronaldo Tavares na esquerda da área e este atirou para o 1-0. A perder, os comandados de Paulo Alves finalmente mostraram alguma vida e começaram a ter bola com critério no ataque, mas a nível da finalização, o melhor que conseguiram foi um par de remates de fora da área e cabeceamentos fracos. Havia muito a melhorar do lado cónego, se queriam ser campeões já nesta jornada.
Pressionado pelo resultado, que podia até adiar a festa da subida e de campeão por mais duas jornadas e fazer o Estrela acreditar no 1º lugar, o Moreirense entrou com uma atitude bastante diferente para a 2ª parte, bem mais intenso com bola e a conseguir chamar ao jogo os seus extremos. Isto deixou o jogo partido e trouxe uma intensidade e emoção constante nos primeiros minutos pós intervalo, com oportunidades a surgirem bem mais frequentemente.
O Estrela tinha visto em pouco tempo todo o esforço de cerca de uma hora de jogo ir pela água e parecia ainda ter ficado pior quando, aos 70', confrontos entre jogadores ditaram a expulsão de João Reis e do seu treinador Sérgio Vieira, mas a verdade é que apenas quatro minutos depois João Silva, acabado de entrar, respondeu ao livre de Jean Felipe na direita e fez o 2-2. A Reboleira estava ao rubro e o jogo estava de loucos!
Os últimos 15 minutos - que foram até aos 90+8 - continuaram no mesmo tom e o Estrela acabou reduzido a nove jogadores, depois de Jean Felipe se ter lesionado, quando não tinham mais substituições. O Moreirense foi com tudo para cima dos estrelistas e a verdade é que a pressão era tanta, que o golo chegou mesmo por Kodisang, aos 90', para festa dos adeptos cónegos, antes de Platiny fechar o resultado em 2-4. No final, o Moreirense conseguiu mesmo a já esperada há algum tempo subida e o título de campeão desta edição da Liga Portugal SABSEG!
A 2ª parte, apesar daquele episódio menos bonito, foi tudo o que se quer num jogo desta importância para as contas da subida, com intensidade, luta, bom futebol, golos, emoção. Nada faltou.
A 1ª parte foi tudo menos o que se viu do Moreirense ao longo da época e deu espaço ao Estrela para crescer. Com outro tipo de eficácia por parte dos da Amadora, podia não ter havido tempo para a resposta cónega.
O árbitro Cláudio Pereira não teve grande critério ao longo da 1ª parte, embora não tenha influenciado o resultado, e talvez não tenha gerido da melhor forma a confusão que houve entre as duas equipas na 2ª parte, que culminou em duas expulsões para o Estrela da Amadora, uma vez que também havia espaço para expulsar Gonçalo Franco.