História feita! Com uma reviravolta consumada na segunda parte, o FC Arouca carimbou presença na final four da Taça da Liga, em Leiria. A vitória (1-2) em Moreira de Cónegos consuma mais um momento alto na história e confirma jogo contra o Sporting nas meias-finais da prova.
O Moreirense, apesar de ter ido para o intervalo em vantagem, não foi suficientemente melhor no jogo e viu a invencibilidade caseira (que nem o Benfica conseguiu quebrar) cair... logo com a fase final concentrada à porta.
Estava em disputa a última vaga na final four de Leiria e respetivo adversário do Sporting na meia-final. Duas equipas de duas divisões diferentes e com 'obrigações morais' diferentes nesta prova. Até porque uma... já a tinha vencido e a outra nunca tinha estado tão perto da final. Acabou por se impor, em termos de jogo, a tendência teórica.
Do outro lado, um Moreirense com muitas dificuldades para progredir com bola, principalmente pelo 'tampão' perfeito que Ismaila Soro e Morlaye Sylla criaram no meio-campo. Os cónegos de Paulo Alves apenas aproveitando os momentos de ataque rápido conseguiam chegar à área de João Valido... mas esse cenário inverteu-se por completo.
Nos minutos finais da primeira parte, o Arouca teve um 'apagão' que o Moreirense soube aproveitar para se colocar em vantagem. Depois de uma primeira ameaça, Soro fez falta sobre Ofori e na conversão do penálti André Luís inaugurou o marcador em Moreira de Cónegos.
A bola que Mújica mandou ao poste no início da segunda parte podia ser o indício de uma segunda parte de muita superioridade arouquense, mas não foi isso que aconteceu. A ganhar, o Moreirense surgiu muito mais solto e confortável, com oportunidades suficientes para poder dilatar o marcador e sentenciar a eliminatória.
Mas, tal como aconteceu na primeira parte, estar melhor e por cima no jogo... teve um efeito negativo. Quando só dava Moreirense, Tiago Esgaio fez uma pintura belíssima (calcanhar ao primeiro poste) e abriu caminho a uma nova vida do Arouca em Moreira de Cónegos.
A turma da Serra da Freita galvanizou-se com o golo e sufocou um Moreirense que sentiu em demasia o desvio sublime do lateral arouquense. Foram minutos de grande intensidade que resultaram no golo da reviravolta, autoria de um Mújica que saiu lesionado do lance do 1-2. Um 1-2 que se manteria até ao fim sem que o Arouca sofresse em demasia, até porque o cansaço não deixou o Moreirense fazer mais...
Este Arouca de Armando Evangelista já mostrou que é capaz de voos bem altos e voltou a provar isso mesmo em casa do líder da II Liga, ainda invencível no seu reduto. Mesmo a perder, foram atrás do resultado e chegam a uma final four história com todo o mérito.
Depois de fazer o Benfica cair nesta mesma Allianz Cup, o Moreirense mostrou raras vezes capacidade para levar de vencida este Arouca. Com a final four à porta, esperava-se bem mais da equipa de Paulo Alves.
O fora de jogo bem tirado a Pedro Amador logo nos primeiros minutos foi o mote para uma arbitragem tranquila de Nuno Almeida: não abusou dos amarelos, deixou sempre as equipas jogar e controlou bem a partida.