Num jogo marcado por várias doses de infelicidade (e felicidade), o FC Famalicão venceu na receção ao Portimonense por 1-0 e dá um salto significativo na tabela classificativa: do 13º posto para o oitavo. Do outro lado, o conjunto algarvio permanece com os mesmos 26 pontos e é ultrapassado pela equipa minhota.
O jogo ficou (também) sublinhado pelo salto de Leandro Sanca que contou com muita sorte (e mérito) quando cabeceou e aproveitou dois desvios infelizes de Diaby e Pedro Sá no mesmo lance para marcar o único golo em Famalicão.
Em relação à partida, Paulo Sérgio apresentou várias novidades - mexeu em cinco peças -, enquanto João Pedro Sousa apenas trocou de ponta de lança, resultado do castigo de Jhonder Cádiz.
A palavra que resume - escrita em espanhol - como começou e terminou o primeiro tempo. Iván Jaime criou, assistiu, rematou, mas a sorte não parecia querer nada com o espanhol que não teve, em Alex Dobre, um companheiro muito eficaz nas oportunidades que dispôs.
Apesar das oportunidades desperdiçadas na fase inicial - Kosuke Nakamura negou todas as tentativas do emblema minhoto - a dose de maior infelicidad famalicense chegou ao minuto 21. O médio argentino Santi Colombatto, numa disputa de bola com Maurício, caiu, torceu o cotovelo - imagens arrepiantes - e foi obrigado a sair de maca. João Pedro Sousa com a primeira grande contrariedade no encontro.
O Fama, depois de três boas oportunidades desperdiçadas - um remate à malha lateral de Jaime e dois remates fortes de Dobre às luvas de Nakamura -, continuou por cima, acima de tudo com mais bola, mas o Portimonense acordou e a nuance esquisita (mas eficaz) de Paulo Sérgio por muito pouco não trouxe frutos.
Pedrão - defesa central - sempre muito desinibido com bola, foi aparecendo com sagacidade perto das zonas de finalização e teve, no seu pé direito, as duas melhores oportunidades do conjunto algarvio no primeiro tempo: primeiro, numa jogada individual fantástica, que terminou com um remate perto do poste; a segunda, na sequência de um canto.
No final do primeiro tempo, Penetra obrigou Nakamura a (mais) uma bela intervenção, e depois, Iván Jaime, fechou o primeiro tempo com um desperdício incrível, colocando o guarda-redes japonês como protagonista principal do primeiro tempo.
No segundo tempo, o jogo ficou muito menos espetacular e apenas um auto-golo de Diaby conseguiu desbloquear a partida para as hostes famalicenses. De resto, em meia hora, apenas uma grande oportunidade e alguns sinais tímidos de ambas as partes. Do lado algarvio, Róchez cabeceou por cima na sequência de uma bola parada, enquanto do lado famalicense, Iván Jaime - sempre ele - rematou por duas vezes fora de área longe do alvo e assistiu para o grande falhanço do segundo tempo.
Ivo Rodrigues apareceu na área depois de uma boa combinação entre o espanhol e Pablo Felipe, mas disparou por cima na cara de Nakamura. A reação dizia tudo: era mesmo de por as mãos na cabeça.
Até final, a equipa minhota continuou por cima, e o golo acabou por chegar com naturalidade. Pedro Sá, primeiro, quase marcou na própria na sequência de um canto e, no minuto seguinte... o presságio confirmou-se: Sanca saltou mais alto que todos, cabeceou e ainda contou com um desvio de Diaby para o único golo da noite.
O FC Famalicão insistiu, não desistiu e acabou por ter a sua dose de felicidade ao minuto 85, na sequência de uma bola parada. Em acréscimo, o golo resulta de uma série de desvios - primeiro de Diaby e depois de Pedro Sá - após um cabeceamento de Sanca.
Apesar do golo na reta final, não deixa de ser impressionante a quantidade de oportunidades que, tanto FC Famalicão como Portimonense acabaram por desperdiçar ao longo de toda a partida.
Há algumas dúvidas no último lance do jogo - possível grande penalidade para o Portimonense -, ao passo que até o próprio Fábio Veríssimo foi obrigado a verificar as imagens, depois do jogador do Portimonense ter sido derrubado por Zaydou. Do ponto de vista disciplinar, o árbitro luso manteve o critério e admoestou com cartão amarelo Lucas Ventura, Pedro Sá e Maurício de forma correta.