Embrulhados em lutas bem diferentes, Vitória SC e Paços de Ferreira procuraram três pontos importantes para as respetivas batalhas. Este sábado, em Guimarães, o jogo ficou «quente», com golos anulados e uma expulsão polémica, mas o 0-0 perdurou e, por isso, nenhuma das equipas ganhou, necessariamente, muito nas corridas pela Europa e pela manutenção.
Moreno percebeu, ainda na primeira parte, que o modelo tático trabalhado para a receção ao Paços de Ferreira não estava a servir os interesses da equipa. Por isso, e perante as dificuldades defensivas da sua equipa, abandonou a linha de quatro e «puxou» Thomas Händel para junto de Mikel Villanueva e Mamadou Tounkara.
Mas foram os castores, na globalidade, a melhor equipa no relvado do estádio D. Afonso Henriques, com o sabor agridoce de terem marcado por duas vezes sem que nenhuma delas tivesse, de facto, valido golo.
No primeiro, apontado por Alexandre Guedes (44'), o VAR descortinou a posição irregular de Hernâni no momento da assistência, enquanto que no momento do segundo golo anulado ao Paços de Ferreira, aos 73 minutos, a decisão tenha sido bem mais delicada; Gustavo Correia assinalou falta de Nigel Thomas, embora o duelo não seja, de todo, evidente.
Dois momentos que traçaram, em muito, o destino da partida. Em termos absolutos, a equipa de César Peixoto foi a mais perigosa. Ainda dentro dos primeiros 45 minutos, Jordan Holsgrove obrigou Celton Biai a aplicar uma defesa soberba (34') e Guedes, infeliz, apareceu pouco depois para desviar com perigo (41'), ainda que estivesse em fora de jogo.
Nesse crescimento, para além da superioridade numérica, esteve a entrada de Rúben Lameiras em jogo. O extremo mexeu, e muito, com a mobilidade da equipa e com o equilíbrio defensivo dos pacenses. Vai daí, Vekic, que tinha entrado para o lugar de Marafona, viveu minutos de sobressalto em Guimarães até ao apito final.
Ainda assim, foi novamente o conjunto de César Peixoto a dar sinal de perigo - o último -, quando Nigel Thomas atirou com estrondo à barra da baliza de Celton Biai.
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O momento é delicado e o país futebolístico não é conhecido por grandes legiões de adeptos fora dos "três" maiores clubes. Por isso, a presença significativa - e ruidosa - de adeptos pacenses em Guimarães merece destaque positivo.
Se o primeiro golo anulado aos castores não merece contestação pela objetividade do lance, o segundo entra totalmente noutra categoria. Há, ainda, a expulsão de Marafona que gerou uma tremenda confusão. O primeiro amarelo por demorar a repor a bola, o segundo por protestos; tudo no mesmo minuto.
Gustavo Correia parecia ter o jogo dominado até meio da segunda parte, altura em que os acontecimentos se «atropelaram». Já depois de um primeiro golo invalidado ao Paços de Ferreira, na primeira parte, por fora de jogo - por indicação do VAR -, surgiu novo golo anulado aos castores por suposta falta de Thomas. Neste caso, a decisão é, no mínimo, discutível. Pouco depois, Marafona foi expulso num contexto difícil de compreender visto de fora, numa altura em que se preparava para bater um pontapé de baliza.