Sempre com honra, pois é essa a sina, mas a última equipa portuguesa em provas europeias imita SC Braga, FC Porto e Benfica ao tombar perante uma formação italiana.
Contra a velha senhora, como é apelidada a Juventus, o Sporting encontrou o seu velho destino e falhou acesso às meias-finais da Liga Europa, graças a um empate a uma bola (1-2 no agregado).
Para a história fica o desperdício nos instantes finais do jogo da primeira mão e, mais uma vez, neste jogo fatal.
Foi com 4 mil vozes em uníssono, num momento absolutamente arrepiante, que se viveu o pontapé de saída de um dos duelos mais importantes da temporada do Sporting. Começavam já em desvantagem, fruto da derrota em Turim, mas os adeptos deixaram a sua fé evidente com constantes cânticos de que sublinhavam o seu «acreditar». Sem efeito, pelo menos no início.
Como não é raro nas aventuras europeias do leão, ou pelo menos em jogos grandes, uma desatenção dificultou a tarefa muito cedo no jogo. Corria o nono minuto quando a Juventus colocou o agregado em 0-2, num lance em que, através de um canto, Rabiot aproveitou o choque entre Inácio e Pote para abrir a contagem em solo lisboeta.
Fora esse penálti, as bolas paradas pareciam cada vez mais o némesis do leão. Não só sofrera a partir de um canto, como beneficiou de inúmeras lances desse tipo e só criou perigo a partir de um (cabeceamento perigoso de Diomande). A Juve, por sua vez, teve mais um canto e, mesmo sem verdadeiro perigo, a linha defensiva tremeu um pouco.
Tal como tinha acontecido em todos os outros confrontos com a Juventus, o Sporting não se encontrava a perder ao intervalo. Ainda assim, tal como em todos os outros confrontos com a Juventus, preparava-se para enfrentar um final amargo.
Do lado da Juventus, Rabiot puxava os cordelinhos e Di Maria brilhava no ataque, nas raras vezes em que aparecia. Foi, aliás, o internacional argentino ex-Benfica que ofereceu a Vlahovic a maior oportunidade que a vecchia signora teve no jogo, desperdiçada pelo ponta de lança sérvio.
Para desespero dos adeptos caseiros, surgiram falhanços iguais ou piores na baliza de Szczesny. Esgaio já tinha dado um grande aviso, mas foi só quando Amorim reforçou o ataque com a entrada de Chermiti e subida de Coates que Alvalade chorou. O capitão do Sporting falhou clamorosamente de baliza aberta aos 88 e, dois minutos depois, voltou a desperdiçar a emenda que daria o prolongamento.
Duro último suspiro, do Sporting e da participação portuguesa nas competições europeias de 2022/23.
Não correu bem, é certo, mas o Sporting olhou a Juventus nos olhos durante 180 minutos e chegou a dominar um adversário que, na teoria, é um dos melhores do Mundo. Não pode acabar sempre como acabou em Londres...
Restava apenas uma equipa portuguesa nas competições europeias... e agora não resta nenhuma. Tal como aconteceu contra o SC Braga (Fiorentina), Benfica e FC Porto (ambos frente ao Inter), também o Sporting disse adeus à Europa depois de um confronto com uma equipa italiana.