Foi um empate, é certo, mas para o Benfica sabe a derrota. As águias estão fora da fase a eliminar da Taça da Liga, depois de terem empatado em casa do Moreirense a um golo. As duas equipas terminaram com sete pontos, a mesma diferença de golos - três -, mas os minhotos marcaram mais e seguem em frente.
Roger Schmidt não fez bluff quando ontem fez a antevisão da partida. O técnico alemão montou uma equipa muito perto da principal: António Silva e Gonçalo Ramos regressaram do Mundial e o treinador não perdeu tempo de os meter na equipa principal.
Assim, o Benfica passou a ter um homem (Aursnes) mais forte na primeira linha de pressão e dois homens a complementarem-se na linha média (Chiquinho e Florentino). Apesar do bom arranque e de várias oportunidade de golo - Gonçalo Ramos e Rafa foram muito ameaçadores, mas Pasinato foi gigante entre os postes - as águias não conseguiram furar a defesa cónega. Fosse pelas alas, ou pelo meio, a dinâmica ofensiva do Benfica foi boa, mas defender foi uma arte bem montada por Paulo Alves.
O Moreirense só conseguiu mostrar alguma coisa a partir dos 20 minutos, mas fez com muito impacto. A equipa minhota preparou-se para sair em velocidade e testou esses movimentos com Alanzinho e João Camacho. O madeirense só precisou de uma oportunidade para colocar a barra de Vlachodimos a tremer.
Na segunda tentativa, agora de uma forma mais organizada, depois de um erro defensivo do Benfica, o Moreirense conseguiu fazer com que as águias somassem vários erros na linha defensiva e o mais grave foi cometido por Florentino. O médio fez grande penalidade, depois de cortar uma bola com a mão e André Luís, dos 11 metros, deu vantagem ao conjunto de Moreira de Cónegos.
A tarefa dos encarnados ficou ainda mais difícil, pois o Moreirense partiu para o jogo a saber que dois resultados eram satisfatórios - empate ou vitória -, mas os rapazes de Roger Schmidt não sentiram a pressão. O Benfica subiu a intensidade, procurou jogar a dois toques e assim criar mais perigo.
O fim da primeira foi um absoluto sufoco para a baliza de Pasinato. O guarda-redes segurou dois lances de muito perigo, mas foi incapaz de se antecipar a Gonçalo Ramos, depois uma jogada inventada por Rafa.
Roger Schmidt não abdicou da forma de jogar, até aos 75 minutos: sempre a construir por baixo, a manter Rafa como o balanceador ofensivo e a jogar pela zona interior dos minhotos. As águias criaram oportunidades mais que suficientes para marcar, mas a linha defensiva do Moreirense, com Rafael Santos e Hugo Gomes em grande destaque, montaram uma teia impossível de quebrar.
Nos últimos 15 minutos o treinador alemão mudou de estratégia, com Musa e Henrique Araújo juntos na frente e o estilo de jogo passou a ser mais direto. Diogo Gonçalves foi sinónimo de esperança e desespero para os adeptos encarnados. O internacional jovem português fez Pasinato brilhar e falhou um lance de golo certo no último lance do jogo.
O Benfica cai na fase de grupos da Taça da Liga, enquanto que o Moreirense vai disputar com o Arouca a passagem à final-four da Taça da Liga.
A defesa do Moreirense teve de sofrer, mas soube sofrer. A dupla Hugo Gomes e Rafael Santos, juntamente com Pasinato, vão anotar este jogo no livro das boas memórias. As águias tiveram muita dificuldade em entrar. Foram várias barreiras criadas e quase todas com enorme sucesso.
O Benfica julgou que o golo da vitória ia surgir com naturalidade e entrou no segundo tempo com falta de velocidade. O evoluir do tempo foi bom para o Moreirense e quando o Benfica tentou acelerar já foi tarde.